Não tenho nenhuma razão para defender a Odebrecht e acho que pouquíssimos – ou nenhum – empreiteiro entraria no reino dos Céus.
Mas o que está acontecendo é uma insanidade.
Prisão “temporária” a esta altura do campeonato, não pode alegar risco de destruição de provas ou fuga para o exterior, porque estes camaradas têm tempo e recursos de sobra para terem feito isso nos sete meses desde que Moro mandou prender a primeira leva de dirigentes das empresas e nenhum deles mais poderia achar que não estivesse sujeito à mesma ação.
Aliás, há uma singular coincidência na prisão de empreiteiros às sextas feitas: foi assim com aquele lote inicial (sexta, 14 de novembro), foi com o presidente da Galvão Engenharia, Dario de Queiroz Galvão, preso na sexta, 27 de março) e agora com Marcelo Odebrecht, nesta sexta.
Certamente isso não tem qualquer relação com ser o dia do fechamento da edição da Veja ou com o fato de criar mais dificuldades à impetração de habeas-corpus.
Muito menos seria possível imaginar que isso tivesse relação com as declarações de Odebrecht, num evento promovido pelo jornal Valor (Folha +Globo), dizendo que estava sendo colocado no fogo cruzado de interesses políticos.
Tudo isso pode, afinal, entrar na conta da “teoria da conspiração”, tanto quando pode entrar a ideia de que Moro esteja, com a prisão, “retaliando” a decisão do STF de soltar os seus primeiros “bonequinhos” depois de seis meses de um tipo de prisão que, em regra, está limitado a cinco dias.
A menos que estejamos diante de “medida medievalesca que cobriria de vergonha qualquer sociedade civilizada”, como escreveu, em seu voto, o austero Ministro Teori Zavascki.
O fato concreto é que os dados objetivos para a decretação de prisão preventiva ou temporária – destruição de provas, falta de residência física, risco de fuga ao exterior, continuidade delitiva (será que a Odebrecht estaria dando algum para o Youssef em cana ou para o Paulo Roberto Costa, em casa?) – parecem, simplesmente, impossíveis de existir.
O que existe, porém, é a paralisia de tudo o que as maiores empresas de obras e de petróleo brasileiras possam estar fazendo com o Governo brasileiro ou com a Petrobras.
Ponha-se no lugar de diretor de uma delas ou de gestor público. Você iria negociar qualquer coisa, por mais legítima que fosse? Um pagamento, um desconto, um acréscimo por extensão ou modificação em detalhes de um contrato?
Claro que não, não é?
Todos eles se sentem numa prateleira, à disposição do Dr. Moro para, numa sexta-feira qualquer, irem para o xilindró.
E, então, figure-se no lugar de um desembargador federal ou de um ministro do Supremo que tenha de analisar um habeas corpus para sua soltura?
Mesmo que concorde com os argumentos, vai soltar de plano, como faria em outros casos, e ser execrado pela mídia, sujeito à execração como se o estivesse fazendo porque o corpus é de um “empreiteiro da Lava Jato”?
Acabou-se toda aquela história de ritos discretos da Justiça e aplicação responsável do poder do Juiz.
Importa é manter a paralisia pelo terror.
O que vale é a mídia, e está acabado.
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Realmente Brito, tens toda a razão!. Assusta, indigna, constrange e preocupa! Estão afundando o País. O emprego, a quebra de empresas, a destuiçao da engenharia nacional, e de quebra vao levar o nosso ultimo passaporte para uma nação soberana, o pre sal. O bilhete premiado da ignara maioria do povo brasileiro. Alguém, ou todos nós precisamos fazer alguma coisa. E sou dos que não defendem empreiteiro, por que sabemos como as coisas sempre andaram neste país.....mas já passou da conta, e o preço será muito alto, para todos
Esse juizeco está parecendo aquele batedor de carteira que grita pega ladrão.
Em todo esse processo é o maior criminoso, atentando contra os interesses do País, a soldo de interesses estrangeiros.
Não é a toa que o império é, hoje, chamado Império do Caos.
Será que o Moro e família aceitariam uma quebra sua de sigilo fiscal e telefônico? Esta sanha ultrapassou o interesse em combater a corrupção, da forma como polpa os aliados políticos. O interesse como externou o delgado é refundar a república e devolver aos seus tradicionais mandatários de 502 anos. O emprego, as empresas, são detalhes "que podemos tirar se achar melhor".
O dr Sergio Tucano Moro é um arruaceiro, é um desagregador da economia brasileira. Esse sujeito deveria ser afastado do cargo de juiz federal por ser tornar um insano.
Sem o estado de direito e sob o nefasto comando da máfia jurídica/midiática/partidária restará a organização da resistência.... Incluindo a armada.
Quando será que o grupo de "angelicais" senadores, que invadiram uma democracia vizinha, "preocupados" com os direitos dos presos de lá vão defender os direitos dos presos dessa operação midiática do Paraná?
As "fases" do Lava-Jato são uma celebração. Possuem ritos especiais, datas e horas cuidadosamente definidas e, curiosamente são batizadas com nomes significativos. Este cuidado na personificação de cada fase do Lava-Jato dando-lhe nome próprio é de uma hipocresia exemplar.
Esta fase foi nominada com o termo latino "ERGA OMNES", que significa "vale contra todos". Menos, delegado Moro, menos... Se valesse para todos haveria bonequinhos diferentes na sua coleção. Se fosse realmente erga omnes, haveria de estender-se no tempo e no espaço numa ampla ação contra a corrupção e não teria o foco restrito e dirigido que solicitam a mídia golpista e a oposição sem propostas para o Brasil. Poderia então essa fase ser denominada "ERGA TUCANUS" ou, vale também para tucanos.
Acho que a maioria dos que se importam pelo Brasil já assistiu o vídeo, mas sempre tem navegantes de primeira viagem que não sabe. Daí segue a sugestão do vídeo do pq tudo isso ocorre desde a década de 1950 do século passado. Um assassino econômico contando as peripécias quando trabalhou para uma agência do governo americano para achacar governos para dar o ..ú para as corporações, ou morrem.
https://www.youtube.com/watch?v=vO8vPa_H71g
Podemos organizar a resistencia. O genio Ze Dirceu bem o disse "agora estamos no mesmo barco". A capazia muito dispendiosa ao contribuinte cumpre a agenda.
"Será pura coincidência? mas tudo só acontece na sexta. Parece que é para fornecer matéria para as revistas do PIG. E o pronunciamento, Nardes avaliou que o governo precisa "antecipar os erros" para melhorar a governança. Ele destacou a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal. "Temos que responsabilizar qualquer gestor, seja em um nível maior ou menor", afirmou. Quando falou sobre a economia brasileira, avaliou que o País não tem um projeto "de médio e longo prazo" e que "estamos com a bússola quebrada".
O que a fome por holofotes não faz... transforma as pessoas em monstros da história.
A busca por holofotes é apenas 'modus operandi".
Os que comanda a "conspirata" e passam as ordens ao capitão do mato de Curitiba precisam dos holofotes, para que seus objetivos políticos rendam fruto.
Não é uma questão de vaidade, ainda que a vaidade do capitão do mato de Curitiba possa estar sendo inflada, é uma questão de necessidade. Se não tiver holofotes, os objetivos não se consumam.
O que conta é ter elementos para envenenar a opinião pública e colocar a economia do Brasil de Joelhos.
Isto está sendo perpetrado em nome de inimigos do Brasil e do povo brasileiro, em coalizão com a elite parasitária tupiniquim, que não tem pudor de vender a pátria para manter o status escravocrata que defendem.