Publico o artigo abaixo como registro histórico.
É impressionante o grau de deficiência cognitiva a que chegaram muitos brasileiros, em função da lavagem cerebral produzida pela mídia.
Repare como a pessoa inicia seu texto:
“(…) progressivo mal-estar coletivo pela vergonha do povo com a situação”.
Mal estar coletivo?
O sujeito deveria caminhar, à noite, pela Lapa, no Rio, ou pela rua Augusta, em São Paulo, para ver milhares de pessoas tomando suas cervejas tranquilamente, divertindo-se, uma boa parte delas provavelmente rindo das sandices publicadas por Globo e Veja, incluindo esse texto escalafobético.
O artigo do senhor Eurico Borba é a prova mais contundente do fracasso da nossa grande imprensa em promover um debate inteligente sobre a política brasileira.
Ela não está produzindo um debate de alto nível.
Seus leitores começam a apresentar sinais de demência aguda.
*
“Uma proposta para a crise
Por Eurico Borca, no Globo, dia 04/04/2015.
A situação do país é de caos político, com a paralisação da economia e o progressivo mal-estar coletivo pela vergonha do povo com a situação.
Uma verdadeira guerra civil começa a se conformar no horizonte da pátria. Pela falta de orientação governamental, bem como pelo distanciamento da prática política dos ideais éticos, difusos, mas presentes na absoluta maioria da sociedade brasileira, o confronto entre as expectativas honestas do povo e a imoralidade majoritária dos políticos passa a ser uma possibilidade a ser considerada. Se a esta conjuntura somarmos a bandidagem nas ruas e o tráfico de drogas detentor da soberania sobre porções do território nacional, então não restam dúvidas de que o Brasil, em breve, poderá vivenciar o trágico embate físico entre uma população digna e um bando de assaltantes de sonhos, de bens públicos, da tranquilidade social.
Não há mais tempo para discussões. O óbvio salta aos olhos. O povo não quer dialogar com tais interlocutores: exige que eles saiam, desapareçam. Chega. É isto que as ruas estão dizendo.
É preciso que cidadãos e cidadãs responsáveis façam alguma coisa já. Os sinais de esgotamento da paciência do povo foram dados dia 15 de março. Aconteceu por natural e espontânea manifestação da cidadania, sem partidos a fazer convocações, sem líderes políticos a se manifestarem. Agora dia 12 de abril outros milhões vão cobrar que providências concretas foram tomadas (já se sabe que nada foi feito…).
Proponho, para debate e decisão da cidadania mobilizada:
— movidos pela dignidade que ainda lhes resta e pelo medo das multidões que os cercam, os políticos votem o que constitucionalmente se fizer necessário, imediatamente, para a extinção de todos os atuais partidos, determinando que, no prazo de seis meses, novas agremiações se apresentem ao Supremo Tribunal Federal (STF), com claros programas e definições ideológicas, além de um mínimo de cinco milhões de assinaturas de eleitores distribuídos em pelo menos três regiões fisiográficas e dez estados da federação;
— proclamem a revogação dos mandatos dos senadores e deputados (não há como preservar os poucos bons existentes — eles serão reeleitos) e a destituição do presidente e vice-presidente da República, convocando novas eleições para, em nove meses, com poderes constituintes, eleger um novo Congresso Nacional e novos nomes para a chefia do Poder Executivo;
— assegurem, nestas providências, que o financiamento das novas eleições seja feito, exclusivamente, com recursos públicos e as coligações partidárias proibidas, devendo ser eleitos os candidatos mais votados em cada unidade da federação, segundo o numero previsto para cada uma;
— garantam todos os recursos necessários para que o STF possa governar o país, excepcionalmente, legislando apenas em matérias urgentes e absolutamente necessárias à continuidade administrativa e à normalidade da vida nacional, até que o novo Congresso seja eleito e o novo presidente da República, empossado.
É uma revolução. A revolução que o Brasil necessita para sobreviver digno, democrático, justo e pacífico. Vamos refundar a República. As soluções para inflação, desemprego, desenvolvimento, segurança publica, saúde, educação, paz e tranquilidade social surgirão, com mais facilidade e competência, nesse novo ambiente solidário e honesto.
É muito difícil conseguir o que se propõe — mas não é impossível nem utópico. O atual sistema político perdeu a credibilidade e está esgotado — não poderá oferecer soluções para a crise que enfrentamos.
O povo mobilizado (esta situação de mobilização não irá perdurar por muito tempo) saberá verificar, comunicando-se intensamente, quais os candidatos que deverão ser eleitos e quais os partidos merecerão a confiança da sociedade. A oportunidade que será criada, para a eleição de bons cidadãos e cidadãs, será muito grande.
É o momento histórico de reerguemos o nosso querido Brasil.
Eurico Borba é escritor e foi presidente do IBGE”
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São os Mandrakes e a mágica do golpe. Esse senhor parece não saber ou finge não saber que a sociedade é plena de conflitos. O problema é quando a mídia canaliza os conflitos numa só direção ou bagunça o coreto de vez com seu maniqueísmo. É que ela não suporta suas próprias contradições. A mídia manipula, mas não controla a realidade.
Filhote do PiG. para ele #nãotevecopa e os estádios/arenas estarão prontos apenas em 2023.
Nessa hora URGE recordar Joseph Pulitzer:
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma".
E Millôr Fernandes em 2006:
"“A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime”.
Interessante. Ao ler as propostas expressas no texto não se vê claramente a de uma nova ditadura militar de direita. Por quê?
Esgotaram-se as possibilidades para uma tal solução de força?
Ou será que já sabem que mais menos dia quem pode vir a tomar as ruas é o povo, o verdadeiro, o que sempre foi marginalizado e excluído antes dos governos Lula e Dilma?
E, seja como for, aonde pretende chegar o ideário contido nesse texto notavelmente infeccionado pelo vírus imperialista da antipolítica, e que é o mesmo vírus propagado pela TV do Poroshenko que atiçou o golpe e que acabou por derrubar o governo na Ucrância e que tem resultado apenas na desgraça daquele país?
Será que a necessidade de impor o fascismo neoliberal, e respectiva privatização do Estado, já chegou a tanto?
Correção:
1) Onde se lê, ...uma tal solução de força, leia-se: ...uma abominável solução de força.
2) Corrigido: "Ou será que já sabem que mais dia menos dia quem pode vir a tomar as ruas é o povo, o verdadeiro, o que sempre foi marginalizado e excluído antes dos governos Lula e Dilma?"
Na hidroginástica, normalmente com 20 pessoas, na 5* só havia 5 , o resto viajando.
É a crise , sabem?
Os restaurantes lotados, praticamente todos os dias , as compras de Páscoa abundantes !
É a crise , vejam !
Eurico Borba, ainda bem que vc diz: fui presidente do IBGE - hoje, certamente vc não o seria , pois temos um governo digno e sério e a sua proposta não cabe nele e em 54 milhões de brasileiros.
Vá tratar da sua fobia, antes que ela o deixe doente; o Brasil está bem e o povo mais ainda , pode crer !
Pânico passivo é paralisante!
Uma âncora da Globonews na quinta feira comentando com o colega saiu-se com essa, Fulano: "só temos notícias ruins". Mas quem faz o programa? Na mídia não há notícias boas ou favoráveis, ao governo embora existam centenas de fatos muito mais relevantes dos que são apresentado, mas são intencionalmente escondidos. Aliás o programa se torna insuportável tal o grau de depressão, mas é feito de maneira proposital p/ jogar a população contra o governo. Por isso o "só temos notícias ruins" é de uma calhordice e uma demonstração de que julgam os espectadores como sendo todos idiotas.
Uma âncora ou uma anta (é uma tapir mesmo, é uma tapada)> João Pessoa, PB está tomada de turista - 100% da lotação nos hotéis, bares e restaurantes repletos de clientes, praias cheias e povo alegres, os fatos apagam conversas deformadas.
É clara a intenção do sujeito, né? Mas, poderíamos fazer algumas ressalvas.
Primeiro, caro Miguel do Rosário. quem falou que a Rua Augusta é referência pra alguma avaliação do clima presente na sociedade? E, mesmo se fosse, dadas as circunstâncias atuais das relações de convívio, a "boa" sensação se esvai depois da primeira lâmpada quebrada na cabeça de um incauto por algum coxinha preconceituoso. Basta um fato pra você admitir que não estão mil maravilhas, como você sinaliza.
Segundo, o cara que escreveu é um sacana golpista, ninguém duvida. As soluções propostas pela figura são ridículas e artificiais se comparadas aos reais anseios da população em geral. Mas, os motivos que ele apresenta para justificar suas sandices, bem, queria eu que não tivessem nenhuma relação com a realidade. Infelizmente têm, e muita. Fico com um certo constrangimento ao ver argumentos os quais eu mesmo, insisto em afirmar, sendo utilizados com o intuito de ferir as instituições ainda mais e colocar em risco o Estado democrático de direito, ou o que restou dele no país.
É impossível negar que a sociedade, sobretudo na periferia, está em pânico com a desarticulação social e com a violência que ronda a todos que se recusam a entrar no cangaço institucionalizado, com a fusão de agentes paralelos e oficiais no único intento de submeter a todos e beneficiar seus reais controladores. O PSDB tem uma arma a favor de si em São Paulo e se chama crime organizado. Felizmente o discurso do Eurico Borca não chega a causar grandes rebuliços nas periferias. De minha parte, sempre vi a omissão da esquerda quanto ao aparato repressivo em São Paulo uma verdadeira criação de cobras embaixo da cama. Se quiserem, o "mal estar coletivo" alardeado pelo colunista pode se concretizar e chegar até a Augusta num estalo de dedos. Aí, a classe média que toma cervejinha nos bares de lá vai lhe fazer morder a língua, caro Miguel. E quem sabe esta "tese" do Eurico Borca não seja algo a preparar o terreno para este intento. Uma tese "a priori" em relação aos fatos. Nada mais adequado nos tempos em que vivemos, tempos de manipulação de massas ao limite da sanidade.
Enfim, as palavras do Eurico Borca não são ridículas, são temerárias e temíveis.
Esse senhor foi coordenador adjunto da campanha de Mário Covas em 1989 e participou da equipe de estudos e planejamento da campanha de FHC em 1994. O que transmite é o desejo de trazer de volta a sua turma do PSDB ao comando do país.
http://memoria.ibge.gov.br/sinteses-historicas/galeria-da-presidentes/eurico-de-andrade-neves-borba
Infelizmente temos hoje no Brasil uma categoria de idiotizados pelo PIG!...
Me desculpe Sérgio, mas esse picareta aí não é um dos idiotizados, e sim um dos idiotizadores. É bandido pago, muito bem pago, para pregar e preparar o golpe.
Mais um ilustre eurico desconhecido para mim,acho que definitivamente estou ficando velho e desatualizado, assim como as teses golpistas de mais este eurico facista patrocinado pelo o globo.
Parodiando o ex pre. Lula:"nunca antes na história deste país... " as canalhices,roubalheiras e negociatas foram inbestigadas tão a fundo e republicanamente como neste governo, a despeito do descarado partidarismo oposicionista de agentes policiais e dos entes do judiciário.
Lamento informar os euricos,mas meu voto não vão levar na mão grande, e aviso aos navegantes a bordo dos iates de luxo golpistas dos euricos,que falta pouco para a água bater na bunda de vocês e revelar o quanto lesam a pátria financeira e moralmente a décadas.
Não vai ter mídia hipócrita que os salve,tá chegando a hora.
Bem que desconfiei que neste angu tem caroço, como pode um sujeito que presidiu o IBGE não conhecer o país que vive? Se não quer diálogo , como implantar seu plano? Na base do gás lacrimogênio?
do site do IBGE
"Eurico Borba foi coordenador adjunto da campanha presidencial do candidato Mário Covas (1989). Em 1994, participou da equipe de estudos e planejamento da campanha presidencial de Fernando Henrique Cardoso.
Presidente do IBGE no período de 26 de março de 1992 a 15 de junho de 1993, em sua administração, assim como seu antecessor, enfrentou dificuldades resultantes de um movimento sindical atuante e um governo que negava grande parte das reivindicações feitas."
O origem não nega, foi da globo e isto. Este é um daquele jornalista de aluguel dos tucanalhas e demos. Eles têm algo em comum; são idiotas mesmo. E vindo de ende vem, da globo, que tem costume de falsificar, manipular, sonegar, contrabandear, roubar, enganar,........, é tanta maracutaia que fica até difícil de colocar tudo neste espaço. Mais uma coisa é certa; onde existe mafioso, a globo tá metida.