Só há uma frase sensata no artigo de Aécio Neves, hoje, na Folha, sobre a diplomacia brasileira.
A que diz que há “a tradição centenária do Itamaraty, pautada no respeito aos direitos humanos, à defesa da liberdade e da democracia”.
No resto, o artigo inteiro é a negação desta tradição por um homem que pretende ser Presidente da República.
Aécio sugere que o Brasil tenha uma postura agressiva e invasiva da política interna dos países latino-americanos, defendendo que nos intrometamos nas situações internas da Argentina e da Venezuela, o que é um absurdo que nem Fernando Henrique Cardoso fez.
A linguagem de Aécio é totalmente incondizente com a prudência que um aspirante à Chefia de estado de um país como o Brasil tem a obrigação de ter, e é mais adequada aos tipos como Reinaldo Azevedo:
“Soma-se à vocação autoritária do chavismo uma grave instabilidade econômica, com a maior inflação da América Latina (57%) e a menor taxa de crescimento (1,1%). Arruinado pela má gestão, o país expõe seus cidadãos a uma rotina de escassez de alimentos e de energia.”
Senador, o senhor se recorda que a Venezuela teve eleições livres para a escolha de seu presidente, há apenas dez meses?
E que há dois meses teve novas eleições, municipais, onde o partido de Maduro teve mais votos que seus opositores?
É assim a sua noção de democracia: todo o povo escolhe pelo voto e uma parte dele vai para a rua e derruba o governo eleito?
O senador invoca a “cláusula democrática” do Mercosul, que estaria sendo desrespeitada. O que diz ela? Que os Estados membros do Mercosul atuarão quando de uma “ruptura da ordem democrática em algum deles”.
Há uma crise política, sim, mas onde a ruptura da ordem? O congresso foi fechado? O exército interveio? A Justiça foi bloqueada em sua ação?
Ou ruptura da ordem democrática é qualquer coisa que ocorra contra um governo eleito que não agrade à direita?
O Governo brasileiro está fazendo o que lhe compete, que é assumir uma postura de defesa do diálogo dentro dos marcos da legalidade.
Há 12 anos atrás, até seu mentor Fernando Henrique, rejeitou apoiar o golpe venezuelano, que se serviu das mesmas acusações – que depois se comprovaram falsas – de que milícias chavistas estavam disparando contra marchas de oposição.
Aécio, insano, parece ter feito da histeria sua – péssima – tática de campanha.
Isso fica bem num pateta udenista, não num candidato a Presidente, mesmo de natureza conservadora.
Se, amanhã, viesse a ser eleito, como se relacionaria com o governo da Venezuela? O que faria de nossos interesses políticos e comerciais naquele país, ou na Argentina?
Eu sugiro que, na política do “vamos conversar”, que O Itamaraty mandasse um de seus diplomatas explicar ao senador que a diplomacia brasileira não tira mais os sapatos aos EUA e também não calça ferraduras ao lidar com nossos vizinhos.
Alguém precisa avisar a ele que não rola mais ne nos EUA a política do “big stick”, tristemente famosa.
Francamente, quando alguém faz José Serra parecer um moderado é que a coisa vai mal…
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Brasileiros,
A mídia que comanda os partidos de oposição e os ministros do S T F , acha que pode nos dobrar utilizando-se dos recursos de marketing.
Não vai conseguir.
Ela pode vender qualquer coisa menos o neoliberalismo entreguista.
“AÉCIO NEVES”= neoliberalismo entreguista.
Ele aspira faz tempo?
aecim, aecim!!
o problema de aécio é o pó roial
Toda vez que Aécio visita o Nordeste ele fica assim. Acho que ele não se dá bem com "cocadabranca".
ELE DIZ QUALQUER COISA.......................AH É SIM...AH É SIM..............
Menino mimado, Senador coxinha!
"Isso fica bem num pateta udenista..."
Uai! Então tá tudo certo!
Ou acha que o T. Roosevelt das Alterosas é algo diferente disso?
O famoso vira-latas.
Segundo Maquiavel há três tipos de homens: o que compreende por si mesmo, o que aprecia o que os outros compreendem e o que não compreende por ele mesmo nem aprecia o que os outros mostram. O primeiro é o melhor, o segundo é bom e o terceiro é um inútil.
Para conhecer melhor a histórica política de intervenção dos EUA no mundo, recomendo a leitura do livro 'Sonhando a Guerra', de subtítulo 'Sangue por petróleo e a Junta Cheney-Bush', de autoria do escritor estadunidense GORE VIDAL,DE 2002.
Ele tá treinando para ser presidente do Brasil....
Escrevendo nestes jornais...é pra acabá...