“Técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo” são, segundo a nota da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe, o nome da câmara de gás onde executaram um pobre homem, jogado no porta-malas de sua viatura e asfixiado com gás de bombas de efeito moral, enquando lançava gritos desesperados.
Apenas dois dias depois de a corporação, sem razão plausível ter participado ativamente de uma invasão bélica na favela de Vila Cruzeiro, no Rio, a corporação, agora elevada à condição de “queridinha” de Jair Bolsonaro, mete-se em um caso de repercussão mundial, pois o vídeo do homem colocado na “chaminé” em que as bombas transformaram o carro da PRF, balançando as pernas em desespero, a esta altura, corre o mundo.
Para a minha geração é ainda mais chocante, porque conservamos dos anos 60 a imagem televisiva do Vigilante Rodoviário, à qual a corporação deve muito da simpatia que lhe rendeu bons salários. Mas que não evitou que se tornasse bolsonarista, não só em adesão política como, agora, também em métodos brutais.
Pelo menos é assim que sai deste episódio de Sergipe.
O caso George Floyd, que abalou o planeta, não é mais dantesco, embora tenha havido uma repercussão maior, porque é no centro do mundo e os protestos, por lá, merecem muito mais atenção que os daqui, já imediatamente desclassificados como sendo feitos por ordens de traficantes, não pela revolta de mães, irmão e amigos das vítimas.
A Folha, aliás, publica que há denúncias de moradores de execuções até a facadas na chacina da Vila Cruzeiro, onde passou a 26 o número de mortes.
Faca, agora, e “instrumento de menor potencial ofensivo”, talquei?