A desgraça para Bolsonaro sobre o episódio de sua agressão à entrevistadora Vera Magalhães é que se trata de algo que, por corresponder de fato ao seu comportamento, é daqueles rótulos que grudam.
É a insuperável “cola da verdade”, que por isso não sai.
Dentro de dois dias, tropeços e boas respostas de todos os candidatos terão se dissolvido na memória do debate, mas a agressão verbal (e de conotação sexual – “você dorme pensando em mim, você deve ter alguma paixão por mim”) vai ficar como referência.
Até mesmo os xingamentos dirigidos por Bolsonaro a Lula – xingar é péssimo em debates, embora fosse fácil ali o “passa-fora” – não têm a aderência negativa que o rompante de Bolsonaro conseguiu.
Os números se apagarão, as percentagens desbotarão, até a “inexistência da fome” – que deveria e não foi usada com a devida indignação – se diluirá nesta “Matrix” pós-moderna a que a velocidade da informação nos leva.
O “Bolsonaro odeia mulheres”, porém, ficará.