No UOL, a chamada que diz que “Na Sapucaí, arquibancadas gritam ‘Fora, Bolsonaro’ e camarote xinga Lula” é retrato da “sociologia do óbvio”?
Nem tanto, porque se há razões objetivas para isso na arquibancada, não há nenhuma razão para o que se faz nos camarotes.
A menos que os que estão ali, nos lugares mais caros – caríssimos, mesmo – da Passarela do Samba, pudessem dizer que ganharam mais dinheiro nas crises continuadas dos governos Temer e Bolsonaro, é ao mesmo Lula a quem, na maioria, devem o fato de terem construído a sua abundância.
Houve exceções, claro, como a bandeira “Fora Bolsonaro” dependurada no camarote de nome “Favela”, bem em frente ao “Arpoador”, onde Flávio Bolsonaro fumava seus charutos.
“O público das arquibancadas gritou “Fora, Bolsonaro” e, logo em seguida, “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”. Nos camarotes, os foliões reagiram gritando “ei, Lula, vai tomar no c*”, diz o repórter do site, Valmir Moratelli.
É verdade que o vídeo (que vai abaixo) mostra o setor 1, junto à concentração das escolas, o mais popular do Sambódromo e com muita gente das comunidades do samba, repetindo o coro que já acontecia nos chamados “ensaios técnicos” , quando elas tomam conta da arquibancada, muito mais que nos desfiles.
E também que, como dizia Nélson Rodrigues do Maracnã, ali vaia-se “até minuto de silêncio”.
Mas o “Fora Bolsonaro” já se tornou um “clássico” sempre que junta gente.
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