Chegamos a 100 mil casos “oficiais” diários de Covid. Para ser preciso, dentro da imprecisão total dos registros da doença, 97.986 novas infecções registradas de ontem para hoje.
Possivelmente temos quatro ou cinco vezes isso, segundo projeta a Universidade de Washington, por conta da falta de um programa decente de testagem – até os testes particulares entraram em colapso – e da totalização “capenga” do Ministério e das Secretarias de Saúde.
O número de casos, antes de fechada a primeira quinzena, multiplicaram-se por nove desde o último dia de dezembro, há duas semanas.
As autoridades públicas – e não só em nível federal – continuam tratando a onda de infecções como um problema menor, porque a variante Ômicron é “bem-vinda”, pois não geraria casos graves e mortes na mesma escala das variantes anteriores.
Ora, ainda que o faça em taxas menores, a base de infectados é tão grande que as mortes diárias chegarão a 400, 500 ou até mais que isso e não passa pela cabeça de ninguém dotado de alguma humanidade que isso seja “pouco”.
Muito menos que se possa falar que isso possa ser “o fim” da pandemia, porque a replicação do vírus em mais de 3 milhões de pessoas no mundo a cada dia é quase um “palpite triplo” de loteria para o surgimento de variantes que ninguém sabe se podem ter uma letalidade maior combinada a alta transmissibilidade que esta tem.
Mas estamos – e não só por aqui – com a Síndrome de Poliana, esperando os casos dobrarem e dobrarem, correndo o risco de termos uma situação caótica à qual, exaustos, já não temos condições de reagir.