A urna eletrônica é talebã. Você tem que acreditar, duvidar é blasfêmia

O distinto amigo e a distinta amiga, quando sacam dinheiro no caixa eletrônico, conferem para ver se a máquina entregou aquilo que você sacou?

Pois fique sabendo que, segundo a ministra Carmem Lúcia, você não pode fazer isso, porque contar dinheiro manualmente pode levar a erro e você não tem o direito de considerar que possa haver algum erro na máquina de saque. Afinal, ela é de um banco e banco é uma instituição acima de qualquer suspeita.

Não estou brincando, foi exatamente isso que ela afirmou, no voto que proferiu como relatora no processo onde o Ministério Público – gestão Gurgel – atacou e conseguiu derrubar o processo de auditoria de parte (mínima, 2%, apenas) das urnas eletrônicas aprovado pelo Congresso e sancionado por Lula.

Veja o que publica a Folha:

“Para a relatora do processo no STF, ministra Cármen Lúcia, que também é a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a impressão de votos permitiria que candidatos pedissem recontagem de votos mesmo sem indícios de irregularidades.Tal recontagem, ainda de acordo com a ministra, seria um retrocesso, uma vez que a contagem manual é suscetível a fraudes.”

Será que a senhora Ministra poderia explicar, como seria a recontagem COM indícios de irregularidade, uma vez que o voto exclusivamente eletrônico não é material e, portanto, não pode ser conferido?

Ou seja, para evitar uma recontagem onde poderia haver fraude, evita-se a recontagem, porque  não houve fraude, e pronto.

Será que a Justiça eleitoral brasileira, com seus juízes para cada zona eleitoral, não é capaz de garantir a contagem de meia-dúzia de urnas em cada uma? Ou de recontar e conferir, caso haja discrepância com o resultado eletrônico?

É cansativo discutir este tema, porque o comportamento da Justiça brasileira, nesse campo, é pior do que o dos talebãs. A urna é mais infalível que Alá e os juízes do TSE são seus únicos e inquestionáveis aiatolás.

Na Venezuela, aquela “ditadura chavista”, as dúvidas sobre a eleição de Nicolás Maduro só foram dirimidas porque se recontaram os votos impressos nas urnas eletrônicas. Se não fosse isso, o mundo estaria todo denunciando a “fraude” que seus opositores alegram. A quase totalidade dos países usa sistemas de impressão – em todas as urnas! – justamente para haver a possibilidade de conferir os votos, em caso de dúvida.

Os americanos não acreditam em urna eletrônica 100% segura, nem os alemães.

Aqui, nós estmaos muito “à frente desta gente atrasada”..

Temos a gaantir-nos os ministros do TSE, todos peritos da mais alta qualidade em sistemas eletrônicos, hackers e chackers.

Qual a garantia? Ora, la garantía soy yo!

Como sabemos, a Justiça brasileira é neutra politicamente e incorruptível desde sempre.

O STF derrubou o mínimo de controle que os sistemas eletrônicos poderiam ter.

Se a máquina disser que o falecido Enéas ganhou a eleição, ele ganhou e pronto, mesmo que todas as evidências sejam em contrário.

Afinal, seu voto foi o que a máquina disser que você deu. Sem apelação.

Fernando Brito:

View Comments (18)

  • Qualquer sistema pode ser fraudado. Nada está imune.
    Os EEUU invadiram as comunicações de outros Estados. Só na cabeça desses cidadãos - Ministros do STF - não há dúvidas. Aonde estão, em Marte?
    E se alguém - a Presidenta Dilma, por exemplo, em quem voto - ganhasse por margem mínima de votos? A mídia golpista (como na Venezuela) estaria questionando a eleição por falta de transparência. Senhoras e senhores Ministros, transparência convive com sigilo das votações. Ninguém se apropriaria de um voto, só a coletividade dos votos de uma seção eleitoral poderia ser conferido, como antigamente, no voto clássico, na cédula de papel. Poderia se auditar a lisura do processo, a "inviolabilidade" da urna eletrônica. Seria essa inviolabilidade um dogma?
    O voto não seria nem estaria identificado. Seriam votos de uma urno fisicamente condferidos com o resultado eletrônico da urna.
    Mas parece que a turma do STF está a fim de bagunçar o coreto. Até quem escreve no PIG gritou por transparência . e as eleições é dos mais (senão o mais) importantes processos numa democracia.

  • Brito,
    Essa história é velha e ridícula. Será possível que esses imbecis da justiça - sim, só sendo imbecil para estacar numa posição tão indefensável como a deles e não se mover um milimetro em mais de vinte anos! - será possível que não entendam?
    Eu sou leigo em informática, e sou capaz de identificar uma meia dúzia de "momentos" no processo eleitoral em que se pode fraudar uma eleição.
    Pegando um exemplo histórico: Brizola x Proconsult. O esquema da Proconsult era bem simples: os digitadores do TRE podiam digitar o que quisessem, a verdade verdadeira dos boletins eleitorais, que o programa de totalização calculava quantos votos era preciso transferir do Brizola para o Moreira Franco para este ganhar a eleição. A fraude só pode ser detectada porque o PDT começou a ver divergência entre a totalização oficial e a contagem do partido, e pos a boca no mundo.
    Hoje, os dados imateriais são transmitidos das Zonas e Seções Eleitorais para os TREs, onde um programa de computador totaliza e repassa para o TSE. Qualquer programador amador sabe que é possível fraudar o programa sem deixar qualquer vestígio, alterar os resultados, e ninguém vai perceber... qualquer um pode entender isso, menos os Talebãs da justiça.

  • Carmen Lucia já provou para quem trabalha, no episodio do Mensalao e na negociata com a Speridian-Serasa, alem de ser professora na suja e inrregular escolinha do Gilmar e outros coisitas mais.....todos e até meu cachorrinho vira lata, sabe, que é facilmente destravar, quebrar criptografia, hackear e incluir qualquer coisa em produtos eletronicos. EUA provaram ao mundo mais avançado, imagine no Brasil???

    • É verdade! Só que a Proconsukt ficava na própria Globo. Mas, pelo visto agora, foi a Globo que só mudou sua sede.

  • Ai,ai,ai,ai,ai! Agora estou ficando preocupada. Quando esse pessoal já começa a se pronunciar assim um ano antes, o que será que está sendo programado para outubro do ano que vem? Paraguai, no!

  • Infelizmente a justiça é a última instituição que se pode confiar nesse país. Eu nunca confiei em urna eletrônica, se os poderosos já estão tentando desestabilizar a presidenta DILMA para dar um golpe agora, imagina na urna eletrônica, sem a menor possibilidade de uma recontagem dos votos. Só Deus na causa.

  • A esperança deles é de que em uma eleição que as pesquisas de um empate, eles desempatem com as urnas eletronicas, fazendo um "procunsultezinho" particular.

  • Os caixas eletrônicos falham sim, seu mecanismo de depósito e contagem de notas (MMD) é mecatrônico, sendo em grande parte mecânica. É uma questão de custo, eles poderiam possuir maior controle eletrônico, custaria mais e demoraria mais para os serviços, é um erro aceitável pelo benefício econômico. Por outro lado a estatística mostra que nenhum sistema possui 0% exato de erro a engenharia otimiza pelo custo benefício. Já tive saques a mais e a menos em caixas eletrônicos. Quanto as urnas eletrônicas vale o mesmo da urna manual é a fiscalização que contribui para a exatidão, como já provado por Brizola o programa de contagem geral das urnas pode conter desvios propositais e o programa de cada urna pode também ser tendencioso afinal assim como burla a contagem pode burlar o relatório impresso. Os relatórios individuais podem ser também falsificados, até o dinheiro o é. O que permite o uso de urnas eletrônicas é a cultura, o Brasil possui alto índice de automação bancária, já nos acostumamos e por isso há mais confiança, o mesmo não acontecendo em outros países com outras vivências. Quanto aos TREs são totalmente parciais principalmente quando há uma união das elites locais, ao ponto de se tornar vergonhoso. Em nosso Estado o AM até a Secretaria de Meio Ambiente do Município e o Departamento de Trânsito do Município é usado para perseguir candidatos opositores

  • Marcos Freire versus Roberto Magalhães para Gov de Pernambuco. Todos com o 5 e no final de RM, aquilo sim fraude até umas horas!!!

  • È cansativo e inútil.Enquanto os juizes gozarem do INSTITUTO DA IMPUNIBILIDADE,continuará a ser inútil.E cansativo,embora devamos continuar a inquirir,mesmo cansados.Da inutilidade e da canseira!