No Brasil, não basta ser Davi.
Enfrentar Golias, aqui, é ter de manejar a funda de mão atada e de boca fechada.
O juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, proibiu o Jornal GGN, de Luís Nassif, de publicar – ou manter “no ar” aquilo que já publicou – sobre o Banco BTG Pactual, fundado por Paulo Guedes e que tem em sua direção André Esteves, nome citado em vários escândalos da República.
Reparem que não é deixar de fazer tal ou qual acusação específica ao banco, mas de tudo o que o banco considera ofensivo e capaz – parabéns, Nassif, por terem admitido isso – pudesse abalar a imagem do banco.
A censura voltou com força no Brasil, em proveito dos grandes capitais.
Nassif, claro, vai reverter esta decisão absurda em segunda instância.
Mas é apavorante aquilo em que o Judiciário brasileiro está se tornando.
“Cala a boca” não morreu, e vive nos tribunais brasileiros.