A prévia do IPCA, hoje, de o.71% e o resultado de ontem do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal da Fundação Getúlio Vargas, indicando uma retomada e altas (0,56%) após o recuo para 0,48% da semana passada mostram que, embora mais leve que na explosão de dezembro, a alta de preços prossegue em níveis preocupantes no início do ano.
Não é possível, claro, prever se algum choque econômico ou mesmo uma possível desaceleração da economia mundial irão se refletir em variações fortes no preços, mas o curto prazo passa a ter uma importância enorme diante das pressões, visivelmente forçadas, por uma nova queda na taxa de juros.
Explico: a inflação esperada para janeiro, algo entre 0,5 e 0,6% é o bastante para deixar a inflação, em 12 meses, igual ou acima dos 4,5% atuais da Selic, que o mercado espera vá ser rebaixada, no início de fevereiro, quando se reúne o Conselho de Política Monetária se reunirá.
Taxa de juros negativa é algo que vai acelerar a fuga de capitais.
Os agora chamados “especialistas” – pois o nome economista anda meio por baixo – dizem que o que importa é a inflação futura, e é verdade. Mas a inflação pregressa é que cria as distorções que adiante vão ser sentidas.
Para os mais pobres, o efeito é ainda pior, porque a maior parte dos aumentos de preço está concentrado nos grupos de produtos e serviços que mais pesam em suas despesas: alimentação e transportes.
A persistência de valores elevados do dólar, embora a queda do consumo “segure” boa parte do repasse dos preços das matérias primas, também não ajuda a baixar preços.
Para quem duvidar, sugiro uma ida ao supermercado ou ao hortifruti.
A inflação “taxa” costuma ser menos importante que a inflação etiqueta na percepção pública.
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Acho que a inflação vai continuar aumentando. O povo tem cada vez menos dinheiro para gastar, mas os pequenos e médios comerciantes, pertencentes à classe média, são ignorantes em política e em economia. Ao invés de baixarem os preços para vender mais, vão aumentar os preços, para tentar manter seus ganhos.
Se a taxa Selic subir ou baixar, isso não fara diferença nenhuma na economia, porque só na cabeça dos economistas desse governo e dos jornalistas da grande mídia é que essa economia se movimenta.
Fora a inflação camuflada na diminuição em quantidade e/ou volume de produtos, de alimentos a artigos de limpeza e higiene.
A força de trabalho perdeu valor com as reformas e margem de lucro dos empresários aumentou. Isso dos poucos que ainda produzem, porque está cada vez mais atrativo importar ou simplesmente vender o negócio e só viver de especulação financeira.
Diminuindo as taxas de importação e abrindo as compras públicas para empresas estrangeiras nas mesmas condições das nacionais, não haverá importadora e financeira que segure a economia sozinhas.
A inflação passada cria expectativa para a futura e a de etiqueta confirma e reforça isso.