A assessoria de imprensa da Operação Lava Jato – isto é. a Globo e o Estadão – forneceu ontem, na noite de um pacato domingo, munição para a continuidade da violação da privacidade de Lula, ao providenciar, na forma de vazamento oficial, a íntegra do relatório do delegado que chefiou a perigosíssima missão de “condução coercitiva “do ex-presidente, em papel timbrado e tudo.
Uma vergonha, porque se trata da narrativa de acontecimentos passados dentro de uma residência particular e porque revela que houve menos preocupação em colher o depoimento do ex-presidente do que em criar uma operação de impacto na mídia, com evidente finalidade político-propagandístico, e com riscos que beiram a temeridade.
Por ela, porém, fica-se sabendo de muita coisa significativa.
A primeira é de que o ex-presidente não se recusou a prestar depoimento. E no mesmo momento em que recebeu os policiais.
A desculpa de que ali não haveria condições de segurança se a ação fosse conhecida é falsa como uma nota de três reais.
A própria Polícia Federal tomou as providências para que a ação fosse do conhecimento da imprensa, ao autorizar, na madrugada, o repasse de informações a seu agente, digo, ao editor da Época, para que a anunciado de forma cifrada, que ela aconteceria ao amanhecer.
É igualmente prova disso o fato de a Folha de S. Paulo ter mantido, durante a madrugada, um carro de reportagem diante do prédio onde reside Lula. É óbvio que esperavam a ação e só haveria uma fonte possível para dar-lhes essa informação: o conjugado PF/MP.
Era apenas a cobertura necessária a que se alegassem as tais “razões de segurança”, ainda mais porque a rua onde vive o ex-presidente é facilmente interditável e qualquer pessoa poderia ser mantida à distância do prédio, que dirá de seu 13º andar.
A segunda informação é a de que o ex-presidente foi levado a uma instalação militar: o salão de embarque presidencial de Congonhas. E uma instalação sem segurança alguma onde, aí sim, poderia ter havido um lamentável confronto e, pior, um confronto envolvendo militares da Aeronáutica, que fazem a guarda do local.
Quem sabe o confronto com a “turba” que ataca uma instalação militar?
A imagem está aí e, clicando nela, você a verá ampliada e julgará sozinho sua “invulnerabilidade”.
Mais provocação: trata-se de uma instalação que, além de não ser policial, é diretamente vinculada ao serviço presidencial. Não pode ser ocupada por policiais federais sem ordem de seus responsáveis, diretamente subordinados à Presidência da República.
Mas a melhor informação, aquela que mais valor político tem, é a de que Lula não lhes abaixou a cabeça e disse que só algemado seria levado de sua casa.
É ela que demonstra que o espírito do ex-presidente não está abatido, como se veria horas depois em suas falas.
E só alguém com a cabeça erguida é capaz de fazer o povo levantar a cabeça.
Preparem-se, meus amigos e amigas.
Será uma semana de produção incessante de “escândalos”, como o que faz hoje o Estadão com o fato de um imóvel vizinho ao de Lula ter sido comprado por um amigo e alugado a ele. Qual é o problema, se o proprietário confirma que o aluguel lhe é pago por Lula?
Não se publicou ou publicará uma linha sobre o fato de Mirian Dutra, pessoa que privava de total intimidade de Fernando Henrique Cardoso dizer que são dele, de fato, os apartamentos em Nova York e o famoso imóvel da Avenue Foch, em Paris, como revelou o Diário do Centro do Mundo.
Para a Gestapo, digo, a Polícia Federal só importa Lula, o judeu.
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Que Fernando, conseguimos agora sim acessar este post! Pois bem, guerra é guerra e a Facção Marinho posta sua artilharia mediática e o Povo...para as ruas com suas armas...a UNIÃO E A MOBILIZAÇÃO!
Mobilização já.
Que fazer
O Tribunal de Roma, a Lava jato e o Mensalão.
Edivaldo Dias de Oliveira
É correto o diagnóstico que afirma que os Poderes Executivo e Legislativo no Brasil vivem presentemente sob ataque sistemático por parte do Ministério Público, do Poder Judiciário e da Policia Federal, alem da grande mídia, não necessariamente nessa ordem.
Também me ponho de acordo com aqueles que afirmam que tais ataques ocorrem em maior ou menor grau em quase todos os países e que os mesmos obedecem a uma Orientação Internacional de desacreditar a democracia, os políticos de forma geral e a prática política como forma de expressão da sociedade. Que tais ataques se dão quando interesses específicos dessa OI são contrariados, como acontece geralmente com governos que buscam assegurar um mínimo de bem estar para sua população, como é o caso do Brasil.
No entanto, apesar dos vários diagnósticos convergirem no mesmo sentido, era de se esperar ao fim e ao cabo dos mesmos que a receita fosse aviada para nos vermos livres desse flagelo. É aqui que o problema começa, pois apesar de tais convergências, não há se quer divergência entre propostas apresentadas, pois que não há rigorosamente nenhuma proposta para o enfrentamento do mal que a todos afetam, alem, claro, da indignação, do terror e do choque.
No mais das vezes o que se ouve e lê são apelos para que cessem os ataques, que o legislativo legisle e o judiciário julgue, deixando passar ileso o malefício da ação militante da míia. Isso, a meu juízo e com todo o respeito que tenho por todos e cada um dos articulistas, equivale a orar para que isso aconteça e nós sabemos que política não é uma questão de fé, mas de ação.
Por outro lado, esperar que aqueles que nos atormentam cessem o mal feito de moto próprio, é o mesmo que esperar de um prisioneiro que contribua para a segurança do presídio, evitando a fuga do mesmo, colocando sugestões na caixa de mensagens endereçadas ao diretor.
Precisamos partir para a ação, para o contra ataque, com as armas que encontrarmos e tiver ao nosso alcance.
É urgente iniciarmos uma contra ofensiva que detenha os fascistas e reafirme os valores da democracia. E para eles que apreciam nomear suas operações com nomes pomposos, que na prática desmentem o que anunciam, nomearemos a nossa ação de Operação Cipó de Aroeira.
Eis pois, minha contribuição:
O TPI – Tribunal Penal Internacional – ou Tribunal de Roma, foi criado em 1998 e sancionado pelo Brasil em 2002, no governo de FHC http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4388.htm e se destina a julgar pessoas envolvidas em diversos crimes, entre os quais os Crimes Contra a Humanidade. Não deve ser confundida com o Tribunal de Haia, que foi fundado em 1945 após a 2ª guerra, para resolver conflitos entre nações, embora funcionem ambas na mesma cidade de Haia.
Em seu artigo 7º o Estatuto do tribunal tipifica esses crimes, como vemos abaixo em negrito e aí podemos enquadrar o tipo de crime de que muitos brasileiros estão sendo vítimas.
Artigo 7
Crimes contra a Humanidade
Para os fins do presente Estatuto, entende-se por “crime contra a humanidade” qualquer um dos seguintes atos quando praticados como parte de um ataque generalizado ou sistemático contra uma população civil e com conhecimento de tal ataque:
Homicídio; Extermínio; Escravidão;Deportação ou transferência forçada de populações; Encarceramento ou outra privação grave da liberdade física, em violação às normas fundamentais do direito internacional;
Tortura; Estupro, escravidão sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização forçada ou outros abusos sexuais de gravidade comparável;
Perseguição de um grupo ou coletividade com identidade própria, fundada em motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos, de gênero, como definido no parágrafo 3º, ou outros motivos universalmente reconhecidos como inaceitáveis conforme o direito internacional, em conexão com qualquer ato mencionado no presente parágrafo ou com qualquer crime da jurisdição deste Tribunal;
Como vemos mais abaixo, a denuncia poderá ser feita tanto por autoridades governamentais, quanto pessoas e ONGs.
Artigo 15
Procurador
1. O Procurador poderá, por sua própria iniciativa, abrir um inquérito com base em informações sobre a prática de crimes da competência do Tribunal.
2. O Procurador apreciará a seriedade da informação recebida. Para tal, poderá recolher informações suplementares junto aos Estados, aos órgãos da Organização das Nações Unidas, às Organizações Intergovernamentais ou Não Governamentais ou outras fontes fidedignas que considere apropriadas, bem como recolher depoimentos escritos ou orais na sede do Tribunal.
3. Se concluir que existe fundamento suficiente para abrir um inquérito, o Procurador apresentará um pedido de autorização nesse sentido ao Juízo de Instrução, acompanhado da documentação de apoio que tiver reunido. As vítimas poderão apresentar representações no Juízo de Instrução, de acordo com o Regulamento Processual.
4. Se, após examinar o pedido e a documentação que o acompanha, o Juízo de Instrução considerar que há fundamento suficiente para abrir um Inquérito e que o caso parece caber na jurisdição do Tribunal, autorizará a abertura do inquérito, sem prejuízo das decisões que o Tribunal vier a tomar posteriormente em matéria de competência e de admissibilidade.
5. A recusa do Juízo de Instrução em autorizar a abertura do inquérito não impedirá o Procurador de formular ulteriormente outro pedido com base em novos fatos ou provas respeitantes à mesma situação.
O TPI nunca se deparou com uma situação como essa, pois o que ele tem julgado até agora são pessoas envolvidas em ações beligerantes, guerras, mas o fato é que seu estatuto não descarta tal possibilidade e a humanidade não deveria descartar também tal possibilidade a priori. Essa ação de denuncia deveria ser encabeçada pelo Lula a mais nova vítima desse flagelo, respaldada por amplo apoio internacional, que entraria como “Amicus Curiae”.
Como vimos, creio que se possa denunciar tanto os protagonistas da Lava Jato como Moro, Dallagnol, Daiello, Janot, os irmãos Marinho e alguns jornalistas do grupo, como Bonner, Ali Kamel, Merval entre outros, como os do Mensalão como Antonio Francisco, Gurgel, Joaquin Barbosa, Aires Brito,que presidiu a corte e permitiu o espetáculo e de novo a família Marinho e seus principais jornalistas e apresentadores.
De qualquer forma é de se pensar em tribunais supranacionais que julguem as ações de juízes, procuradores, delegados e demais pessoas envolvidas em questões judiciais de relevância, pois da forma como está, em que o CNJ e CNMP se transformaram em confrarias, que no mais das vezes chancelam as ações mais estapafúrdias de seus membros, perdendo assim, na prática as funções para as quais foram criadas, não me parece razoável. Por outro, os atuais tribunais supranacionais existentes, apenas reformam as decisões do juiz, deixando-o livre para outros desatinos. Portanto a sociedade precisa pensar seriamente em tribunais semelhantes ao de Roma em níveis continentais ou mesmo regionais como o Mercosul, ficando o TPI como uma espécie de Corte Suprema.
No decorrer da semana vou demonstrar as razões para as denuncias contra proprietários de grupos de mídia e seus mais destacados profissionais.
Postagem de antologia, Fernando, principalmente pela última frase!
O objetivo da lava jato ficou bastante claro, inviabilizar a candidatura do Lula ao Criminalizá-lo, não importa como. Assim na próxima eleição a justiça nos disponibilizará dois candidatos para escolhermos um para presidente da república ( tal como na época da ditadura). Aécio ( PSDB) e Serra (PMDB) tendo como vices Cunha e Bolsonaro. E dessa forma por meio da ficha limpa, só os homens bons puderam concorrer e finalmente a Lavajato poderá ser encerrada.
O pogrom da polícia "comandada" pelo juiz Moro sobre Lula não fica devendo em nada ao Stálin...com um agravante, com a conivência de muitos.
Pois é... Mais um apartamento para explicar.
Lula deveria mostrar o contrato de aluguel de uma vez, para não alimentar a boataria...
Fernando,
Chamam-nos de burros mais uma vez ao divulgar esse tal relatório.
É óbvio que ele foi produzido intencionalmente para que a PF se defenda da violação às leis.
Porque não havia lei alguma autorizando a tal condução coercitiva. E todos os servidores públicos sabem que não são obrigados a obedecer ordens manifestamente ilegais.
Ou seja... Na pratica, ao dizer que Lula resistiu, esse delegado está limpando sua barra. E não merece qualquer crédito.
Quanto à tirá-lo do cafofo, estavam certíssimos os policiais. O edifício e a rua são moradia de muitas famílias decentes que teriam sua movimentação prejudicada pelos baderneiros pagos do lulopetismo. E a principal revelação do documento é que, como todos que não são totalmente palermas já sabiam, o Brahma mentiu ao dizer que bastaria convidá-lo que ele deporia sem problema. O sujeito fugiu como pôde do promotor Conserino e fugiria mais ainda do Moro se este não o tivesse obrigado a acompanhar os policiais. Nossa, o Lula mentiu!! Quem diria?
Obrigado pela audiência
De nada, seu Zé. E por falar em "busca do confronto" faltou um post sobre os dirigentes petistas que estão estimulando os palermas que os seguem a sair às ruas dia 13, com certeza para ver se os bobalhões apanham bastante e eles arrumam algumas imagens de "pobres petistas martirizados" para mostrar. Vendo o risco de perder suas boquinhas, os caras estão entrando em desespero e tentando de tudo.
Caramba! Quando isso tudo vai acabar? Deixem o Lula em paz. Se ele é tão "insignificante" assim, a ponto de fazer bullying para humilhá-lo, já denota quanto medo ele causa na oposição.