A Folha e o Estadão trazem matérias sobre a preocupação de que a “guerra pela água” entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro se agrave e vá parar na Justiça.
Não vai, a não ser como expediente político.
O problema do abastecimento de água de São Paulo não é para daqui a três anos, quando – com otimismo – poderia ficar pronta a tal captação de água do Rio Paraíba do Sul.
É para agora, já.
Mesmo com as “contas de chegar” que a Sabesp faz para ganhar 0,1 ou 0,2% no volume de água do Sistema – somando a capacidade de um “reservatório” que não pode suportar mais que um dia de fornecimento à cidade, o valor oficial da reserva de volume baixou para 13,8% (ou 13,7%, segundo a Agência Nacional de Águas)
Sem contar a tal “caixa de passagem”, o Sistema Cantareira tem 13,5% de capacidade e seu principal reservatório – 83% do total – está reduzido a 6,6% de seu volume e nem mesmo há certeza que, abaixo de 5%, o túnel que retira dele a água possa funcionar perfeitamente, porque a lâmina d’água sobre a defesa da tomada de captação – veja na foto como é, numa das quatro das seis tomadas que já estão secas – pode não oferecer vazão suficiente para o enchimento total do seu volume.
O esvaziamento deste reservatório está mais acelerado porque a Sabesp resolveu “reforçar” o reservatório do Atibainha, de onde vai bombear água quando o sistema não tiver mais o que transportar por gravidade para a Elevatória de Santa Inês, que manda água para São Paulo.
Não há uma matéria nos jornais sobre o andamento destas obras, nem sobre qualquer estudo sobre a qualidade da água de fundo do reservatório, cuja carga de algas já obrigou, diversas vezes, a aplicação de sulfato de cobre para torná-la adequada á estação de tratamento do Gargaú.
Natural: os jornais de São Paulo estão preocupados com a “guerra” forjada por Alckmin para amenizar a responsabilidade de governos que, há 20 anos, não investem em aumento na reservação de água para a Grande São Paulo.
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Deve ter muito paulistano nesse momento regozijando um ufanismo paulista sem água nas suas torneiras.
Quanta incompetência, por que os coxinhas não fazem uma passeata protestando. Tragam alguns índios lá do Mato Grosso para fazer a dança da chuva e convidem o Alkimin para participar.
Liga não.
Faltam 105 dias para o fim da Copa do Mundo, e 84 dias pra faltar água em São Paulo. O PIG está preocupado com a "falta de energia", se não chover, em Sumpaulo - um apagão na Copa do Mundo.
A "falta d'água" pode esperar. Afinal, eles confiam no Governador Aidenós.
Caro Fernando,
Acho que a foto publicada no início do post é do vertedouro e não da tomada d'água.
Dos mesmos criadores do Apagão, vem ai, o Secão!!!
Gostei mesmo....o SECÃO...
Vocês viram a capa da Revista Época tentando jogar a culpa pela falta d'água em SP no governo federal?
http://www.google.com.br/imgres?imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fepoca.com.br&tbnid=daaabIEr-T-W3M:&docid=oin27JIKUm-VoM&h=530&w=403
São como pragas.
E O Pior. Na chamada de capa o país JÁ vive uma crise energética.
Toda vez que abordo na sala dos professores um assunto relacionado ao desgoverno do psdbosta e a maneira como trata o funcionalismo estatutário e o saque perpetrado a mais de vinte anos no Estado, a resposta é um silêncio ensurdecedor.
Tô cansado, tenho 67 anos, preciso me aposentar!
Leia e responda o que o PSDB - do Aécio Never - quer para o Brasil
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,stf-derruba-lei-da-gestao-aecio-sobre-servidores,1145629,0.htm
Enquanto a alta trucanagem tenta extrair "petróleo" no chão do congresso, em Brasília, em São Paulo o SECADÂO TUCANO vai mostrando o bico grande do criador e ameaçando secar a qualquer momento as bicas e as torneiras dos paulistanos.
Caro Fernando Brito,o debate condicionado pela mídia tendenciosa e incompetente não vai à frente. Apenas serve para mistificar e servir a propósitos políticos.
Tomo a liberdade de sugerir que você entreviste o Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, Francisco Brito, Prefeito da cidade de Embu das Artes, aqui na RMSP. Ele pode te oferecer um panorama mais preciso sobre os estudos realizados (há tempos) sobre a grande região de planejamento para aproveitamento dos recursos hídricos, a chamada grande Macrometrópole. Envolve a RMSP a Região Metropolitana de Campinas, a Região Metropolitana da Baixada Santista, as regiões de conurbação de todo o Vale do Paraiba (em SP) e a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Esses estudos são antigos e vem sendo atualizados inclusive por órgãos do governo do estado de São Paulo que finge desconhece-los. Nada em saneamento e gestão de recursos hídricos se faz olhando somente para particularidades e curto prazo.
Não podemos continuar nessa toada de factóides orientados por conveniências políticas. Nossos sistemas de comunicação social de massa nunca teve preocupação de dar a devida divulgação e valor aos nossos modernos sistemas de gestão (saúde, recursos hídricos, habitação, meio ambiente, entre outros.
Sobre os planos para a Macrometropole: http://www.daee.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1112:plano-diretor-de-aproveitamento-dos-recursos-hidricos-para-a-macrometropole-paulista&catid=42:combate-a-enchentes
"O Governo do Estado, por meio do DAEE, e sob coordenação das Secretarias de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Planejamento e Desenvolvimento Regional, contratou no ano de 2008 os estudos do Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista, com o objetivo de analisar alternativas de novos mananciais para o suprimento de água para a região até o ano de 2035.
A região da Macrometrópole compreende as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba, e os aglomerados urbanos de Jundiaí, Piracicaba e Sorocaba; ocupa uma área de 52 mil km² contendo 180 municípios e 74% da população do Estado, e envolve 9 UGRHI (Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos).
Os estudos estão em fase final, com sua conclusão prevista para o próximo mês de outubro."