75 mil casos/dia. O alerta nos EUA vai ser ignorado?

Os Estados Unidos registraram, ontem, nada menos que 75.600 novos casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, em apenas 24 horas, informa o The New York Times.

Se o número não chocar você por si, vai a comparação: isso é apenas 10% menos que os 83 mil casos apurados na China em toda a pandemia. Em um dia, somente, vale repetir.

Mais importante: o número de casos novos estava em declínio até um mês atrás, assim como o número de mortos. No dia 16 de junho, os casos eram 24 mil e a média semanal, 23 mil. Ontem, triplicaram e a média semanal – 65 mil – quase chegou a isso.

O comportamento do número de mortes, 15 dias depois do aumento de casos, também assumiu esta tendência: havia caído para perto de 500 diárias, na média que, desde o início deste mês, elevou-se 50%, para 760 óbitos.

Isso são fatos, não especulações – certamente bem-intencionadas – sobre imunidades precoces e perigos minguantes.

Tal como aconteceu no início da pandemia, quando poucos ainda percebiam a sua extensão, perdemos a chance de nos prevenir com os acontecimentos que se davam no mundo e que havia tempo de mitigar os problemas aqui, esmamos diante de um aviso gravíssimo.

O que se passa nos EUA tem base fática para ocorrer aqui e ainda pior, pois – ao contrário do que aconteceu lá – nem mesmo uma queda de casos e mortes tivemos por aqui antes de considerar que o problema se foi, como se está fazendo, inclusive com o que há de mais sagrado, as nossas crianças, com estas insistentes pressões para a retomada das aulas.

Se não for por humanidade, se não for por responsabilidade com vidas humanas, se não for por simples piedade dos que vão morrer sufocados pela doença, que seja por olhar político eleitoral.

Nos EUA, o recrudescimento da doença, apesar dos barulhentos protestos dos “minions” gringos, que fazem arruaças contra o uso de máscaras, a reprovação ao governo Donald Trump cresce rapidamente, como mostra a pesquisa publicada pelo Washington Post, da qual reproduzo o gráfico principal abaixo.

Mas, segundo nosso presidente, o problema era que o Mandetta “semeava pânico”, não é?

Fernando Brito:

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