A falsa moralidade de um juiz “coxinha”. O “meritíssimo” debochado tem a quem puxar

Vocês pensam que, ao escrever aqui, não é forte a tentação de abordar os assuntos que estão em evidência e atraem a atenção?

É, e muito, porque faz parte do próprio senso jornalístico de tratar do que atrai atenção.

Raul Azêdo, um craque do jornalismo popular, ensinava que um Fusca que caísse no Canal do Mangue era mais matéria do que um Boeing que caísse no Japão.

Mas quando se escreve com causa, não para vender, deixo de lado a lição do Azêdo e fico com a que aprendi do velho Briza.

Austeridade, sempre.

A história do juiz “pirado” que postou suas fotos na praia na internet esta semana, dizendo que “não era fácil trabalhar no Brasil”  e que estava “dois anos e três meses sem trabalhar, mais 106 dias de férias que ainda terei que usufruir” era, estava na cara, um picaretagem.

Na qual a mídia embarcou sem qualquer critério.

A gente esperou, para ver qual era essa história.

E era feia, muito feia.

Hoje o Estadão mostra que o cidadão era, além de perturbado, um picareta.

Está forçando a barra para que saia sua aposentadoria por invalidez.

Invalidez que não o impede de circular por “Washington, Orlando e Miami, onde se ocupava de festas e passeios num Mustang preto alugado.”

Vai continuar ganhando R$ 24 mil por mês, escarnecendo do povo brasileiro.

A matéria do Estadão sobre o personagem é risível, tanto pelo que o personagem diz quanto pela comparação absurda que faz o jornalista com Napoleão, sobre quem parece que o conhecimento do repórter se limita a considerá-lo, ao imperador francês, como “louco de hospício”.

Um espetáculo dantesco, que só o corporativismo absurdo do Judiciário mantém sustentado pelo Erário.

A Justiça brasileira, que manda às favas o formalismo para inovar com coisas do tipo do “domínio do fato” para os seus desafetos políticos e totalmente “formal” quando se trata de assegurar privilégios aos  da “tchurma”.

Manda pagar super-salários aos servidores do Legislativo, manda soltar um médico estuprador porque é da “society” e acha que é irrelevante seu chefe maior forjar uma empresa em seu apartamento funcional para evitar impostos na compra de um apartamento em Miami.

O meritíssimo pateta das fotos merece suporte psiquiátrico e a compaixão, mas não a vida nababesca que ele próprio reconhece ser escandalosa.

Mas escandaloso, mesmo, é a condição deprimente a que está sendo conduzido o Judiciário brasileiro, a partir dos exemplos que lhe vem de cima, de sua mais alta Corte, onde o narcisismo, a vaidade, o exibicionismo, a grosseria e, sobretudo, a falta de austeridade vão transformando os que deveriam ser discretos guardiães das leis e da Constituição.

Antes do juiz Marcelo Antonio Cesca, o simpático gordinho da praia, já se firmara uma “jurisprudência” de usar a condição de magistrado para “aparecer”  e tirar disso vantagens pessoais.

Cesca diz que está se preparando para ser candidato a “Presidente Tampinha”, por conta de seu 1,68 metros de altura. Moralmente, já merece o título.

Outros, em instâncias superiores, se preparam para aventuras semelhantes, mais cedo.

Mas com estatura moral idêntica.

Fernando Brito:

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  • Se o Gilmar Mendes, que como juiz do STF é referência para a classe, embolsa milhões vendendo cursos para o pessoal do próprio Judiciário e o Barbosa compra apartamento em por 1 dolar em Miami e fica tudo por isso mesmo, o juiz em questão até que está custando pouco para o contribuinte. O Judicário já apodreceu há muito tempo e quem deveria colocar a coisas no devido lugar é o Senado, mas cadê o culhão?

  • Jesus, eu enterraria meu proprio corpo e deixaria a cabeça de fora, para que os Gnus cagacem nela, se eu levasse uma puxada destas..
    Devendo é claro..
    Mas se eu devesse, ficava bem quietinho, para nenhuma Hiena rir de mim.

  • Não consigo ver nenhuma diferença co gilmar mendes, barbosa e weber. Comportamentos igualmente repulsivos.

    • Eu não consigo ver a diferença entre esses "doutos" que voce se refere e um monte de estrume.

  • Juízes imaturos, sem experiência, talvez sem equilíbrio e conhecimento para julgar a vida de uma pessoa. Se com os antigos, a coisa está preta, imagine com esse bebezão do judiciário...Pós-modernidade, carreira, sucesso, fama e dinheiro. É só isso.

  • Quantas coincidências, as vezes penso estar a ver chifres em cabeça de cavalo.
    Se mal pergunte, o STF é alguma holding do STE, ou coisa parecida, e ainda pergunto, por ventura, existe alguma ligação com outras Empresas, tipo assim, Globo, Veja, Folha, Itau.....

  • Tudo isso acontece porque os brasileiros continuam elegendo congressistas sem compromisso com os interesses do País, como os milionários do agronegócio, os "espertos" evangélicos e outros venais. É preciso exigir que o Congresso acabe com o mandato vitalício para juízes e com outra excrescência jurídica que é a a "punição" com aposentadoria compulsória para juízes bandidos e canalhas!

  • O judiciário brasileiro é uma das obras de FHC no poder. Nada me surpreende.

    • Herança de FHC é só o Gilmar, a Supremo já era podre antes, foi ele quem mandou a Olga Benário para ser morta na Alemanha, então foi quem decretou a pena de morte, só não tiveram a coragem de ser a mão do carrasco.

  • Ridículo o poder judiciário ser auto-gerido! juiz no brasil é uma CASTA!
    Revolução começa assim: matando cada juiz deste país, em praça pública.
    Não há instituição mais podre e anti-republicana que nosso judiciário!

  • Meus Deus, como as coisas mudam! No meu tempo de jovem, no interior de Minas, o Juiz de Direito da cidade na época era um cidadão quase reverenciado, devido ao respeito que inspirava. Meu pai, uma pessoa extremamente correta, o elogiava muito e só faltava tirar o chapéu quando por acaso cruzava com ele, tamanha a sua austeridade e dignidade.
    Hoje, juiz é ISSO!

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