Agência de Águas, finalmente, toma posição por racionamento de água em São Paulo atualização

O presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, finalmente, disse hoje na Câmara dos Deputados que o abastecimento de água em São Paulo vai ter de sofrer cortes – que ele chamou de “medidas restritivas” para fugir da palavra racionamento.

E apontou o eleitoralismo todo da “guerrinha” Rio x São Paulo estimulada por Alckmin e aceita de bom grado por Sérgio Cabral.

-“A discussão entre São Paulo e Rio de Janeiro me pareceu no começo que tinha mais a ver com voto do que com água. O cidadão de São Paulo não vota no Rio, e o do Rio não vota em São Paulo. Isso é fato. Mas a água do Rio de Janeiro e de São Paulo está interligada.” Por isso, segundo ele, há um grande esforço na ANA para pôr à mesa os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas para que se busque uma solução e não o confronto na disputa pelas reservas hídricas, falou o presidente da ANA.

Faz tempo que isso tinha de ser dito, porque a população está sendo iludida com historinhas diversionistas, como a da água do Rio Paraíba do Sul, o que, além de não resolver o quadro de agora, também não é garantia para o futuro.

E por uma razão simples: os tributários do Cantareira e os formadores do Paraíba do Sul são geograficamente muito próximos, o que faz com que, em geral, a seca em um seja seca no outro, como hoje mesmo mostra outra matéria no Estadão.

A semana chuvosa – nos primeiros três dias de abril choveu no Cantareira quase um quarto do previsto para o mês inteiro – reduziu, mas não estancou a queda do nível do sistema.

Mas a queda continua: o maior reservatório, o Jaguari-Jacareí, passou a perder 500 milhões de litros por dia, em lugar de um bilhão e meio diários, como estava acontecendo. Mas nesta quinta- feira baixou de 6% de seu volume: 5,96%.

O sistema como um todo também baixou mais: 12,94%,  no cálculo equivalente total, exceto o povo de bombeamento de Paiva Castro.

Deste vez, o responsável para ANA foi bem claro, embora eu não creio que os jornais o tenham entendido.

– “É preciso tomar medidas preventivas. E, depois, rezar para que chova. Não haverá nenhuma solução técnica de engenharia de curto prazo”.

Exatamente o contrário do que o Governador Alckmin está fazendo, ao colocar as preçes ao “São Votinho” antes do seu dever de governante, e falando em um obra que sabe que não vai responder nem a curto, nem a médio, nem a longo prazo para uma solução equilibrada para o abastecimento de São Paulo.

Porque a situação, hoje, é a de apenas rezar para que a chuva continue, pois uma estiagem de meros 15 dias pode ser o suficiente para fazer com que o esgotamento do sistema venha antes de estarem prontas para funcionas as bombas que vão lhe dar três meses de sobrevida, retirando a água do fundo dos reservatórios.

Atualização da manhã de 4 de abril: Um dia sem chuva nas cabeceiras bastou para a reducão voltasse ao ritmo anterior e se retomasse a tática de esgotar o Jaguari-Jacareí (que baixou a 5,76% da sua capacidade) e reservar a água na última trincheira, o Atibainha. O Sistema Equivalente baixou de 12,94 para 12,78%. Como Alckmin faz com a água o que faz com as penitenciárias, mandando contar como vaga prisional até leito de enfermaria, a imprensa divulgará 13,2%, com a soma do poço de bombeamento de Paiva Castro e muitos, mas muitos mesmo, arredondamentos para cima.

Fernando Brito:

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  • Choveu em SP, más os jornais ignoram a noticia. Deve ser por que lá não há o menor perigo de racionamento ou falta de água. Ou noticiar a chuva com alegria, seja assumir que está faltando água?

    • Mas a jestão é tão boa que falta água nas torneiras, mas sobra nas ruas, alagando a cidade!

    • Isto mesmo, há uma estiagem, mas, está chovendo sim! em algumas regiões, e o que falta é gestão e investimento. Segundo o governo (SP) a perda antes de chegar nos consumidores é de 20%, deveria ser menos. Quanto de água da chuva e ou esgoto é recolhida e tratada para retornar ao reservatórios??? Se houver problema de falta de energia elétrica que se responsabilize o governo federal, mas, aqui em SP até então é culpa da natureza para a mídia parcial.

  • A ANA não precisa fazer o favor ao Alckmin de jogar luzes sobre essa solução do Paraíba. Ela sabe que não é tecnicamente boa e que as águas da bacia do Ribeira, ao sul da a RMSP, são as mais adequadas e abundantes. Não é solução para agora nem para o futuro, mas é solução que deixa os acionistas da Sabesp menos revoltados porque é mais barata.

    • Será que os tucanos estão preparando o investimento do futuro que está na água?

  • a posiçao do representante da ANA servira, no discurso da folha e do estdao, apenas para que o governo de alk consiga transferir a "culpa" pelo racionamento de sp para o colo da dilma?

  • "...A boa notícia (para os investidores) que suplantou a má notícia (para a população de São Paulo) foi o anúncio do pagamento de mais de R$ 500 milhões de dividendos aos acionistas da empresa. Elas explicam por que São Paulo sofre hoje o mesmo tipo de insegurança hídrica de dez anos atrás.

    Enquanto a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado) distribuiu R$ 4,8 bilhões de lucro aos seus acionistas no Brasil e no exterior de 2004 a 2013, a empresa não cumpriu as diretrizes da outorga do sistema Cantareira de 2004, que previa ações e investimentos para atender às demandas da população...."
    Paulo Skaf
    http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/135616/S%C3%A3o-Pedro-%C3%A9-inocente.htm

  • A culpa é do LULA, pelo domínio do fato.
    Lula sabia que o pessoal ia lavar mais carros.
    Lula sabia que o pessoal ia comprar piscina de plastico.
    Lula sabia que iam lavar as casas do MCMV.
    Alckmin não sabia...isto tem que deixar bem claro...

  • A Billings (escreve assim mesmo? ) está repleta de água limpíssima .

  • O alckimim deveria pedir pro Cerra pra ele instalar aquele cano de campanha que ia do sergipe ao ceará aqui nos rios de são paulo. resolveria fácil.

  • Não há nada que possa provocar medo na população ou o caos na cidade.
    A Dilma do Alckmin, declarou outro dia que uma empresa fora contratada para reduzir a perda nas tubulações.
    O contrato de RS$ 1,1 bilhão foi assinado e ao que parece já se encerrou depois do trabalho que foi bem feito.
    Antes a Sabesp perdia na tubulação uns 36%, hoje está acima de 37%.
    Como tanto tem a coragem de dizer que o Alckmin e a Sabesp não tem competência para administrar os recursos hídricos de São Paulo?

  • ...e caso a abertura da copa for no Itaquerão, a falta de água é culpa do Lula...

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