A Folha, suas “folhices” e o pundonor da hipocrisia

A capa da Folha de S. Paulo, hoje, é um primor.

Manchete em letras garrafais para um enorme escândalo de corrupção.

Doze pessoas, todas pobres, no Mato Grosso e no Piauí, aparecem “doando” entre R$ 300 e 600 reais para a campanha presidencial de Dilma Rousseff quando teriam, na verdade, trabalhado como “cabos eleitorais” remunerados no segundo turno.

Jesus!  Como sabemos, todas as pessoas que seguravam placas e faixas de candidatos, de sol a sol, o faziam por intensa militância e consciência política, não é?

A República está chocada com esta revelação.

Já não se trata de um escândalo de sonegação como o da Globo, coisa pouca, aí de R$ 1,2 bilhão, com um processo misteriosamente roubado de dentro da receita e que deu até condenação criminal para uma humilde agente administrativa apanhada para “bode expiatório”.

Nem de coisas insignificantes, como a venda da Vale por um cinquenta avos do seu valor, ou a entrega de alguma grande estatal…

Não, agora é um caso gravíssimo, que justifica mandar um “enviado especial” para o Piauí e para o Mato Grosso e abrir manchete dominical!

Claro, um jornal comprometido com a verdade como a Folha, incapaz de publicar levianamente acusações ou armações, como uma falsa ficha policial de Dilma Rousseff às vesperas da campanha eleitoral, um jornal que é o esteio da moralidade pátria, não pode concordar que dois motoboys, por terem recebido 300 reais e uns dez litros de gasolina para encherem o tanque de seus possantes veículos, jamais poderia se calar diante de situações que, pela sua gravidade, influíram decisivamente num pleito de 120 milhões de eleitores.

Não, a Folha não abre mão do seu papel exemplar, até porque tem compromissos com as formação de nossas crianças, expressos – vê-se como – nos 5.200 exemplares que lhe compra o Governo Alckmin para distribuir nas escolas paulistas.

E, de forma exemplar assim, certamente vasculhou as contas eleitorais de Serra e Alckmin onde, é claro, não considerou relevante a sra. Ana Maria Gontijo, mulher de um dos filmados – veja aqui como ele, o “Zé Pequeno” é bonzinho com a turma do Arruda – ter doado R$ 8,25 milhões à campanha do tucano em 2010.

O fato do marido desta fada madrinha ter uma empresa que prestou serviçoes no Governo Serra e Alckmin não é interessante jornalisticamente.

Afinal, são negócios, mesmo que prostituídos.

Grave, mesmo, é o motoboy do Piauí não ter trabalhado apenas por apenas por amor.

 

 

Fernando Brito:

View Comments (30)

  • Dona de casa no mercado fazendo compras pra eles e mais um comprado pelo PT pra votar na Dilma. Tao matando cachorro a grito.

  • Daqui pra frente vai ser assim,meu caro,e só da uma olhada no crescimento da Presidenta Dilma.

  • Cada vez que o grafico da Dilma sobe, tem um monte de gente com caganeira e com medo de perder o emprego.

  • Essa materia da Folha e prova que ta dificil achar "sabujo qualificado" no mercado de trabalho. Devem estar promovendo cursos de capacitacao.

  • Um primor, também hoje, 29/09, á coluna da ombudsman, onde se pode ler: "...No processo de produção, o departamento comercial não intervém na parte editorial e a Redação não sabe quais propagandas vão entrar. A separação de áreas impede favorecimento aos anunciantes..." Isso , numa crítica sobre um caderno chinfrim, em que alguém supôs favorecimento de anunciantes.

  • Falar o que dessa gente! Tratam seus leitores e ou cidadãos como verdadeiros imbecis. Nem tem noção do ridículo que são. Patéticos.

  • Depois do mentirão, se este é o máximo de denuncia que o PIG, através da sucursal de SP, a FALHA, consegue fazer contra a Presidenta Dilma, podemos antever o rolo compressor que ela fará, quando denunciar as verdadeiras falcatruas do p$db e companhia, nos diversos níveis de governos que ainda lhes resta.

  • A Fóia acha R$ 300 reais um absurdo, mas R$ 1 Bilhão do propinoduto tucano ela nem se incomoda. Quanta hipocrisia. Esse jornal só serve mesmo para alimentar os coxinhas que leem a Fóia.

  • Se a linha politica de um jornal e imcompativel com os fatos, so resta aos jornalistas dar no em pingo d'agua. Se vira!