A morte nunca é algo de bom, senão para os monstros

Quem tem filhos, se não sabe, pode imaginar a dor da perda de um deles.

Quem faz jornalismo, não pode se acostumar à ideia de que algo seja “abafado” por algum tempo, por razões políticas, por mais respeitável que seja a dor de alguém.

É a morte de um ser humano e isso não deve provocar senão dor, seja quem for.

Quando vi a notícia de que  havia no acidente “um filho de uma autoridade”, às 19:30 h, no JB, pensei até que pudesse ser um familiar de Lula.

O dono do helicóptero,  José Seripieri Junior, dono da Qualicorp, era também amigo de Lula.

A direita não hesitava em fazer banzé com essa amizade.

Diogo Mainardi e seu parceiro de Veja, Mário Sabino, há quatro dias, faziam insinuações sobre o uso de aeronaves de Seripieri por Lula.

É possível que muitos estivessem festejando, nas redes, se fosse de outro o filho morto.

Quem já andou muito de helicóptero, como eu, infelizmente voei, sabe que isso é uma comunidade de entusiastas, que eu costumava chamar de “surfistas de hélice”.

Não se perde uma chance de voar.

E, às vezes, como aconteceu a este rapaz de 31 anos, por isso perde-se a vida.

Alckmin pode e deve merecer todas as críticas, sim, mas não pela morte de um filho, nesta hora.

Ser de esquerda é não praticar os métodos que a direita estaria usando, neste momento.

Ser de esquerda é ser solidário à dor de todo ser humano.

 

 

Fernando Brito:

View Comments (55)

  • Nenhuma política ameniza a morte de um filho, mas, um sincero sinto muito, é fundamental. Sou um petista não fundamentalista.

    • Não ha duvida, se fosse com a familia do Lula, os meios de cumunicação daria outro tratamento.

      Conhecemos a Direita e golpitas, muito bem.

  • Bem, só posso desejar meus pêsames para o Alckmin e sua esposa e demais familiares, perder um filho, um esposo, um pai, sempre é algo da mais profunda tristeza. Que Deus os conforte nesse momento de dor.

    Sou um tremendo opositor do PSDB, mas isso não me faz desejar dor, doença ou morte para nenhum dos que considero adversários políticos. E se alguém desejar essa dor para o governador paulista e seus familiares tem meu profundo repúdio. Meus sinceros pêsames Alckmin e família.

  • Não gosto do Alkimim, porém transmito meus sentimento, não ficaria feliz com a morte de ninguém, coragem como homem e pai, como governante reflita as dores de quem não pode defender..Você não o que pensam de você...

  • Pergunto: caro Fernando Brito,quantos entenderão isso,?quantos tem consciência plena disso?Quantos nas redes sociais, se fosse o contraio como você disse estaria, dando pulos de alegria ...essa é nossa sociedade hoje graças que são minoria..
    A tragédia humana vem para todos. muitas vezes mudamos na cartasse.infelismente

  • Muito bom, Brito!
    Para forjar um mundo novo, são necessárias novas práticas!
    Que seja um momento de abertura às esferas celestes para esta família!

  • Gente não é hora de política nem de GOLPE, perder um filho nem mesmo eu saberia como enfrentar, Força de homem e de pai Geraldo, política e GOLPE discutiremos depois...Nossos sentimento mais profundos... Força..força.

  • Uma coisa é o político Alckimin.
    Outra coisa é o cidadão e pai Alckimin.
    Nesta hora, não saber separar as duas coisa, é canalhice.

    • O governador é uma coisa...o pai é outra.Sinto mesmo pelo jovem...gatinho,31 anos e como jovem, cheio de sonhos.Ao pai e mãe,sinto muito.Toda a dor é terrível...e quem passa por ela entende.Mas o que importa é o quanto amou e o quanto foi amado.Sinto muito Alckmin!

  • Parabéns, Brito! Conheço-o, apenas, a partir deste blog. Não esperava outra atitude sua.

  • Em horas assim, o senso de irmandade, fraternidade eclode, coloca-se no seu devido lugar - que é acima de qualquer outro mandamento. Sentimentos profundos a toda a família Alckimin e às demais famílias cujos entes se foram no acidente. Para o jovem e a toda a tripulação, oro para que Cristo os enxugue as feridas, os cure as chagas e os conceda a paz ao seu lado.

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