Jair Bolsonaro pode ter decidido jogar ao mar o seu brother Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ainda ontem seu maior exemplo de gestor público.
Afinal, anuncia-se na mídia que ele deixará, ainda esta manhã, o comando do banco público, oficialmente para cuidar de sua defesa ante a acusação de assédio sexual contra as funcionárias da instituição.
Pouco adianta, o estrago está feito e o assunto vai dominar o noticiário, pois acabou o cuidado inicial da mídia diante de algo tão sórdido que merecia dose extra de prudência ao noticiar e comentar.
Agora, o potencial escandaloso do caso está à solta e, embora o “bolsonarismo-raiz”, vá certamente preferir investir contra a honra das funcionárias da Caixa do que contra o abusador, teremos ao menos 48 horas de detalhes sórdidos do caso.
Água congelada na fervura que se pretendia na fervura do “pacote de bondades” que o governo fará aprovar.
Pode ser pior, entretanto.
Algo aconteceu – não agora, mas nos últimos meses – na relação entre Guimarães e Bolsonaro. Par constante, até algum tempo atrás, do presidente, o presidente da Caixa já não tinha o status anterior com o presidente.
Agora, em desgraça, pode ser que as histórias surjam, até porque a direção da Caixa fará de tudo para não descer ao inferno com seu chefe.
Os negócios da caixa vão entrar em “pente-fino” e é provável que as obscenidades que ocorreram ali não sejam apenas sexuais.