A “porra da árvore” tem de ser protegida da mineração predatória

Jair Bolsonaro, na sua cota diária de grosseria, disse hoje que “o interesse na Amazônia não é no índio nem na porra da árvore, é no minério.”

Verdade, sim, mas meia verdade, porque uma imensa parcela da população e outra, na opinião pública mundial, estão, sim, interessadas “na porra da árvore”.

Mas há o que estão interessados no minério existem e são, na grande maioria, grande empresas estrangeiras.

Sim, o ouro é um importante produto mineral brasileiro, o segundo, com 16% do valor da produção mineral metálica, abaixo dos 64% representados pelo minério de ferro, dados de 2016.

Só que 88% do ouro produzido no Brasil é extraído por grandes empresas e só 12% por garimpeiros.

E estas grandes empresas não são brasileiras: Kinross (23,4% da produção); Anglogold Ashanti (19,3%); Beadell (australiana, agora controlada pela Great Panther Silver, com 7%); Serra Brande (controlada pela Anglogold, com 7,2%); Jacobina (da Yamana Gold, canadense, com 5,5%) e Pilar de Goiás (da canadense Leagold Mining, com 4,1%) para ficar nas maiores.

Entre elas, só a Vale (via Salobo, comprada à Anglo American Brasil em 2002) aparece, com 7,6%.

A mineração de ouro é das que mais implica movimento de terra.

O Run of Mine, a quantidade de solo movimentada na extração mineral na mineração de ferro é de 559 milhões de toneladas para produzir 307 milhões de toneladas de minério. O ROM do ouro é de 149 milhões de toneladas de solo para produzir 78 toneladas de minério. Isso, “sem” mil, que ouro é raro e devastador.

É portanto, imensamente maior – mesmo a quantidade buscada de minério buscada também sendo – devastadora do ponto de vista ambiental.

Os cuidados com a mineração de ouro tem de ser redobrados, ainda mais porque o método de usar mercúrio para agregar as micropartículas de outro e torná-las identificáveis.

Portanto, mineração de outro – e ninguém precisa falar do que ocorre nos acampamentos de homens de olhos rútilos pela ambição – exige planejamento e fiscalização e não o envio de tropas do exército para fazerem um perímetro e deixar que dentro do garimpo se forme um inferno.

Fernando Brito:

View Comments (12)

  • A fala revela um cérebro de piolho habitado por uma alma de pulga.
    Esse cuspe tuberculoso, é o presidente do Brasil?
    Vichhhh....

  • Vamos ter militar contaminado com mercurio? Ah, mas cientistas descobrirao um tratamento ou ate cura. E se a cura estiver na porra de uma arvore?

    • O contrabando da porra da genética vegetal desprezada permitirá importar o tratamento a preços de causar arrependimento.

  • Bolsonaro está se equilibrando com um discurso em que passa por nacionalista radical para os militares e por entreguista radical para os americanos. No fim do muro, alguém saberá que foi enganado.

  • Pode enfiar a porra do minério no culto do pastor laranja. A porra da árvore tem que ser preservada!...

    • O cara é maluco
      A minha esperança a curto prazo é um general fique puto com ele e arrebente a cara dele com um soco.
      Ninguem vai tirar o posto dele mesmo

  • O que Boçal Nato propõe é um "modelo de desenvolvimento" que é um velho conhecido da nossa dinâmica social: Alguns poucos se enriquecem, enquanto o restante termina num local favelizado, violento e degradado ambientalmente.

  • É muito difícil fazer o debate com as populações das áreas de mineração. Desprestigiadas, julgando-se pobres, incapazes, sem história, aderem às promessas de (sub)emprego e às doações das empresas para festividades locais. Autoridades financiadas, judiciário... o que já sabemos, mídia não investigativa, um caldo de submissão e destruição.

  • Este é o tratamento dado à floresta? A porra da árvore? Nada como ter como presidente um imbecil "sincero" que diz o que pensa. Os bolsominions imbecis (perdão pelo pleonasmo) tem hemorragias de prazeres e orgasmos de satisfações ao ouvirem seu "mito" disparando esses impropérios. Porra é o governo deste celerado.

  • Dá nojo escutar o linguajar chulo deste asno. Se ele não falasse e apenas zurrasse seria mais compreensível.

  • querem zonear (no pior sentido do termo, de fazer zona) tb em Fernando de Noronha. Não vai sobrar nada se essa desgraça continuar no governo

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