A crise está só no começo

Os jornais de hoje registram o óbvio: o Orçamento da União é absolutamente insuficiente para cobrir as necessidades do funcionamento da máquina pública, mesmo com o auxílio emergencial ficando “fora do teto” e que isso significa que o Governo Federal não terá dinheiro para pagar despesas obrigatórias, além, claro , das discricionárias .

Leia-se: aposentadoria, pensões, contas de luz, água, telefone, passagens, tudo o que você puder imaginar.

Já teriam de ser feitos milagres com o texto original, onde havia um rombo previsível em torno de 20 bilhões. Mas como o inchaço de verbas destinadas a emendas parlamentares, vai se passar, fácil dos R$ 50 bilhões.

A “estratégia” do Ministério da Economia para minimizar o problema é hilária: convencer os parlamentares a direcionarem os valores de suas emendas para pagamentos de despesas obrigatórias. Ou seja, em vez de colocarem uma faixa de agradecimento (claro que em nome da “comunidade” pela pontezinha do “Corgo de Jubiralândia” os deputados porão na tira de pano: “Você está recebendo sua aposentadoria de outubro graças ao deputado Fulano de Tal”.

O Governo teve em janeiro – ainda não saíram os dados de fevereiro – queda de 6%, em valores reais, sobre 2020, mas isso ainda é lucro.

Março, abril e maio, para alcançar os valores previstos no Orçamento precisariam sem muito bons em relação ao caos que foram estes meses no ano passado. E se, até agora, indicam estar no positivo, vão sofrer um baque imenso neste final de mês e, pelo menos, também em abril.

Paulo Guedes é um zumbi.

 

 

Fernando Brito:
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