Está claríssimo o que representaria a continuidade de Jair Bolsonaro para os brasileiros, desnecessário gastar palavras e nauseante pensar o que nos poderia vir de outro período desta desgraça.
Há muitas opiniões políticas, muitas opções ideológicas e partidárias, mas não pode ser legítima qualquer uma que demonize brasileiros, que sugira a sua morte ou seu exílio, que transforme o governo da República em um “cercadinho” de fanáticos.
Chegamos a um ponto em que já não se pode duvidar que a reeleição de Jair Bolsonaro é um despenhadeiro em direção ao autoritarismo, às supressão das liberdades públicas à destruição das instituições e, sobretudo, à entronização da ignorância, da estupidez e até da violência como método de solução das divergências políticas.
É o que está fazendo com que todos os dias surjam novas declarações de voto no ex-presidente, muitas vindas de pessoas de quem não se pode achar que sejam nem vagamente “lulistas”, como ocorreu hoje ontem a de Joaquim Barbosa, vazadas nos termos mais duros contra o ex-presidente, e a de hoje, do ministro Celso de Mello.
Ou dos empresários que foram ao “beija-mão” antecipado de ontem. Ou as celebridades “nada a ver” com o PT, como a declaração de voto da Angélica que, possivelmente, traduz Luciano Huck.
Sejam bem-vindos, ainda que sabendo que essa adesão é transitória e, depois de 1° de janeiro a conversa será, provavelmente, outra.
Ainda que se vão para a oposição, será bom ver ressurgir no Brasil uma direita civilizada, com a qual se possa dialogar e divergir sem que isso impeça, pelo menos, conviver. Os próprios viram no que deu estimular as hordas fascistas.
A maré Lula está subindo e ainda dá para descer do muro.