A matéria mais lida, neste momento, no site da Folha de S.Paulo, no noticiário local, é a que diz que o Sistema Cantareira esvazia em ritmo mais rápido, o que este blog já tinha antecipado na segunda-feira.
O que não é nenhum mérito, por as informações estão todas disponíveis, bastando se interessar pelo assunto, que não parece ser o caso mais frequente na imprensa paulista.
Mas a matéria sai mais atrasada ainda, porque o cenário que aterroriza os técnicos – o de uma queda de 0,2% diários no nível da água remanescente – já está instalado e vai prosseguir se agravando, provavelmente, em toda a primeira quinzena de julho, porque não se prevêem senão garoas esparsas na região dos mananciais do Sistema.
A água afluente no Sistema caiu a menos de míseros 2,5 m³ por segundo nos dois primeiros dias de julho e assim vai permanecer (provavelmente, piorar) por alguns dias. Em junho, a média ficou em 6,6 m³?s. Julho, nas médias históricas, ainda é um mês menos seco que agosto e setembro, mas isso é tão pouco que qualquer chuva mudaria muito o número, mas essa redução brutal equivale, em 30 dias, a 10 bilhões de litros de água.
Como diz a Folha, acendeu uma luz de alerta na Sabesp. (Acendeu? Agora?)
Alckmin anunciou ontem novas “gambiarras”, emendando canos para aproveitar as águas dos sistemas Rio Grande e Guarapiranga no abatecimento da área servida pelo Cantareira. Agora, depois de seis meses de seca, porque preferiu soltar fumaça com a onírica transposição de águas do Rio Paraíba do Sul.
E anunciou porque está ficando evidente que o “alívio” dado à região com o desvio das águas do Sistema Alto Tietê – o segundo maior da região metropolitana – está “matando” também estes outros reservatórios, que perderam um sexto do volume – de 30,7% para 25,5% – nos últimos 30 dias. E não poderia ser diferente, porque os mananciais deste e do Cantareira estão em regiões próximas, sujeitas ao mesmo regime de (falta de) chuvas.
É claro que ninguém pode prever se e quando haverá o esgotamento das reservas do tal “volume morto”, tanto por causa do regime de chuvas ( tão pequeno que qualquer precipitação pode mudar) quanto pelo fato de que o volume previsto para o bombeamento ser impreciso, por ser feito – no caso do reservatório Jaguari/Jacareí sobre uma lâmina d’água muito fina e, portanto, estar sujeito a redução por represamentos, assoreamentos não detectados e pela própria evaporação, com temperaturas mais elevadas. Já há uma draga trabalhando em Joanópolis para “abrir” trechos da represa que estão ficando isolados.
Uma coisa, porém, é previsíbilíssima: São Paulo está sendo levada a um suicídio hídrico onde só o que se ainda vai saber é a duração do suplício.
Porque está reduzida a algo como uma pessoa que vive no limite do cheque especial, torcendo para que o “dia do pagamento” chegue antes de estourar o limite do endividamento.
E que, se conseguir, claro, já começa o mês seguinte “falida”, porque tem de repor aquela quantia e viver com o pouco que sobrar, se sobrar.
O “dia do pagamento” para Geraldo Alckmin é o primeiro turno das eleições, ou o de um eventual segundo, ideia que faz ele, por essa e por outras, tremer.
Será que ele vai receber?
Porque São Paulo, com ele ou sem ele, em outubro, novembro, dezembro ou janeiro, se não ganhar na Loteria de São Pedro, vai ficar na seca.
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Se fosse do PT, o malho estava descendo com força. Nada explicaria. Aqui no meu estado tem uma propaganda dos democratas, falando da seca. Eles nunca enxergaram isto. Agora que a transposição está quase pronta vem cobrar da nossa presidenta. É muito cara de pau.
O Padilha vai ganhar, deve ser por isso que a folha está divulgando. Se SP não estiver na Loteria de São Pedro, advinha de quem eles vão cobrar? Padilha. Depois endeusar o PSDB de novo. SEMPRE ASSIM COM ESSES IRRESPONSÁVEIS.
"Como diz a Folha, acendeu uma luz de alerta na Sabesp."
Putz, então o problema é da Eletropaulo, que demorou a fornecer a luz necessária?
Lamentamos que os PAULISTANOS e (as) permaneçam nesta agonia por falta de água somente por irresponsabilidade de previsão do incompetente governo do Estado, já fizemos vários documentos de repudio aos descasos deste governo, mas, não ter a competência de Administrar os órgãos que cuidam principalmente deste bem natural e primordial para a vida HUMANA, é ultrapassar os limites da paciência da população...
Outra pergunta que creio, ainda não foi feita:
Aproveitando que as represas tem uma grande área seca, alguma ação para o futuro está sendo tomada? Tais como:
1- Limpeza dos leitos e retirada dos sedimentos depositados pelos rios ao longo dos anos;
2- Desassoreamento (pois a lâmina d'água cobriu a área por décadas);
3- Rebaixar a cota de fundo das represas para aumentar a capacidade;
4- Montar uma estrutura flutuante para o sistema que hoje bombeia o volume morto;
Ou vão esperar as águas voltarem, cobrir tudo e este serviço ser feito com dragas em balsas? Muito mais caro e difícil.
Caro Vicente, suas preocupações são realmente pertinentes, porém, imaginar que alguém que administra um estado mal dando conta da demanda imediata vai se lembrar de ações preventivas é pedir muito, não acha?
Por falar em ações preventivas, elas existem em alguma parte da maquina pública brasileira, em qualquer das esferas?
A mídia paulista está à beira de um Cantareirazzo. Sem água, Chuchu seca.
Boa tarde,
como tudo na tucanagem só ocorre no apagar das luzes e depois que se escuta a explosão e mesmo assim desmentem o fato, mas e agora as vésperas de uma eleição com uma copa que repercutiu muito bem e agora PSDB como fica o abastecimento de SP, ah é, é culpa da SADESP o governo não tem nada a ver com isso. Mas se fosse o PT, em? KKKKKKKKKK....
ja disse aquí que o problema da Cantareira nao e so a falta de chuVa. E a falta de cuidado com as nascentes . derrubada da mata atlántica para o plantío de EUCALIPTO que seca as nascentes que alimentam o sistema cantareira. Tudo com o apoyo do governo tucano.
Os eucaliptos são também conhecidos como "esponjas":
http://www.deverdecasa.com/2014/02/sobre-chuva-agua-e-eucaliptos.html
O Príncipe da Privataria sabia que não poderia concorrer a um novo mandato então, deixou faltar água nas grandes represas para prejudicar o governo que viria a seguir. Não deu tempo de executar o plano porque faltou água e o apagão veio cair no colo dele.
A cidade de São Paulo precisa parar de crescer. Ele deveria ficar 10 ou 15 anos sem aprovar empreendimentos imobiliários novos, somente permitindo reformas e sem ampliação. Tá faltando água, o trânsito está horroroso, segurança deficiente, quando chove tem enchente em vários pontos e etc. Não há espaço para ampliação a não ser com desapropriação e esta é sempre onerosa. Está caminhando para o caos, vai acabar parando. Os vereadores precisam, pelo menos, discutir esse problema.
Aonde tem governo tucanalha tem M das grandes. Claro que chancelado pela casa grande e pelo pig.