O general Hamilton Mourão, vice-presidente de um país mestiço de elite que se acha (até mais do que é, disse que ” no Brasil não existe racismo”.
“Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil, não existe aqui.”
Pois é, o negacionismo funciona assim, negar o evidente para esconder o indecente.
O advogado dos Bolsonaro ter chamado de “macaca” uma funcionária negra da pizzaria que frequentava não é racismo, e óbvio.
Como é simples observação “sociológica” a declaração do próprio Mourão que a “malandragem” tem raiz africana. Deve ser por isso que os chicoteavam até jorrar sangue, não é general?
Mas, pior do que a estupidez de Mourão – que usa a expressão “de cor” para falar de negros, o que me faz pensar que os brancos seriam incolores, transparentes – é o fato de que muita gente o considera “a voz moderada” do Governo Bolsonaro, aquele que também tem um negro de estimação para posar a seu lado nos eventos, numa prova inequívoca de que, de fato, não há racismo por aqui.
Não é o mesmo que pensa o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que também acha que não existe racismo, a não ser o dos negros que lutam por igualdade?
Não há, como em Nuremberg, inocentes nesta escumalha que chegou ao poder em nosso país. Negam que exista o que está dentro deles e que só não lhes impregna a alma porque alma não têm.
Ou, como sugeriu alguém na internet, Mourão está fazendo o mesmo marketing de Bolsonaro: diz aquilo que sabe que pode trazer o apoio de nazistas, de imbecis, de fanáticos e descerebrados.