A ‘meia PEC’ arruina Rodrigo Pacheco

Vá lá que ninguém levava muito a sério a pré-candidatura de Rodrigo Pacheco à Presidência da República e sua pretensão de apresentar-se como um “novo JK”, sem ter as obras que o criador de Brasília tinha em seu currículo e nem sequer s habilidades de “é de valsa” que este tinha na política e nos salões dançantes.

Todo mundo sabia que ele era apenas um “candidato-tampão” para permitir que Gilberto Kassab cacifasse uma provável aliança de segundo turno com Lula (ou com outro candidato, a ver como viria o vento) na fase decisiva das eleições.

Só que Pacheco, de insosso passou a amargo, quando teve de tomar posição sobre a imoralidade que ocorre no Senado com as emendas secretas do relator do Orçamento – que dão a ele, presidente da Casa, imensos poderes porque, afinal, o relator é escolha sua).

E agora, azedou de vez, porque a confusa promulgação da metade da PEC dos Precatórios descumpriu o acordo feito no Senado para aprovar a proposta, sem prejudicar o Auxílio Brasil mas limitando o emprego de verbas extras em outras ações de governo e em novas liberações de verbas a governistas.

O pré-candidato, que era, como já se disse aqui, “sem sal e sem molho” passou a ser visto como um dos ingredientes do caldo governista que se tornou o Congresso. Aliás, mais expressamente, como caudatário de Arthur Lira, o presidente-da-Camara-e-paupara-toda-obra do governismo.

A briga pública com a senadora Simone Tebet foi tudo o que a imagem do presidente da Câmara não precisava.

É difícil que, sem voto e, agora, queimado perante a opinião pública, Pacheco siga por muito tempo em sua pantomima de candidato a presidência.

O PSD, que parecia aquele personagem do Chico Anísio que dizia que “eu estava quietinho lá em Barbacena”, não está nem um pouco interessado em assumir um protagonismo negativo.

Até para Geraldo Alckmin, a quem não saberia mal uma filiação sem opção definida na eleição presidencial, Pacheco está se tornando não um pequi roído, mas um espinho de pequi e quem já comeu da comida goiana, sabe como dói.

 

 

Fernando Brito:
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