A confusão no escândalo Siemens-Alstom só serve para proteger os culpados

É inacreditável a paralisia das instituições policiais e do Ministério Público diante da brincadeira de esconde-esconde – definição perfeita de Janio de Freitas, hoje, na Folha – que virou a apuração do caso de corrupção no sistema de trens e Metrô de São Paulo e, também, do Distrito Federal.

Porque a falta de informações oficiais sobre tudo o que há meses vem sendo dito nos jornais dá espaço para cenas patéticas como a de Aécio Neves e a cúpula do PSDB acusarem o Cade e, agora, o Ministro da Justiça, de estarem manipulando testemunhos e provas, testemunhos e provas que apontam, indiscutivelmente, para favorecimento, ao longo de anos e anos e três governos “diferentes” (Covas, Alckmin e Serra), de  várias empresas – lideradas pela Siemens e pela Alston, nos contratos firmados com o Estado de São Paulo.

E, que eu não omita, com o Distrito Federal, do ex-queridinho dos tucanos José Roberto Arruda, conhecido, nos documentos, como “Mister Siemens”.

Desde a pantomima de Geraldo Alckmin anunciando que ia pegar de volta todo o dinheiro e que o Cade estava “atrapalhando” ao não entregar a documentação à tentativa da cúpula do PSDB de querer culpar o abúlico Ministro de Justiça, José Eduardo Cardoso, por uma  manipulação de documentos – na verdade são três documentos diferentes, com conteúdos parecidos – tudo está virando um bate-boca, quando já deveria ser, a esta altura, no mínimo, um inquérito policial.

Some-se a isso a incrível história dos papéis “esquecidos” numa gaveta errada, contada pelo Procurador Rodrigo de Grandis e temos aí uma história que envergonha o nosso país, quando este caso das duas empresas já teve investigação, julgamento e punição na Alemanha e nos Estados Unidos, além do processo na Suíça que o nosso ilustre membro do MP engavetou.

Sendo assim, não admira que o presidente da filial da Alstom no Brasil tenha dito que não pagou exceto os “serviços de consultoria” dos acusados de intermediar o esquemam ao depor na CPI da Câmara de São Paulo.

A essa altura, é ridículo alegar qualquer necessidade de sigilo nas investigações. Não há um dos envolvidos que não esteja acompanhando tudo pelos jornais. A publicidade das apurações é, agora, um requisito indispensável para que as coisas não transcorram num ambiente de tumulto que, como se sabe, só serve para inculpar inocentes e fazer escapar culpados.

Fernando Brito:

View Comments (19)

  • O nome disso é lambança, tumulto criado para encobrir trapaças. Se o Ministério Público não explica o mistério, este explica o Ministério?

  • O nome disso é lambança, tumulto criado para encobrir trapaças. Se o Ministério Público não explica o mistério, este explica o Ministério?

  • O nome disso é lambança, tumulto criado para encobrir trapaças. Se o Ministério Público não explica o mistério, este explica o Ministério?

  • Acho que o PIG esta nisto tudo ate os olhos, por isto não publicam nada.

  • Acho que o PIG esta nisto tudo ate os olhos, por isto não publicam nada.

  • NOV
    28
    HOMEM-BOMBA DO PSDB-SP OPEROU R$ 28 MI NA SUÍÇA

    Apontado pela Polícia Federal como responsável por receber e intermediar o pagamento de propinas a políticos de alta plumagem do PSDB paulista nas gestões tucanas de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, Jorge Fagali Neto, irmão do ex-presidente do Metro José Jorge Fagali, operou nada menos que R$ 28 milhões num período de dez anos (1997 a 2007), no caso da multinacional francesa Alstom; documentos que comprovam a movimentação foram entregues por autoridades da Suíça a agentes do governo brasileiro; antes dessa descoberta, José Fagali tivera uma conta com US$ 6,5 milhões bloqueada no país europeu; irmãos explosivos

    28 DE NOVEMBRO DE 2013

    247 – Apontado pela Polícia Federal como responsável por receber e intermediar pagamentos de propina a importantes nomes do PSDB durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, no caso da francesa Alstom, Jorge Fagali Neto agora é alvo de uma nova acusação: ter movimentado nada menos que R$ 28 milhões em bancos estrangeiros na Suíça num período de dez anos (de 1997 a 2007).

    O ex-secretário de Transportes no governo Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB) é irmão de José Jorge Fagali, ex-presidente do Metrô na gestão Serra. Considerado o “homem bomba” do escândalo de corrupção em contratos firmados pelo grupo Alstom para fornecer energia ao metrô de São Paulo, Jorge Fagali tinha autorização para movimentar no paraíso fiscal a conta do responsável por uma das consultorias suspeitas de movimentar propina para a Alstom: a Taltos, de José Geraldo Villas Boas.

    No inquérito do Ministério Público, ele também aparece como representante de três fundações no exterior: Andrius e Lenobrig, em Lichtenstein, e Niton Foundation, no Panamá. É também representante da offshore Woler Consultants, no Panamá. José Fagali Neto foi denunciado à Polícia Federal pela secretária Edna Flores, que entregou aos Ministério Público estadual e federal emails pessoais do consultor, segundo denúncia do jornal O Globo.

    Nas mensagens, fica evidente o livre trânsito da família Fagali à cúpula do tucanato. Segundo a secretária, o engenheiro Pedro Benvenuto, atual secretário-executivo do conselho gestor de Parcerias Público-Privadas frequentava o escritório do consultor em 2006 e 2007, quando era coordenador de gestão da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, à qual estão subordinadas o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Em 2006, Alckmin era o governador. Em 2007, José Serra. Suspeito de intermediar propinas da Alstom, José Fagali Neto teve bloqueada uma conta de US$ 6,5 milhões na Suíça.

    Deputado Paulo Teixeira (PT) defende investigação contra cartel

    Em discurso na Câmara nesta quarta-feira 27, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) foi duro ao pedir investigação detalhada sobre o caso de propina em gestões do PSDB no estado de São Paulo. Segundo ele, o PSDB, em vez de esclarecer se há ou não corrupção nas licitações do Metrô, apenas atacou os responsáveis pela investigação durante coletiva de imprensa na última terça-feira 26. A cúpula do partido também acusa o deputado licenciado Simão Pedro (PT-SP) de traduzir a denúncia de forma a prejudicar os membros da legenda.

    O parlamentar demonstrou seu apoio ainda ao ministro da Justiça, acusado pelos tucanos de agir politicamente ao entregar a denúncia sobre o caso à Polícia Federal. "Se ele não tivesse encaminhado esse relatório à Polícia Federal, ele, sim, estaria prevaricando. Se o deputado Simão Pedro não tivesse encaminhado a denúncia ao ministro José Eduardo, ele, sim, estaria praticando ilícito. E se o presidente do CADE não tivesse instaurado uma investigação de cartel, aí sim ele teria prevaricado", disse Teixeira.
    http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/122230/Homem-bomba-do-PSDB-SP-operou-R$-28-mi-na-Su%C3%AD%C3%A7a.htm

  • Por favor,
    acompanhe a decisão da Justiça Federal de bloquear quase R$ 60 milhões de alguns dirigentes da CPTM e de alguns lobistas. Nesta decisão, publicada na íntegra no blog do jornalista Fausto Macedo, estão comprovados dois caminhos do propinoduto. O resto é factóide dos tucanos.
    Outros caminhos do propinoduto serão desvendados em breve, apesar da má vontade da grande imprensa.
    Esta decisão da justiça, com base em quebras de sigilos anteriores, bem como a nova condução do processo pelo MPF, depois do afastamento de Rodrigo De Grandis, O Distraído, devem estar tirando o sono dos tucanos.

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