A “urgência gay” de Cunha está pegando mal

Este blog não diferencia as pessoas pelo sexo ou por sua orientação sexual, nem faz do sexismo bandeira política.

Isso é um problema de cada um. Ou, melhor ainda, não devia ser um problema para ninguém.

Mas está pegando mal a “urgência gay” que Eduardo Cunha está mostrando na presidência da Câmara.

Isso já havia sido observado, dias atrás, pelo Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo.

Hoje, o deputado, segundo a Folha, mandou dar urgência ao projeto que proíbe a adoção de crianças por casais do mesmo sexo e o que cria o ridículo “Dia do Orgulho Hétero”.

Francamente, né, seu Cunha, será que o senhor está com algum problema neste assunto?

Com tanta coisa essencial para ser tratada na Câmara e a prioridade é para isso?

Vai proibir também também que o pessoal faça os “Blocos das Piranhas” no Carnaval?

Já imaginou um bando de marmanjos desfilando no “Dia do Orgulho Hétero” fantasiado de… homens?

O senhor vai de Braddock e o Jair Bolsonaro de Rambo?

A sociedade brasileira foi evoluindo muito sem que essa turma do sexismo desenfreado crie este tipo de confronto imbecil, que só abre fossos entre as pessoas.

Cada vez mais as famílias e os grupos sociais aprendem a conviver com as diferenças e cada vez mais a opinião pública condena que isso seja tratado na base da agressão – física e moral -, sem que seja preciso nenhum energúmeno fazer campanhas para ser ou não ser gay, como se isso fosse uma escolha, como ser Flamengo ou Vasco.

Mas, agindo deste jeito à frente da Câmara, fica a impressão de que o senhor Eduardo Cunha “só pensa naquilo”!

Depois não reclame se caírem na ironia com o senhor, depois deste implante capilar com que o senhor se embelezou, cantando, nestes dias de Carnaval, aquela marchinha antiga, dos anos 60:

“Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é…”

Isso se não acharem rimas menos, digamos, louváveis.

Fernando Brito:

View Comments (52)

    • Se ele for bicha como seugere o Fernando então é um ponto a favor da comunidade ter uma autoridade gay e não uma ameaça. Se ser contra gay é ser bicha também quer dizer que ser a favor de gay é ser homem?

  • Fico imaginando a cena: O blocão do Eduardo Cunha e seus 100 deputados saindo em desfile no dia do orgulho hétero, balançando suas bandeirolas, flâmulas e estandartes nas ruas.

  • KKKKKkkkkk! Pra essa turma não basta não ser gay, é necessário não parecer gay!

    Eita armário complicado esse que a porta não fecha direito!

  • KKKKkkk! Pra essa turma não basta ser hétero, tem que parecer hétero! Armário ruim esse em que a porta não fecha!

  • Indico alguns países aos quais talvez o ínclito deputado se sinta mais à vontade com seu autoritarismo homofóbico: que tal Uganda, Arábia Saudita, Iêmen, Irã, Zimbábue, turcomenistão, Bielorússia, Sudão, Paquistão e outros similares? Estamos prestes a nos juntar a este seleto grupo, por obra de um oportunista de ocasião...e ainda seremos motivo de chacota dos países mais civilizados...báh!

  • Será que é possível criticar a homofobia de alguém se apelar para esse tipo de insinuação quanto à sexualidade do sujeito? Preconceitos Preconceito, seja ele qual for, tem mais a ver com caráter do que com desejos reprimidos. Não que seja impossível de isso acontecer. Todo modo, não deveria ser usado como artilharia de crítica. Dessa forma, combate-se homofobia com uma dose cavalar de... homofobia. As insinuações do texto são lamentáveis. Tão lamentáveis quanto o próprio presidente de câmara. Igualaram-se em calhordice.

  • Procurando as rimas menos, digamos, louváveis, segundo o, digagmos, perspicaz jornalista Fernando Brito

    "... CUnha, Ô CUnha querem te passar pra trás!"

    Parodiando um mote de campanha de um ex politico do agreste/sertão baiano!

    Ah esse períodos carnavalescos!

    A gente vê é coisa!

  • O Eduardo Cunha e Bolsonaro devem ter alguns desvios insondáveis. Imagine o cidadão comum, caso seja abduzido pelas ideias dos parlamentares, ficar a se preocupar com o... traseiro alheio. Assim, tipo fiscal do traseiro alheio. E todo dia afirmar e reafirmar que daquela água nunca bebeu ou beberá. Coisa de louco, né?

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