Daqui a pouco, com os militares, começa a batalha da Previdência

Daqui instantes, às 15:30 h, o ministro da Economia, Paulo Guedes, entrega a Câmara o projeto de lei que cuida da aposentadoria dos militares e só então a reformada Previdência começa a andar na Câmara, um mês e uma semana após sua apresentação.

Se tira muito ou pouco dos privilégios das Forças Armadas, não se sabe, embora se desconfie que não.

Quem cedeu, acha que cedeu muito; quem não conseguiu tudo, acha que não ganhou.

O fato, porém, é que o centro da polêmica , ao menos por alguns dias, vão ser as diferenças entre trabalhadores civis e militares.

Os 28 votos dos parlamentares que foram militares ou policiais militares – quase todos de direita e 18 deles do partido de Bolsonaro – são indispensáveis para a aspiração do governo de atingir os 308 votos necessários à PEC da Previdência, muito mais que os exigidos para aprovar a mudança para as Forças Armadas, que dependem apenas de Projeto de Lei.

É difícil, porém, acreditar que uma mudança palatável aos militares não gere pressões do restante do funcionalismo que representem uma oposição igual ou maior de deputados.

É a primeira batalha da Previdência e, nela, o governo perde em qualquer lado que fique. Outras, esencialmente o Benefício de Prestação Continuada, a aposentadoria rural e a soma entre idade mínima e 40 anos de contribuição ainda virão.

O número de deputados e senadores que resolveu se expor, assinando o manifesto de criação da frente contrária a reforma – 171 na Câmara e 27 no Senado – surrpreendeu, porque significa um compromisso difícil de retroceder, mesmo que o Governo venha a fazer agrados aos parlamentares.

São apenas 34 votos a menos, na Câmara, e seis, do Senado, que o número suficiente para que a reforma não passe.

 

 

Fernando Brito:

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    • Steve Bannon é a prova de que e de como o universo Chans e Incels, que nada mais é do que uma nova expressão radical do niilismo, pode ser usado e abusado por perigosos oportunistas políticos em sua busca inescrupulosa de poder. O resultado está aí para todo mundo ver.

  • É MUITO PARASITA PRA GENTE MANTER ,OS FARDADOS ,OS TOGADOS ,OS POLÍTICOS,OS ALTOS SALÁRTIOS DE ALGUNS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS,ASSIM NÃO TEM SACRIFICIO DOS TRABALHADORES QUE POSSA CONSERTAR TAMANHO BURACO

    • falou certo, alguns funcionários públicos. Pois eu sou funcionário público, passei 2 décadas da minha vida estudando pra chegar onde cheguei e o que esse governo está propondo (pelo menos pra mim e pra minha classe) é uma atrocidade

  • Bolsonaro foi aos Estados Unidos para buscar apoio contra os militares e contra o STF, já que não mais tem qualquer respaldo interno, e o fiasco das manifestações contra o STF provaram isso. Não conseguiu nada, a não ser uma visita à CIA, como se aquela agência estivesse à sua disposição para assombrar seus adversários. Isso é sintoma de que as outras instâncias governamentais já não querem mais dar apoio ao Bolsomoro e a sua Farsa a Jato. Os militares estão jogando o jogo longo chinês com os bolsonaristas. Neste jogo, não se perde de vista qualquer movimento do outro jogador, mas se deixa que ele se derrote por seus próprios erros.

  • Fernando, 27 votos no Senado representam apenas Um voto a menos do que é necessário para que a Reforma da Previdência não passe.

    • A PEC é discutida e votada em dois turnos, em cada Casa do Congresso, e será aprovada se obtiver, na Câmara e no Senado, três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49). Logo, 81 - 49, 32 votos contrários. Com 33 não passa.

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