O que há de tão estranho para a mídia em que Geraldo Alckmin filie-se ao PSB, como acabou de fazer, para ser companheiro de chapa de Lula nas eleições de outubro?
Eu mesmo – e decerto você também – conhecemos gente que não votava no Lula e que deu voto aos tucanos várias vezes em eleições presidenciais disposta a, agora, votar em Lula diante daquilo que se tornou a direita e o conservadorismo (já nem podemos chamá-lo assim) sob Jair Bolsonaro.
Se não fosse esta uma enorme razão, há outras. O PSDB, tal como o conhecíamos dos anos 90 e 2000, praticamente desapareceu. Resta dele o que ele nunca foi, João Doria, muito menos Eduardo Leite que, derrotado nas prévias, ensaia abandonar a legenda.
Alckmin, depois da derrota em 2018, foi lamber as feridas daquele trauma e cada mão que lhe dava um tapa nas costas carregava também um punhal. Gerações de tucanos que se criaram em seus quatro mandatos como governador – a começar pela sua imprudente cria Dória – o empurravam para fora do partido.
A aproximação com Lula, antes de ser uma guinada para Alckmin, foi a consequência de uma virada do PSDB à direita, ao lavajatismo e, já nas eleições passadas, ao bolsonarismo.
Ele comparou sua situação agora à do início de sua carreira, quando se juntavam no MDB todos os que combatiam a ditadura. Claro, as situações são diferentes mas, basi
“Eu disputei as eleições de 2006 contra o presidente Lula, mas nunca se colocou em questão a democracia”. disse. Citou Churchill, dizendo que quando alimentamos a rixa entre o passado e o presente, esquecemo-nos do futuro”, referindo-se às disputas com Lula.
— É ele. Nos temos que ter os olhos abertos para enxergar, a humildade para entender que que ele é hoje aquele que melhor reflete e representa o sentimento de esperança do povo brasileiro. (…) Não tenho dúvida que o presidente Lula vai reinserir o Brasil no cenário mundial, vai alargar o horizonte do desenvolvimento econômico e vai diminuir esta triste diferença social que nós temos no país, [porque] o país precisa ser bom não só para alguns, precisa ser bom para todos
E definiu, citando Mario Covas, o que entender será sua relação com Lula:
—Apoiar não significa deixar de emitir discordância. Igualmente, é preciso não confundir discordância com ultimato, nem lealdade com subserviência. Lealdade é é um valor praticado entre companheiros, mas há uma forma de lealdade que se sobrepõe a todas: a lealdade aos destinos do país.
Deu-se hoje um passo para devolver a civilização (e a civilidade) à política.
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Se associar ao Golpista Neoliberalóide Alckimin é antecipar uma frustração por não se fazer mudanças incisivas, é expor uma contradição ao se associar a representantes da Elite do Atraso, é desengajar a militância petista em uma eleição que tende a se acirrar (ainda mais com Lula se associando a Golpistas e Centrão Neoliberalóide Fisiológico).... E ainda pode revitalizar a "Anti-Política", pois vai se associar ao "sistema" (tributário, financeiro e orçamentário) que gera desigualdade e exclusão. Tomara que esse não seja o começo de uma reação Neoliberalóide ou por dentro do próximo Governo ou por substituição de liderança (Novo Temer) ou por radicalização em uma "ucranizacao" do Brasil. Uma pena, pois o Lula tinha uma janela de oportunidade e opções (inclusive de vocês menos golpistas e menos decadentes) para escrever uma história iniciada na CF/88, mas essa história foi sabotada pelo PSDB que nunca deixou efetivar e o PT teve medo de descontinuar. Tomara que não venha outra Dilma 2, com Joaquim Levy e toda a repetição daquele desgaste iniciado pela própria cúpula do PT que tem medo de se desvincular do Tucanistão Neoliberalóide.
P.S. Brito, lembro muito bem de sua defesa da escolha de Dilma em colocar Joaquim Levy como Ministro da Fazenda... E espero que reflita para que evite novos arroubos golpistas iniciados pelas próprias incoerências do PT.