Absolvição de Lula é resultado coerente para delação sem provas

A absolvição de Lula no processo que lhe era movido na “Lava Jato” de Brasília é a consequência natural do que diz a lei: delação não é prova suficiente para condenar quem quer que seja.

A rigor é o mesmo do caso do “triplex do Guarujá”, onde a única “prova” que se tem é o depoimento do empresário Léo Pinheiro de que o valor gasto na reforma do apartamento proviria de contratos – não especificados – entre a OAS e a Petrobras.

Nunhum elemento fático para provar esta acusação foi apresentado.

Não havia provas, sequer, de que o apartamento tivesse sido comprado ou nem ao menos recebido por Lula. Ir olhar um apartamento no qual sua falecida mulher, Marisa Letícia, parecia ter interesse não é ter nem usar o imóvel.

Tanto que se criou um neologismo jurídico para dourar a patranha: o apartamento foi “atribuído” a Lula, seja lá o que isso queira dizer.

No caso encerrado, agora, na Justiça do DF, o juiz entendeu que as acusações a Lula foram feitas por Delcídio do Amaral  – o ex-senador declarou que Lula seria o mandante da operação para calar Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras – para aliviar sua própria situação e que não havia nada a sustentar que nos encontros entre ele e Lula tenha havido algum pedido espúrio.

Absolutamente o mesmo que ocorreu no caso do triplex, com uma única e essencial diferença: o juiz ali era Sérgio Moro.

E Moro não precisa de provas para condenar, porque está convencido da culpa de Lula desde antes do processo chegar em suas mãos, numa divisão para lá de suspeita do caso: todos os acusados foram julgados em São Paulo e absolvidos.

Lula, porém, foi “sorteado” para ser condenado por uma “corrupção genérica”, sem que se pudesse apontar qual foi o negócio público de onde ela adveio.

Vera Magalhães,  tucanésima colunista do Estadão, diz que a absolvisão de Lula derrubaria a tese da perseguição judicial que sofre o ex-presidente.

Ao contrário, Vera, ela o prova, por demonstrar que, em condições normais, delações desacompanhadas de fatos que demonstrem o ato ilícito são nada para provar a culpa de alguém,

Menos, claro, para Sérgio Moro.

 

Fernando Brito:

View Comments (17)

  • Não é o caso de moro estar convencido por antecipação de que Lula é culpado.
    Moro sabe que não há culpa e que todo o processo é uma farsa encomendada pelo imperialismo (a quem moro serve como um agente de ocupação) e que seu papel era o de dar aparência formal de um processo (no final de semana passado até esta fantasia rasgou), que não obedece nem as normas processuais (no caso, ter provas para consubstanciar a denúncia) nem as leis (no caso a tipificação inequívoca do ato criminoso, que em nenhuma hipótese pode ser indeterminado). Para quem desrespeita a constituição, é óbvio que portar-se como juiz de fato é sem importância. Moro é apenas um sicário do golpe no seu desdobramento no judiciário. Um sicário a serviço e mando de potência estrangeira, o que nem procura disfarçar.

  • Não é o caso de moro estar convencido por antecipação de que Lula é culpado.
    Moro sabe que não há culpa e que todo o processo é uma farsa encomendada pelo imperialismo (a quem moro serve como um agente de ocupação) e que seu papel era o de dar aparência formal de um processo (no final de semana passado até esta fantasia rasgou), que não obedece nem as normas processuais (no caso, ter provas para consubstanciar a denúncia) nem as leis (no caso a tipificação inequívoca do ato criminoso, que em nenhuma hipótese pode ser indeterminado). Para quem desrespeita a constituição, é óbvio que portar-se como juiz de fato é sem importância. Moro é apenas um sicário do golpe no seu desdobramento no judiciário. Um sicário a serviço e mando de potência estrangeira, o que nem procura disfarçar.

  • A justiça popular dos 60/70 (saudades) já teria exposto as tripas (literalmente) ao menos de um daqueles aos que a lei não alcança.

  • Vera Magalhães, se entrasse num PASTO, seria expulsa pelos Asnos e Mulas, pois ainda não está apta a ser considerada como tal, ainda é SUB RAÇA, talvez uma AMEBA.

  • Esse juíz só pode ser petista. E ele não condenou por um mero motivo de falta de provas ? Oras, se o Judiciário seguir esse exemplo nós ainda cairemos num Estado de Direito, pior, numa Democracia, esse regime populista !

  • Ou o Brasil enquadra essa inqualificável "justissa" nas mínimas normas de honestidade/honra/dignidade, ou essa inqualificável "JUSTISSA" acaba com o pequeno resquício de honestidade/honra/dignidade que ainda resta ao Brasil!

  • Será que Moro, diretamente de Portugal, à beira do Tejo, vai despachar contra essa absolvição, com o apoio de Gebran, Flores, Laurita Vaz e Carmem Lúcia? Poder, fora das Leis, para isso ele tem. Moro pode tudo na Casa Mãe Joana em que se transformou o Judiciário brasileiro.

  • O discurso de Vera Magalhães é o mesmo do Camarotti, que após o Desembargador Favreto ter concedido o HC a Lula disse que isso era a prova de que a Justiça era imparcial. Com essa tremenda mordida de língua ficou calado após a cassação do HC.

  • Farsa a jato...
    Saindo direto do banheiro de um quiosque em Portugal...

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