Acordo para salvar o Rio é impossível de cumprir: cortar R$ 9 bi de onde?

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou os termos de um “acordo” para salvar o Rio de Janeiro.

O acordo pravê cortes de R$ 9 bilhões em despesas e aumento de receitas  de R$ 1,2 bilhão.

Cortar R$ 9 bilhões em um governo do Estado que não tem dinheiro para comprar papel higiênico para as repartições, como?

Vá vendo.

A contribuição previdenciária sobe de 11% para 14%, com mais um alíquota extra de 8%.

Ou seja, chega a 22% quase um quarto do salário.

Traduzindo, um servidor humilde, que ganhe R$ 1 mil, terá um desconto de R$ 220. Sobram-lhe R$ 780.

Os restos a pagar orçamentários serão postergados, por anos a fio. Em português claro, calote.

As receitas futuras de royalties do petróleo serão dadas em garantia de empréstimos. Exatamente o mesmo que foi feito e que levou o estado a quebrar.

Não é preciso adivinhar que fechar órgãos públicos será um dos caminhos.

Do lado da receita, as propostas não passam no judiciário da esquina.

Obrigar as empresas que receberam incentivos a depositar 10% deles num fundo.

É obvio que não pode incidir sobre o passado e, para o futuro, fecham a porta e vão para outro canto.

E aumento de impostos – sabe, aqueles que reclamam de serem muito altos? –  que iria render R$ 360 milhões em 2017, logicamente drenados da população.

Há  ainda – à semelhança do que se faz com os gaúchos com a venda do Banrisul – a venda da Companhia de Água e Esgotos, a Cedae, na bacia das almas, com um mercado cativo de milhões de  consumidores.

Uma empresa que dá lucro – quase R$ 1 bi, nos últimos três anos,  e que deposita dinheiro limpo na conta do Estado.

A foto da craque Márcia Foletto, de O Globo, que reproduzo acima do post é o melhor retrato que se poderia fazer deste “acordo”.

Uma vergonha.

Fernando Brito:

View Comments (16)

  • Esse de óculos na foto é o dito ministro da fazenda do Brasil de meu Deus ou é um agiota tipo traficante que vende droga esquina?

    Agora de verdade mesmo,esse acordo com o RJ é uma agiotagem pura das mais sem vergonha que tem no mercado.

    Disseram que na hora de assinar as promissórias que vieram do gabinete de Gilmar Perez,Meirelles estava com um revólver na mesa e Pezão desesperado teve que assinar.

    É por essas e outras que em mais um estudo feito nada mais nada menos que na França,país de democracia poderosa e país de primeiro mundo,mais uma vez passamos vergonha hoje,26/01,com a divulgação do estudo sobre a nossa democracia fálida.

    • Onde estavam o Ministério Público e a Polícia Federal nos tempos áureos do roubo do Sérgio Cabral? E ele foi o único a roubar e deixar roubar do Rio? Até parece que estavam aguardando um momento político mais favorável para a prisão do ladrão. E enquanto isso, ele podia se servir à vontade.

  • ... Eu ja' estou começando a sentir pena dos nazigolpistas!

    • Ei, é você mesmo? França? Não acredito...não pode ser! Não faça isto...

  • O dinheiro que foi investido ninguém fala quantos bilhões foram sangrados do povo

  • Digamos que a CEDAE será passada nos cobres...na próxima crise, o que irão vender? Estes neoliberais, além de incompetentes, são BURROS! Pior que É uma burrice planejada...

    • Não são burros não, são mau caráter mesmo. Que você acha que vai compra esse negócio lucrativo com consumidores cativos?

    • Não, amigo Martins. Nada há de incompetência na ação desse vendilhões da pátria. É tudo bem planejado e o objetivo é entregar as nossas riquezas, o nosso patrimônio, para que um pequeno grupo de grandes empresas possam aumentar ainda mais seus lucros.
      -
      Eles não estão preocupados com o futuro, com uma nova crise, pois sempre empurram os custos para cima dos trabalhadores e do povo como um todo.

  • Da o lucro da cedae em garantia....simples. corta os incentivos fiscais indecentes.... Foca no turismo que é a força do Rio. E o reembolso da lei kandir, sei que é causa ganha, Minas tem a receber muito, não sei o caso do Rio

  • Então, já que não teremos o programa, Minas terá que pagar a dívida com a União mesmo em situação de calamidade financeira?

    Em novembro, o Supremo Tribunal Federal julgou uma ação – inicialmente do estado do Pará, mas que teve o apoio de Minas, de Goiás, do Maranhão e outros – que diz que o governo federal está obrigado em 2017 a fazer um ressarcimento da chamada Lei Kandir. A lei de 1996, no governo Fernando Henrique, isentou de impostos estaduais as importações. Minas, que é grande exportador de café e minério de ferro, passou 20 anos sem cobrar ICMS desses produtos. Foram perdas muito grandes. Calculamos que Minas perdeu receitas nesse período de cerca de R$ 92 bilhões. E esse cálculo é reconhecido pela secretaria do Tesouro Nacional. O Supremo determinou um ano de prazo para que se chegue a um acordo com os estados e seja feito esse ressarcimento. Se não fizer, o Tribunal de Contas da União vai criar uma forma de ele mesmo de ressarcir os estados. Isso significa que Minas não deve mais nada para a União. Não temos mais dívida com a União. Se a dívida hoje é em torno de R$ 65 bilhões e nosso crédito é de R$ 92 bilhões, nós temos dívida zerada com a União. O que vamos reivindicar imediatamente é que, enquanto se faz o cálculo de quanto temos a receber pela Lei Kandir, queremos ficar sem pagar as parcelas da dívida. Aliás, que dívida? Se nós somos credores, como vamos pagar essas prestações uma vez que o dinheiro terá que ser devolvido. Ainda que o Ministério da Fazenda não aceite esse argumento, o Supremo vai aceitar. Foram 11 votos a zero. Os ministros podem determinar que Minas não deve mais.

  • meirelles e da trilateral, velho asqueroso e caduco, nem conta sabe fazer esse golpista chupa sangue; que a morte o surpreenda hoje mesmo !

  • O acordo só tem um objetivo: Manter o Rio sob cerco econômico e político permanente e impor cumprimento de uma agenda que possa aprofundar o caos, sem que a população tenha como fugir de um beco sem saída guardado por impiedosa repressão.

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