No Brasil dos ódios em que vivemos é sempre bom contar histórias que ajudem as pessoas a entender que justiça é completamente de vingança.
Hoje, quando o “esfola, mata, enjaula” é repetido por gente que teve tudo e ainda assim é capaz de odiar, chega-me pelo facebook do professor Nílson Lage, uma notícia do The Guardian, destas que não dá para deixar de parar e pensar quando se lê.
A alemã Ingeborg Syllm-Rapoport foi proibida de defender sua tese de doutorado em 1938, durante o domínio nazista, porque sua mãe era judia. Médica neonatologista (especialista em cuidar de recém-nascidos) ela fez sua defesa de tese quase 80 anos depois e, semana passada recebeu seu título de Doutora da Universidade de Hamburgo”
Ingeborg tem 102 anos de idade.
Sofreu o exílio (nos Estados Unidos), com o marido o bioquímico Samuel Mitja Rapoport, um socialista austríaco também refugiado, voltou para Berlim (então oriental) e trabalhou como pediatra e pesquisado até ter mais de 80 anos.
É obvio que a Doutora Ingeborg não vai mais clinicar ou lecionar.
Mas houve uma reparação, a possível, daquela monstruosidade.
Quando li a história, lembrei de tentar explicar, pelo lado oposto, o que se quer, quando se pede o obvio, que os que torturaram e mataram pessoas por razões políticas sejam julgados.
Ninguém quer colocar velhinhos da ditadura na cadeia.
É para que se faça aquilo que Burkhard Göke, diretor do hospital da Universidade de Hamburgo, disse em seu discurso:
“Nós não podemos desfazer as injustiças que foram cometidas, mas os nossos olhares sobre o passado podem moldar a nossa visão sobre o futuro.”
Nada além é preciso.
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Se depender do olhar e o sentimento de justiça dos trbunais Brasileiro, temeroso da Midia, vamos aguardar mais 100 anos. Por isso o nosso futuro não é promissor e tendemos a repetir os erros do passado como se pode verificar pela quantidade de golpistas que se pronunciam diariamente sem nenhuma manifestação da justiça.
"É preciso ser duro, mas sem perder a ternura, jamais." Che Guevara.
Caro Fernando,
fico impressionado com a contundência de suas palavras, porém sem partir para
a agressão ou ofensa.
Pó para!
Os créditos não venceram? Ela não teria que cursar tudo de novo? A Lei só vale para alguns? Desculpa. Ela é socialista, viveu na DDR, aí pode.
Atc
Dilter Folha
Ô Dilter,
Você tá gozando? Se, não então afirmo que você tem a visão burocrática acadêmica, muito difundida na nossa academia, pra não dizer, também cartorial . E a vida continua com essas cabecinhas "pensantes" ...
Será que sempre tem que ter um coxinha para falar m..rd. !?!? A senhora Ingeborg clinicou a vida inteira, mesmo sem o título doutorado, porque raios você acha que ela estaria desatualizada !? Vc tem o que na sua cabeça ôca !?!? Pelo epíteto 'FOLHA, que lá em casa a gente usa para limpar cocô de cachorro, não deve ser coisa boa....
"O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES - O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS"
Dilter Foha,trata-se de uma reparação, por um prejuízo causado a alguém que teve parte de sua vida destruída. E como disse o diretor do hospital de universitário de Hamburgo, " Nós não podemos desfazer as injustiças que foram cometidas, mas os nossos olhares sobre o passado podem moldar a nossa visão sobre o futuro.” É lamentável a preocupação com a burocracia num caso como esse. Assim, podemos pensar num futuro onde cientistas possam dar prosseguimento a vida academica independente da posição políco ideológica assumida.
Isso,
agora transporte isso para as brutalidades do Lampiao do STF e alguns de seus colegas - ofuscados pela Midia nazificada -contra JDirceu, Genoino, que eu sei de cor e nao vou listar aqui.
e quando vão reparar?
Canalhas.
Outro dia via fotos de pessoas comuns em Cuba alegres e usando camisetas e simbolos do Império. até ai tudo bem.
Porem estao esperançosos com a promessas e acenos dos algozes. Entende-se ate certo ponto.
Pena que nao sabem que sapo nao pode transportar escorpião para a outra margem do rio. Nao sabem ainda.