Governos, ao seu final, costumam listar as suas realizações: tantas escolas, quantos hospitais e postos de saúde, quilômetros de estradas asfaltadas, certos milhares de casas construídas e por aí vai…
O período Bolsonaro – poupa-se assim o erro de chamá-lo de governo – tem outro indicador do seu sucesso, aliás alardeado em sua live da semana passada – também apresenta o seu grande legado: a proliferação descontrolada de “clubes de tiro”, onde compra-se, vende-se e desfila-se com os arsenais comprados com o incentivo presidencial: pistolas, fuzis semiautomáticos, carabinas e outros mimos indispensáveis ao bem-estar e à realização dos sonhos de felicidade de gente envenenada pelo ódio.
Já são 2.061 estes “quartéis de final de semana”, para os quais afluem centenas de milhares de pessoas, para receber instrução bélica para que “protejam” seu patrimônio dos “fantasmas comunistas” que, só em suas doentias cabeças, os ameaçam.
Segundo reportagem de Rafael Neves, no UOL, desde a posse de Jair Bolsonaro, abre-se um destes quartéis por dia, para os quais afluem famílias inteiras e seus arsenais de até 60 armas “atirador”.
Desmontá-los será uma missão hercúlea, até porque muitos por lá, promotores, advogados e juízes, defenderão com unhas e dentes – ou com armas, porque ,afinal, elas servem a isso – o seu “direito adquirido” de matar, como herança permanente do Brasil do ódio político.
O Brasil que fica para nossos filhos e netos.