Um deputado, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Paulo Pimenta, foi proibido de vistoriar as condições em que está detida uma mulher, de 53 anos, Cristina Mautuoni, recém-operada, sobre a qual recebeu denúncia de que “está sendo submetida a pressões psicológicas, maus-tratos e a restrições que a impedem, por exemplo, de realizar necessidades fisiológicas de forma adequada”.
Proibido pela Polícia Federal do Governo deste país.
Chefiada pelo senhor Leandro Daiello e sob a responsabilidade de José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça.
Pimenta teve de recorrer ao Judiciário para tentar obter acesso à presa, o que deveria ser algo absolutamente simples.
Teve de pedir ao Juiz da 10ª Vara Federal Criminal do DF, Vallisney Souza de Oliveira, “que seja autorizada a inspeção imediata por parte desta Comissão ao local em que a senhora Cristina Mautoni encontra-se atualmente custodiada”, bem como “aos locais em que ela esteve custodiada no decorrer da prisão preventiva”.
Sirvo-me das palavras de Marcelo Auler, em seu blog:
“É de se imaginar o que aconteceria, em 1979, em plena ditadura militar, se barrassem na porta dos prresídios o então senador Teotônio Vilela, um usineiro, ex-UDN que apoiou o golpe que depôs Jango, para depois criticá-lo com veemência. Ele fez história, como dissidente da Arena, partido do governo, ao visitar os presos políticos na condição de presidente da Comissão Mista do Congresso que analisava o projeto de Anistia Política. O que o governo militar não fez com Teotônio, a Polícia Federal de um governo petista fez com um deputado que além de ser presidente da CDH é do partido que apoia o governo de uma ex-presa política, barbaramente torturada.”
A acusada estava em prisão domiciliar que a Polícia Federal , segundo denúncia da defesa, ameaçava pedir para transferir para o regime fechado se seu marido, o lobista Mauro Marcondes Machado, caso este não fizesse uma “delação premiada”.
Não importa se isso é verdadeiro ou não. Mas não há justificativa para que uma denúncia de maus-tratos a uma mulher presa não seja apurada. Se não é verdade, ótimo.
Se é, exige providências urgentes e responsabilização a quem o faz.
A responsabilidade, que é de Daiello e de Cardozo, também é de Dilma.
Não é preciso ordem judicial para inspecionar uma cela, é atributo da administração, pois não se trata de interrogar a presa sobre o caso de que está sendo acusada, mas sobe as condições de sua prisão em dependência do Governo Federal.
Cardozo está atirando sobre Dilma o exercício desta arbitrariedade.
Espera-se que a Presidenta não o aceite, para não macular sua própria biografia.
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Tudo isso que aconteceu já deveria ser bastante pra fazer cair ainda hoje o ministro da justiça e toda a cúpula da PF. E os gorilas que fizeram essa barbaridade já estariam devidamente expulsos da corporação,além de presos,julgados e condenados.
É inaceitável e injustificável a insistência de Dilma em manter Cardozo como ministro da Justiça.
Às vezes me parece que a presidenta confia cegamente nesse tal de Cardozo. Cegamente demais.
é triste. O poder sobe a cabeça. A presença do Zé na justiça é provocação e fustigar a principal liderança do PT, liderança essa que levo Dilma onde esta. O poder cega, desvirtua e destroi. A Dilma é maior responsável pelos que a cercam
Dilma é a única e exclusiva responsável pelos desmandos que está acontecendo no País, até tortura agora, sinceramente Dilma não vale nada, TEM QUE CAIR E LEVAR JUNTO O SISTEMA POLITICO BRASILEIRO. CAI FORA DILMA!!!
mas uma prova de que a Gloriosa foi mais do que branda, super democratica.
Enquanto houver tanta demanda social pra questão da corrupção (claro, com a ajudinha da mídia PiG e do pragmatismo relativista do PT que manteve todos os esqueminhas e esquemões de sempre em nome do lema "pavamô"), a verdadeira voçoroca que engole o sonho de democracia nunca será tema central, seja por inércia, por convicção ou por covardia mesmo. Estou falando do autoritarismo atávico das elites e de seus instrumentos de "persuasão" nunca reprimidos, enfrentados ou devidamente denunciados. Mesmo quando se fala em tortura nos tempos da ditadura militar, a questão não é vista de forma ampla, sob a luz de seu caráter endêmico. Fala-se da tortura do Estado de exceção, da violência contra antagonistas políticos ao regime, mas não se atenta para o fato que tais expedientes sempre foram usados gratuitamente contra os mais pobres, sendo fator crucial de manutenção da exclusão social, da marginalidade e da culpabilização dos mais pobres sobre tudo que gera desordem ao país. É como se o uso da força bruta e da ilegalidade fosse absurdo apenas em se tratando de membros da mesma "casta" dos que torturam e fazem chacinas cotidianamente.
O que ocorre com este casal de senhores é o limite da desumanidade e da canalhice hidrofóbica de nossa elites. Prender alguém pra chantagear a outro, sem nenhuma justificativa que não seja o "empenho" dos agentes da justiça e da polícia em conseguir as provas que corroborem seus devaneios é coisa da inquisição, não da ditadura. Quem estes caras pensam que são?
Infelizmente, uma vez passado o período crítico, depois de inúmeras injustiças cometidas e arbitrariedades criminosas contra alguém "de bem", volta-se ao que era antes, propõem-se pactos de governabilidade, toleram-se abusos no varejo aos milhões e nada disto comove os que lutam pela democracia e pela liberdade "do povo". Garanto a vocês, leitores do Tijolaço, que se o governo Dilma ou Lula, ou qualquer outra figura notória da sociedade decidisse eleger a questão da violência de Estado como principal trava aos avanços do país, fazendo denúncias, organizando, cobrando, não haveria sequer uma estratégia política contra os denunciantes, não haveria sequer a hipocrisia de simular-se um estado de direito que não existe, não haveria o menor pudor em afundar-se o país numa guerra civil sem sequer arranjar uma justificativa mínima pra tal operação. Genocídio e diáspora seriam as palavras usadas pra explicar o que ocorreria com o povo mais humilde e seus irmãos na dor que expusessem o massacre e o medo vivenciado nos cantões e perifeiras.
Esta é a prova cabal de que nunca, em tempo algum, o Brasil foi realmente uma nação - sequer uma nação! - democrática, soberana e culturalmente diversa. Chego a pensar que não há Brasil de fato. Chego a pensar que os que moram na periferia, em suas idiossincrasias, em sua violência e impessoalidade contra a vida de tantos, bem como seu desprezo pelo espaço público, talvez carreguem em si a mesma razão que move conflitos entre Sérvia e Croácia, entre sunitas e chiitas, palestinos e israelenses. Somos de fato, estrangeiros numa terra em que o Estado e aqueles que conseguem usufruir das liberdades e garantias oferecidas por ele formam uma etnia, um povo com referências morais próprias e interesses e identificações específicos. Já a imensa maioria é outra coisa, também com sua dinâmica própria. Dinâmica esta adaptada e forjada a partir da opressão e da luta pela mera sobrevivência, sem garantias reais de cidadania e bem estar para além da boa vontade dos que governam. Sem reconhecimento e legitimidade perante aos "brasileiros". Este termo aliás, não chega a ser historicamente, um gentílico. É mais a definição de alguém que vive de uma atividade específica, quase uma profissão, tal como costureiro, cozinheiro, marceneiro. Brasileiro é quem vive do extrativismo. É quem vive de extrair riquezas do Brasil, sem com isto, sentir-se parte do povo ou da natureza local. Somos nós, periféricos e caipiras, parte da matéria prima a ser explorada.
O comentário do senhor Edgar Rocha assume uma dimensão história ao lado do prefácio do famoso livro Os Condenados da Terra, do Frantz Fanon.
Dilma costuma agir, sim, mas tem um detalhe importante: Depois que a vaca foi pro brejo.
Seria a Dilma uma ilha de virtudes cercada de incompetentes por todos os lados? A dissonância cognitiva dos petistas e realmente algo de estudo. Na sanha de colocar a técnica do nós contra eles em prática, a responsabilidade da maior mandatária é solenemente ignorada. Seriam Levy, Cardoso, katia impostos a Dilma? Não. Mas ela os mantém, pq?
Em primeiro lugar, Paulo Pimenta é um petista e, portanto, pode estar apenas mentindo. Em segundo lugar, as condições dadas à prisioneira parecem ser as mesmas recebidas pelos outros participantes do Petrolão e criminosos em geral, até melhores, pois ela conta com cela individual. E aí é de se perguntar quantas pessoas foram e são verdadeiramente barbarizadas nos cárceres brasileiros sem que os petistas tenham se preocupado com isso? Alguém pensa que eles estão genuinamente preocupados com a Sra. Mautoni? Que nada. É só medo de que ela conte toda a verdade sobre a operação em que o Lulinhazinho copiou um texto da Wikipedia para tentar justificar os 3 milhões que lhe foram dados pelo casal Marcondes e Mautoni, beneficiados por medidas assinadas pelo papai do "consultor esportivo", a alma viva mais honesta da humanidade. O único interesse dessa gente é defender o chefe.
A sua canalhice cada vez mais se mostra muito versátil. Quem fez a denúncia foi o advogado da mulher, aquele cada chato que só de á lá para fazer valer o direito à ampla defesa de que gozam todos os cidadãos, até um verme imoral como você. Engula a sua bile, seu coxa, porque vivemos num estado de direito, ou ao menos deveríamos, a despeito de todas as tentativas de a direita revogar a liberdade, tanto dos desfavorecidos quanto dos que são úteis para cumprir seus objetivos imediatos, como é o caso da lava rato e da Zelotes.
Sobre essa, há de se dizer. Os 3 milhões do Marcondes certamente é muito mais importante do que o bilhaozinho da RBS e dos Bradesco, nénão?
Ele pode estar mentindo mas pode não estar. Se as condições são aceitáveis por que não permitir uma vistoria? A PF quer vistoria com "hora marcada". Quá-quá-quá... quanto ao filho do Lula, acharam um meio de desviar a Operação Zelotes, que tratava de grandes sonegadores, entre eles, os órgãos de imprensa. Salta aos olhos como uma barata num tapete branco. O medo que a fascistada tem do "homi" é motivo de chacota. E olhem que ainda há o Ciro Gomes e o Requião no banco de reservas. Desde Getúlio, a direita só chega ao poder através de golpe. O atual parece que negou fogo. Continuem tentando. Quem sabe, uma hora, acertam...
Mesmo que fosse verdade, as condições dela são melhores que a de milhões de outros ladrões presos. Por que os petistas nunca se preocuparam com os colegas menos afortunados e sim apenas com ela? Parece que quem está com medo não são bem os coxinhas fascistas.
Queria ver esse teu comentário fascista se fosse vc que com duas pernas operadas tivesse que se baixar no buraco para esvaziar o teu cérebro.
Oi Ernesto
Primeiro, você é um tucano, e ao contrário do petista, você não pode estar mentindo, você ESTÁ mentindo.
Vá com seu veneno reacionário para a grande mídia.
tem como saber se o que se publica aqui chega até a Presidente? não é possível tanta irresponsabilidade,... já deu no saco!
Também me faço essa pergunta.
O deputado Paulo Pimenta deverá ir a plenário na Câmara, assim que a mesma for reaberta, monido de fotos e relatar o que ocorre naquela Masmorra. Enquanto isso chamar a imprensa Internacional e denunciar as condições carcerárias dos presos políticos no Brasil. Não adianta falar com o Zé, esqueçam essa figura que se tornou coadjuvante das torturas no Brasil. A que ponto chegamos em pleno governo do PT que decepção.