Era muita gente a que vi na Avenida Presidente Vargas, e muito mais gente que no dia 29 de maio, segundo os que estiveram na primeira manifestação.
Mas ainda éramos poucos, perto do que este dia exige dos brasileiros, quando já chegamos, segundo os números recolhidos em apenas uma parte dos Estado pelo consórcio formado pelos veículos da grande imprensa, aos 500 mil mortos.
E é inadimissível que não sejamos, para tantos mortos, milhões e milhões exigindo o fim da morte como política de Estado.
E teremos de ser mais milhões a cada semana, que nos toma, sem falta, mais 15 mil vidas.
Numa enquete de O Globo, 69% dos 106 médicos ouvidos acreditam que teremos um longo período com cerca de 2 mil mortes por dia.
Esta é, portanto, uma emergência nacional, uma situação de ameaça à Nação que em nada difere de uma guerra, sem que tenhamos outro exército para nos proteger que os trabalhadores do SUS, aos quais faltou e ainda falta a munição vacinal para que possa enfrentá-la.
Nenhuma morte será honrada por quem sobrevive acovardado. Nenhum sobrevivente será digno da vida se não lutou para que viver fosse um direito de todos.
Tomara que São Paulo, a mais populosa cidade do Brasil e a mais vitimada por esta desgraça mostra ao Brasil que se levanta pela vida.