Alguém ainda quer falar na liberação de armas?

Será que hoje, depois do massacre da boate Pulse, em Orlando, alguém ainda que falar em liberação de armas?

Será que alguém quer fazer coro a Jair Bolsonaro e gritar que as pessoas, querendo, podem ter um revolver, um pistola ou mesmo um fuzil?

Não estão claras as razões – se é que se podem chamar de razões – que levaram Omar Moteen a disparar contra os participantes de uma festa latina numa casa GLS.

Seu pai, Mir Seddiqui, diz que não há “nada de religião” que pudesse ter levado o filho a esta loucura, mas mencionou uma reação agressiva dele ao ver um casal de homens se beijando, tempos atrás.

Pode ser isso, pode não ser.

Óbvio que quase nenhuma pessoa homofóbica vai cometer um crime destes. Menos ainda qualquer pessoa tomada por fundamentalismo religioso vai agir assim.

Mas o acesso a armas torna o (cada vez menos raro) louco exponencialmente mais perigoso.

Não é a ideia de que “eu sou responsável” ou do que “eu jamais faria uso da arma senão em autodefesa” que nos deve manter longe da liberação de sua posse.

O problema não sou eu, nem você, nem este ou aquele. Nem os motivos de morar isolado, ou de ser atacado, ou de apenas desejar proteger-se.

O problema é uma legislação que permite a posse de fuzis a algo em torno de 9 milhões de pessoas, segundo o USA Today.

A arma de fogo tem sua própria razão de ser, que é o disparo.

Basta que encontre um a fazer-lhe a insana vontade.

 

 

 

 

Fernando Brito:

View Comments (27)

  • Pior que sim. Dei uma olhada nos comentários das reportagens do UOL e lá tem gente que afirma que se os frequentadores da boate tivessem armas, o número de mortos seria menor. Esse pessoal não raciocina.

    • Pois é, e quem em sã conciencia iria em uma boate sabendo que la ta todo mundo armado?!
      Nao pensam!

  • Eu temo a homofobia radical.

    E como se olhar no espelho e ter um choque. Se o sujeito não esta estruturado e tem uma arma....

    No Congresso, uns quatro são vulneráveis. Entre os humoristas, uns vários.Melhor não andarem armados.

  • Compare os mortos pelos criminosos aqui com os mortos no mundo todo em atentados como esse. Em números, ganhamos disparadamente.

    • bronco capiau e seu eterno mazoquismo: odeia o Brasil, tudo de fora(especialmente dos estadosunidosdaamerica) e' muito melhor, mas insiste em continuar morando na terra que ele menospresa, sonhando com disneyland e hollywood. Deixa de ser vira-lata, ernesto.

      • Ei, mas não fiz nenhum comentario ainda!!! Tô aqui quietinho no meu canto !!!

    • Que meigo!!!

      Difícil acreditar que quem cria esta hashtag "fofa" e o mesmo que tem repulsa aos gays e que disse que tem vontade de dar um tiro "nas fuças" de um evangélico!!!!

      • Jamais disse que queria atirar em ninguém , muito menos evangélico, mas é notório que não compartilho dos "valores" daqueles LIXOS !
        Quanto a você, enquanto não mostrar que é homem e não disser onde, quando , quem são seus padrinhos e quais instrumentos pretende que sejam usados, não passa de um panaca que aproveita o anonimato para ofender e repisar sua demência.
        Saia das sombras, poderia encontra-lo se quisesse, mas ai perde a graça, mostre a face, babaca.

  • FALOU SIM E ESTA DEVIDAMENTE REGISTRADO NOS ARQUIVOS DO "BROG" !!!!

    • Então posta ai , tenho certeza que como é meu fã tem todas as minhas postagens arquivadas. Se você provar que disse isso nunca mais escrevo aqui.
      Mas que se registre.
      # PULSE LOVE, NOT HATE !

        • Ok , tô esperando você fazer a colagem onde eu afirmo querer atirar em alguém, nem precisa ser evangélico, que não prezo mas não odeio, entretanto tenho asco de GOLPISTAS como você.
          Mas se colocar e não burlar , como é comum na gente de sua laia, me retiro, se estiver mentindo espero que faça o mesmo e nos poupe de tanto LIXO.

          • "COLAGEM"?

            Começou a arregar cedo...

            Ai vai um aperitivo bastante sintomático:

            "E fuzilar sumariamente todos os traidores da Pátria, das togas às panelas!"

  • Já passamos a fronteira da maldade.
    Estes "nós" oculto na frase anterior é que deve ser analisado mais profundamente.
    Só teremos a prova do quanto a afirmação nos diz respeito, quando nos virmos diante de situação semelhante. Se sobrevivermos aos nossos familiares ou amigos a uma maldade destas, qual seria nossa resposta mais adequada ao contexto. Veja bem, não estou perguntando qual seria a reação mais sensata. Apenas a mais adequada a uma psiquê que goze de alguma funcionalidade. Tento potencializar minha sensação de impotência ao nível de uma chacina destas. Não dá nem pra pensar. Então, qual seria a reação esperada de um ser humano sensato? Chorar e lamentar? Pedir justiça com camisa branca? Fazer loas ao deus da morte? Suicídio? Vingança? Perdão? Sublimação? Contemplação do reino? Esperança? Superioridade moral? Martírio? Pânico?
    Francamente, o texto nos aponta a Razão. Mas, quem teria ou recorreria a ela nestas condições?
    Quando esta roda começa a girar, ou ela pára de uma vez, ou deve ir ladeira abaixo. A pior das dores é aquela que sentimos quando a vemos deslocar-se solenemente, devagar, diante de nossos olhos. Às vezes, dando sinais de parar só pra nos permitir um fôlego que nos prolongue a dor. Depois, acelera novamente, e direciona-se sobre o crânio do primeiro lhe cruzar o caminho. Sem parar de verdade.
    O que sinto é que às vezes apedrejamos o que se vinga mas, tememos sequer apontar o dedo ao agressor primário. O discurso cristão, no entanto protege o segundo: atire a primeira pedra quem nunca! Só depois, a admoestação: vá e não peques mais. Enfim, os que acham que não pecam por afogar seus sentimentos em covardias morais e racionalizações, dependem de apontar os que reagem, porque este é o mau que pode denunciar sua omissão.
    Coloco-me ao lado das vítimas deste absurdo. Espero que as instituições americanas (que não são muito diferentes das daqui) possam mediar a situação e dar uma resposta humanamente correta aos que sofrem. As chances são poucas. Por isso mesmo, prefiro, prontificar-me a relevar as reações desequilibradas das vítimas a permitir aos que festejam tal crime contando com a proteção da superioridade moral dos que foram atingidos. A moralidade jamais poderia ser um fardo. Muito menos motivo pra engolir sapos. Se as instituições não zelarem pelos pacíficos, os verdadeiramente violentos deveriam ao menos, sentir medo da indignação.

  • Tem um troço mal explicado aí. Como é que um cara só, armado de um fuzil semi-automático e uma pistola, consegue dar conta de atingir mais de 100 pessoas (entre mortos e feridos)?

    • Concordo! É muito estranho.... Têm alguma coisa de errado nessa história.

  • JOSÉ CARLOS: Na hora do tiroteio todo mundo tenta se proteger. Um maluco com um fuzil e meia dúzia de pentes carregados pode fazer um estrago danado, como fez.

  • Tu sofres de fundamentalismo fanatizado, o que configura "cegueira intencional", ou és mal informado, sr Gabriel Brito Vieira?

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