A incrível história – mal contada – dos "baderneiros da Abin"

Os jornais de hoje trazem uma história tragicômica – mais uma – sobre a capacidade (ou será melhor chamar logo de incapacidade das autoridades públicas brasileiras em cuidar de qualquer problema policial, a não ser distribuindo tiros e cassetadas.É a história do casal Igor Pouchaim Matela e Carla Hirt, detido no dia 18, no Leblon (leia-se: manifestação contra Sérgio Cabral) por estarem, ela atirando pedras em vidraças e ele desacatando os policiais que detiveram a mulher.

Eles teriam sido levados à 14a. Delegacia, sem documentos e se identificados como “agentes da Abin”.

Como estavam sem documentos, certamente não mostraram suas “carteirinha de araponga”. Foi no gogó?

Os dois teriam sido, então, liberados com o pagamento de fiança.

E agora, sumiram.

Bom, a D. Carla é uma geógrafa gaúcha, que está no Rio fazendo doutorado e lecionando no Instituto de Aplicação da UERJ, além de se dedicar a organizar uma página para prevenir atropelamento de ciclistas. Não tem nada na vida dela que a pinte de araponga.

E o Sr. Igor faz mestrado no mesmo instituto onde Carla se doutora, fez concurso para o Magistério Estadual e, de fato, aparece numa publicação do Tribunal de Contas da União no Diário Oficial,  num processo de admissão para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, ao qual a Abin se subordina. É de 2008, ano em que ele estava se graduando em Licenciatura em Geografia pela UFRJ.

E a Polícia Civil diz que o caso será investigado pela Comissão de Investigação de Sérgio Cabral, aquela que não sabia ser ilegal a decretação de quebra do sigilo telefônico por decreto do Governador.

Pare o leitor e pense: se os dois se identificaram como agentes, teriam de ter sua identidade confirmada, ou então serem autuados pelo crime de falsa identidade (art. 307 do Código Penal).

Não é possível que seja preciso uma semana para que uma autoridade policial possa confirmar a vinculação de uma pessoa, identificada, qualificada nos autos de sua prisão, a um órgão público de informações.

Tem batata nessa chaleira, como dizia o velho Brizola.

Mas é preciso ressalvar que, com a Abin, depois que o General José Elito chamou os jornalistas para conhecerem a sala secreta de avaliações e inteligência do Gabinete de “Segurança” da Presidência, tudo pode acontecer.

Até ter mesmo agentes ajudando a criar um clima de instabilidade para o país e de fragilidade para o governo.

 

Fernando Brito:

View Comments (5)

  • A presidência deveria criar uma policia secreta pra própria segurança, pois como se tem noticiado, não se sabe mais quem é quem na polícia.

  • A presidência deveria criar uma policia secreta pra própria segurança, pois como se tem noticiado, não se sabe mais quem é quem na polícia.

  • A presidência deveria criar uma policia secreta pra própria segurança, pois como se tem noticiado, não se sabe mais quem é quem na polícia.

  • A presidência deveria criar uma policia secreta pra própria segurança, pois como se tem noticiado, não se sabe mais quem é quem na polícia.

  • A presidência deveria criar uma policia secreta pra própria segurança, pois como se tem noticiado, não se sabe mais quem é quem na polícia.