Quando surgiu o factóide do “Rei dos Camarotes”, a não ser na blogosfera, não foi tratado como escandaloso o fato de termos uma classe média e uma mídia babacas ao ponto de elegerem este pateta como um “agregador de valor”.
E não foram raros os que saíram dizendo que, como o dinheiro era dele – embora uma parte fosse devida aos impostos que não pagou à cidade de São Paulo – ele era livre para ser idiota o quanto quisesse.
E, afinal, ele só estava ali para ““zoar, pegar as meninas e dar um rolé”.
Não sou destes que quer fazer uma sociologia primária, de ver os “rolezinhos” como movimento libertário, revolucionário ou o escambau, como diziam no meu tempo.
A garotada está nessa apenas, também, para ““zoar, pegar as meninas e dar um rolé”.
Normal, desde que o mundo é mundo e enquanto os jovens são jovens.
Mas quando a direita se digna a olhar para a pobreza, podem crer, não é em favor dos pobres.
Quer capturar não apenas o medo dos pobres que as elites sempre tiveram.
Mas também transformar sua erupção na vida social em uma cortina de fumaça para seus interesses políticos.
Servir-se de sua despolitização para levá-la como água ao moinho de seus interesses.
E de uns tolos que não entendem que transformar em efemérides barulhentas o direito dos jovens pobres de “zoar, pegar as meninas e dar um rolé” é criar as condições para que estes jovens voltem a um tempo onde não podiam isso e também não podiam estudar, trabalhar, entrar na universidade pelo sistema de cotas e, sequer, andar na rua sem serem abordados, humilhados e agredidos pela polícia.
A sabedoria política nos exige mais.
Exige mostrar e ajudar a entender que o idiota dos camarotes é isso, um idiota.
E que a garotada da periferia, se não quiser gramar mais séculos de opressão, não pode ser idiota feito ele.
E isso, para lembrar o que disse há algum dias atrás o Saul Leblon, nos requer mais do que atas do Copom.
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MERCADANTE sempre foi muito ligado a midia escravocrata chamava o dono do jornal ponta de esgoto de seu FRIAS, ALEM de ter uma grande consideracao pelos CIVITAS VIDE licitacao sem concorrencia. As imundicies embutidas nesse livro comprado sao sub liminares e defendem as ideias escravocratas do quatrocentao SAO PAULO
Esse cara dos camarotes nao tem nada de estranho. E ... mesmo.
Concordo plenamente. Perfeita análise. A direita quer utilizar esta " massa de manobra " para seus interesse de poder. Aí rapaziada, vamos pensar antes de ajudar os seus próprios opressores, " tá ligado "!
Correção - seus interesses
Caro Fernando:
A corporatocracia nacional é velha cliente das corporações internacionais da área de segurança e inteligência, que são de fato tercerizações da famigerada companhia. A fabricação de factoides e false flags é a especialidade maior dessas agências. Fabricar um rolezinho ou uma rebelião em presídios, com direito a queimas de ônibus cá fora, é moleza pra essa turma. Em geral esses eventos têm o propósito de desviar a atenção do povo enquanto se processam "tenebrosas transações". Em agosto de 2000 houve um movimento de rolezinhos nos centros comerciais do Rio que virou o documentário Hiato, disponível no Youtube. Naquela mesma época estava se dando o desfecho das privatizações na área de petróleo comandada pela a ANP do ex-genro do príncipe. Veja como soam tolas as declarações de sérios intelectuais que aparecem naquele documentário, quando nos damos conta que tudo poderia não passar de um factoide pra acobertar o que a corporatocracia não queria o povo soubesse. Outro exemplo foram as rebeliões do PCC em São Paulo em 2006, que ocorreram num ano eleitoral como este, com fortes marcas deixadas pela histeria midiática do ano anterior em torno do que a mídia corporativa rotulou de mensalão. Naquele mesmo instante estava rolando um escândalo relacionado às investigações sobre vários ilícitos praticados durante e como consequência das privatizações na área das teles. A esse respeito recomendo a leitura do breve artigo de Sérgio Lírio escrito na época na Carta Capital https://www.dropbox.com/s/cdrb3jp4ferdgs4/Dantas-31-05-06.pdf
Ue... Apagou? Nao pode dizer que e ...?
Pode, desde que você pague a indenização no processo por mim e ajude o ... a fazer uma noitada às nossas custas
Tudo bem. Vou dizer pessoalmente, na primeira oportunidade.
Gostaria de saber pra que o idiota do camarote vai "pegar" mulheres.
Está na cara que ele não sabe o que fazer com elas...
Fernando, só faltou um pouco de visão psicológica na sua análise:
A garotada não está nessa apenas para ““zoar, pegar as meninas e dar um rolé”. Este é também um movimento revolucionário, sim, onde a periferia exige ser reconhecida e reivindica ter os mesmo direitos da classe média. Não é à toa que fazem tanta barulheira, estão querendo dizer "Olha, nós também estamos aqui!" Só que isso tudo é simplesmente inconsciente. Se conseguir tomar consciência do que tudo isso significa e se organizar, o movimento poderá realizar algumas mudanças nesta nossa sociedade tão desigual e preconceituosa.
Todas as pessoas idependente de classe social possuem o direito de ir onde bem entendem. Não sou de cidade grande, sou do interior de Santa Catarina, Tubarão. Aqui nosso humilde shopping está localizado próximo de uma area menos favorecida. Sendo este shopping o único da cidade, todos, idependente de classe social o frequentam. É perceptivel a massa de pessoas das classes mais baixas comprando, dando "rolé", fazendo lanche etc.. em grupos de amigos. Isso é ótimo execelente, que bom que todos hoje em dia podem fazer isso. Mas se reunir em grupos exageradamente grande para ir um shopping cantar sei la o que, aglomerar atrapalhando o fluxo e querendo ou não atraindo pessoas com más intenções, ja é de mais. Não sei se quem esta lendo este meu comentario, entende o quea idéia que quis passar. Mas pra resumir, tem de haver um senso do que é toleravel e aceitavel em cada ambiente.
E Fernando, leio o seu blog independente de lado político, concordo com umas colocações e outras não, normal, só gostaria de dizer que o "Rei do camarote", foi intensamente zoado pelo público, nunca houve apoio algum para ele, dizem até que sumiu das baladas por não aguentar a zoação. Então acredito que não é correto afirmar que o "Rei do camarote" foi defendido pela opnião publica por se tratar de um Playboy (sem noção, na minha humilde e irrelevante opnião e que a turma do rolézinho foi marginalizada por serem pessoas humildes.
Se eu interpretei de forma errada seu texto, me desculpe, mas qualquer forma minha opnião esta expressa.
Abraços
Não disse que foi defendido pela "opinião pública", mas pelos cidadãos que "fazem" a opinião pública. E se expresse sempre, discordando ou concordando. É muito melhor para todos.