Que a cantora Anitta entende de marketing, é certo e ela não chegaria ao sucesso que tem, aqui e lá fora, se não soubesse usar esta ferramenta.
É muito boa – e correta – a sua observação sobre a “nova estratégia” do bolsonarismo que pouca gente notou, quando ele começou a usar – sem aitorização, claro – músicas de artistas que o detestam como trilha em seus minivídeos na internet.
E que faz ela evitar que ela cite o nome de Bolsonaro, nem mesmo para dizer “Fora”.
Pena que no jornalismo a gente não possa fazer assim, porque daria gosto não ter de escrever o nome, como o do personagem Voldemort, do Harry Potter.
Acompanhe o raciocínio da popstar, em entrevista ao F5, do UOL, logo depois que o “espertinho” pegou carona em suas redes sociais “concordando” com uma observação dela sobre o uso do verde-amarelo nas roupas, que ele quer usurpar como seu símbolo.
Neste sábado (16), a cantora explicou por que preferiu ignorar o político, que é candidato à reeleição. Ela respondeu à sugestão de um seguidor de colocar uma montagem do presidente como Adolf Hitler no telão do show que ela repetirá na próxima semana.
“É que a estratégia deles agora mudou”, respondeu Anitta. “Eles estão com uma equipe de redes sociais mais jovem e descolada para justamente passar essa imagem dele, fazer o público esquecer as merdas com piadas e memes da internet que faça o jovem achar que ele é um cara maneirão, boa praça.”
“Então, nesse momento, qualquer manifestação contra ele por meio dos artistas vai ser revertido em forma de deboche pelas mídias sociais dele”, continuou. “Assim o artista vira o chato mimizento e ele o cara bacana que leva tudo numa boa.”
Segundo a cantora, isso faria com que ele ganhasse simpatia nas redes. “As pessoas acabam esquecendo o que realmente importa, que é a forma como o país está caminhando, para votar pela
identificação de fã que você tem pela pessoa”, afirmou. “Aquela sensação de: queria ser amigo dele…logo, você votaria no seu amigo gente boa. E por aí vai a estratégia.”
“Já passa a ser mídia boa quando você cita o nome dele, não faz diferença se você citou de forma negativa ou positiva”, disse. “Porque quanto mais você cita de forma negativa, mais mídia ele alcança e usa essa mídia para destinar ao que ele quer. Já usei essa estratégia algumas vezes por isso sei bem o que está rolando (risos).”
Anitta revelou como reparou na suposta nova estratégia. “Comecei a perceber quando eles começaram a usar as músicas dos artistas que odeiam dele no fundo dos seus stories sobre o governo”, disse. “Agora a estratégia do lado oposto precisa ser citar o nome dele o menos possível. Eu trocaria o slogan ‘Fora Fulaninho’ para ‘Muda Brasil’ ou algo que desvincule completamente a narrativa do nome dele.”
Ela diz que o melhor é nem citar o nome do presidente. “Isso, no momento, só vai dar mais mídia e consequentemente mais força”, disse. “Vocês não me verão falando ‘Fora Fulaninho’ até as eleições acabarem. E sugiro a quem for contra ele fazer o mesmo.”(…)
“Se tiver que falar sobre a pessoa por algum motivo extra extra essencial eu chamo de Voldemort (aquele que não se deve pronunciar o nome). Isso te afasta energeticamente da pessoa (risos).”