Antes tarde do que nunca. Campanha de Dilma critica monopólio da Globo

Bem, ao menos uma coisa diferente está acontecendo nesta eleição. Pela primeira vez, em muitos anos, o monopólio da Globo veio para o centro do debate político.

O site Muda Mais, principal veículo da campanha da presidente na internet, publicou um texto em que explica porque a presidente não pôde participar da entrevista no Jornal da Globo.

Explicação é que Dilma está dando entrevistas para vários outros veículos de mídia. A presidente não quer ficar só dando entrevistas para veículos das Organizações Globo.

Uma pena que a presidenta não tomou essa atitude antes.

Mas antes tarde do que nunca.

*

Campanha de Dilma critica a Globo e diz não ao monopólio do debate público

do Muda Mais

A Globo e o monopólio do debate público: não concordamos.

Formado por diversas rádios, TVs, jornais e revistas Brasil afora (somente na TV, a Globo possui 122 emissoras sendo 117 destas afililadas (link is external)), o Sistema Globo de Comunicação parece não aceitar muito bem recusas sobre a participação de candidatos em sua bancada.

Foi o que aconteceu nesta terça-feira (02/09) no Jornal da Globo, jornalístico da madrugada, quando a presidenta e candidata a reeleição Dilma Rousseff não aceitou participar da série de entrevistas com candidatos à Presidência da República.

Inconformados (entendemos, todos querem a Dilma) os apresentadores William Waack e Cristiane Pelajo exibiram ao público as perguntas que fariam à presidenta de maneira um tanto desafiadora, como se tivessem sido ultrajados.

Faz parte de uma democracia aceitar ou negar conceder entrevistas.

O Sistema Globo de Comunicação – repetimos, formado por diversas rádios, TVs, jornais e revistas pelo Brasil – coloca todo o seu aparato de veículos para demandar pedidos de entrevistas, o que é legítimo. O entendimento do comitê da candidata é o de que é preciso equilibrar os atendimentos para poder contemplar todos os grupos de comunicação e tipos de mídia. Afinal, não está nas mãos de um único grupo levar o debate político ao público.

Vamos analisar.

O Comitê de Campanha da candidata Dilma Rousseff atende a uma média mensal de 75 demandas do Sistema Globo de Comunicação, o que equivale a um total de 25% de todas as demandas.

Foram 226 demandas da Globo, das 908 atendidas, advindas de veículos nacionais entre junho e agosto.

Foram feitos, pelo Sistema Globo, 14 pedidos de entrevista com a candidata entre junho e agosto. Entre os veículos demandantes estavam O Globo, CBN, Extra, Revista Época, Marie Claire, Revista Quem. O mês de julho concentrou o maior número de solicitações: foram nove. Em junho foram registrados dois pedidos e em agosto três.

É importante dizer que a candidata já concedeu entrevista exclusiva à Globonews (11 de julho) e ao Jornal Nacional (principal programa jornalístico do principal veículo do grupo) e participará do debate produzido pela TV Globo. Aliás, a candidata já participou dos debates da Band e do SBT e irá ainda ao debate promovido pela TV Record.

Dilma Rousseff, além de candidata, é a atual presidenta do Brasil, o que obviamente a faz trabalhar muito. É preciso governar, tomar decisões, resolver problemas da máquina pública e ao mesmo tempo ser candidata. Se Dilma fosse atender todos os pedidos da Globo, ela teria que dedicar um dia por semana para a empresa.

Além do mais, é preciso elencar prioridades. Dilma esteve, como já dissemos aqui, na bancada do maior jornal da emissora, o Jornal Nacional, no dia 18 de agosto. Ajudou, inclusive, a aumentar a audiência do JN: foram 28 pontos no Ibope neste dia.

A verdade é que Dilma tem concedido entrevistas como nenhum candidato à reeleição deu antes. E tem feito isso atendendo a todos as redes e sem privilegiar grupos específicos. É de se estranhar que um grupo de comunicação demonstre irritação por não ver todas as suas inúmeras demandas atendidas.

O Muda Mais tem memória e deixa uma perguntinha no ar: por que a Globo – que agora fica tão chateada com a não participação de uma das candidatas em um dos seus inúmeros programas – não promoveu debates presidenciais em 1998, ano da reeleição de FHC? Por que será?

Fernando Brito:

View Comments (38)

  • ... Até que enfim! Ufa!...

    "A Globo pensa que tem uma força que na verdade não tem!" Por Luis Inácio Lula da Silva - declaração proferida ainda no mandato de presidente da República

    • ajustes:

      “A Globo pensa que tem um poder que na verdade não tem!” Por Luiz Inácio Lula da Silva – declaração proferida ainda no mandato de presidente da República

  • Agora sim! O partido precisa começar a questionar o " jornalismo" praticado pela Globo e pela Revista Veja. Para esta ultima, tem que ser pancada no rins!! Que tal pensar melhor e abrir a CPI do cachoeira ?

    • Prezado Eduardo,

      e a legítima e pedagógica investida contra as organizações (sic) *soNEGAdoras globo tem que vir, também, no bojo do horário da propaganda política no rádio e na TV!...

      *das verdades - e dos impostos!

      ("Ah quantas escolas, quantas creches, quantas habitações populares, quantos hospitais... Poderiam ser construídos com o dinheiro [público!] sonegado pelos [sonegadores!] filhos do "dotô" Roberto Marinho da 'ditabranda' dos Frias da 'Folha'!...

  • A PRESIDENTA DILMA ESTÁ HOJE NO LUGAR DO GETULIO VARGAS, SÓ QUE SE DEUS QUISER NÃO VAI TER TiRO NO PEITO. 60 ANOS DEPOIS ESTA MALDITA GLOBO E VEJA, ÉPOCA ( na época do Getulio era a Revista Cruzeiro)fazem o que o maldito Carlos Lacerda fazia, intriga e denuncia de corrupção a torto e a direita. Chega, o povo tem que lutar pelo povo, não acreditando nestes malditos (Revista Veja, Época e Rede Globo), pois do contrário eles vão eleger o aécio neves, e pobre vai voltar a ser miseravel, pois se eles venderem a Petrobrás, como fizeram com a Vale do Rio Doce, o Brasil não se levanta mais. Os ricos vão ficar mais ricos e o pobre, ah! coitado já era.

  • Acabo de assistir globo news, o café de cristiana lobo e Eliane Catanhede mal disfarçam o apoio Marina. Já fazem especulações de como sera o governo como se ela já tivesse ganhado

  • Isso é só o começo, nós ainda vamos ver esse lixo no seu devido lugar; aterro sanitário.

  • Perderão. Ficarão extremamente surpresos com a derrota que sobrevirá. É preciso que os que estão conscientes do projeto que vem resgatando esta nação partam para o combate. Sentar e ficar a reboque do interesse mor das forças sinistras, as "Organizações mafiomidiaticas Globo" só dá vantagem a estes criminosos. Um exército por mais bem armados que estejam os seus soldados será derrotado se nenhum deles disparar os tiros que lhe cabem disparar. Nada de esperar sentado, como disse o grande líder Lula, há que opinar, que mostrar a face, que debater e revelar os interesses nefastos que eles escondem, o quanto eles estão errados. O fatalismo e a resignação antes da hora do combate só favorece os que estão blefando. Há que partir para a luta. Desta forma eles não passarão.

  • Só agora vão começar a atacar o monopólio da Globo? Agora que estão atrás nas pesquisas e a beira de mais um golpe eleitoral? O PT demorou para perceber que o maior adversário do povo não é a elite tucana, é o monopólio de GLOBO, EDITORA ABRIL, FOLHA DE SP que estão manipulando mentes há décadas. Que saudade do Brizola que enfrentava a Globo de frente.

  • 10:22 AM By Neto Sampaio 0 comentários
    http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/2014/08/a-verdade-por-tras-das-pesquisas.html#.VAuZN_ldX3w

    Pesquisa eleitoral deveria vir com um anúncio bem grande, igual ao dos maços de cigarro:
    O ministério da Saúde adverte: esta pesquisa pode comprometer a saúde de todo mundo.
    As pesquisas, como os remédios, tem contraindicações e efeitos colaterais.
    Não devem ser ingeridas sem recomendação profissional. A concentração e posologia têm que ser respeitadas.
    Uma amiga – grande conhecedora de matemática financeira e estatística – me alerta para a pesquisa Datafolha, feita no dia seguinte ao acidente que matou Eduardo Campos.
    Aquela em que Marina faz Aécio aterrizar em Cláudio.
    Enquanto as manchetes da Folha alardeavam aos quatro ventos que Marina havia dobrado a intenção de votos no PSB de uma dia para o outro, os dados escondidos no final da pesquisa colocavam essa certeza em dúvida:
    “Na pesquisa espontânea, sem a apresentação de nenhum nome aos eleitores, 24% apontam Dilma como nome para a Presidência, índice similar ao registrado em pesquisa realizada nos dias 15 e 16 de julho, quando 22% citavam a petista. As menções a Aécio também tiveram oscilação positiva no período, de 9% para 11%. O nome de Marina foi apontado por (5%), e metade do eleitorado (49%) não mencionou nenhum nome espontaneamente.”
    Assim como aqueles anúncios que apresentam uma oferta incrível, seguida de uma nota de rodapé em letras miúdas que contradizem todas as vantagens anunciadas.
    Ou seja, se as eleições fossem hoje – como devem esclarecer as pesquisas – o candidato eleito poderia ser qualquer um, por que a maioria iria decidir na cabine de votação.
    Um resultado que dispensa qualquer pesquisa.
    Pesquisa espontânea é aquela em que o entrevistado diz em quem vai votar sem olhar uma lista de opções. As pesquisas estimuladas partem do princípio que o eleitor escolhia seu candidato entre os nomes contidos nas antigas cédulas de votação.
    A partir da introdução das urnas eletrônicas, todo voto passou a ser espontâneo, e não estimulado.
    Além do ministério da Saúde e da justiça eleitoral, as pesquisas precisam ser fiscalizadas também pelo Conselho de Autoregulamentação Publicitária.
    Mas o melhor fiscal continua sendo você.
    Já que elas não são acompanhadas de uma bula aprovada pela Anvisa, o remédio é você produzir a sua.
    Medicamentos e pesquisas de opinião não são feitos por leigos e não deveriam ser utilizados por leigos, exatamente pelos perigos que isso representa.
    As pesquisas de opinião surgiram para orientar especialistas que sabem como elas são feitas e como utiliza-las.
    Elas são um elemento para se avaliar opiniões, e não defini-las ou influencia-las.
    Mas foram transformadas numa máquina de produzir manchetes que só existe no Brasil.
    Quem inventou essa máquina é um notório usuário dela.
    Nos anos 80, quando era editorialista da confiança de Otávio Frias na Folha, o eterno candidato a presidente José Serra sugeriu a criação do Datafolha e indicou o sociólogo Vilmar Farias – professor da FGV de São Paulo, seu amigo e assessor de confiança de FHC – como consultor.
    Vilmar foi o autor das pesquisas que viriam a constituir as bases do programa Bolsa Escola no governo FHC. Hoje, Bolsa Família.
    Frias aprovou o projeto e a Folha ganhou a sua fantástica máquina de manchetes, que até o ex-concorrente Estadão foi obrigado a copiar e citar como fonte.
    A Folha é – até hoje e mais do que nunca – um caso inusitado de jornal que produz notícias.
    Não conheço outro exemplo no mundo. Nem nos EUA, a pátria das campanhas de relações públicas e publicidade.
    O New York Times nunca teve essa idéia, e nem poderia. Nem o Pravda, o Granma e nem mesmo Rupert Murdoch.
    Recentemente perdemos o professor Marcus Figueiredo que dedicou a vida tanto às pesquisas de opinião quanto à redação de suas bulas.
    Figueiredo foi professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – o Iuperj – e do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj – o Iesp.
    No Iesp, criou um laboratório de pesquisas em comunicação política opinião pública – o Doxa, ou “opinião” em grego.
    O Doxa produz o Manchetômetro – que se dedica a analisar exatamente as manchetes que as fábricas de manchetes produzem.
    O Manchetômetro permite perceber claramente quem é o candidato de cada jornal, mesmo que eles não declarem ou mesmo escondam.
    A partir do trágico desaparecimento de Eduardo Campos em 13 de agosto, o Manchetômetro foi obrigado a criar o Marinômetro, só para medir o comportamento da grande imprensa em relação a sua vice, Marina Silva. A confusão foi tal que até a metodologia de pesquisa foi alterada, com a substituição dos critérios de valor das opiniões veiculadas por matéria pelo das tendências de cada jornal em relação à nova candidata.
    Marcos Coimbra – outro sociólogo, presidente do Instituto Vox Populi e colunista de Carta Capital – também se dedica às pesquisas e às bulas.
    Diz ele em sua última coluna na revista:
    ‘Recordar é viver. Muitos se esqueceram, outros nem souberam, mas a realidade é que a “grande imprensa” formulou com clareza um projeto de intervenção na vida política nacional.
    Não é teoria conspiratória. Quem disse que os “meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste País, já que a oposição está profundamente fragilizada”, foi a Associação Nacional de Jornais, por meio de sua presidenta, uma das principais executivas do Grupo Folha. Enunciada em 2010, a frase nunca foi tão verdadeira quanto de 2012 para cá.”
    E conclui:
    É assim que a população brasileira tem sido servida de informações desde quando começou o ano eleitoral. É isso que faz a mídia para exercer o papel autoassumido de ser a “oposição de fato”.
    O pior é que a influência dessas empresas ultrapassa o noticiário. Elas contratam as pesquisas eleitorais que desejam e as divulgam quando e como querem. E organizam os debates entre candidatos.
    “Está mais que na hora de discutir a interferência dessa mídia no processo eleitoral e, por extensão, na democracia brasileira.”

    Enquanto essa droga não for proibida ou controlada, só há um remédio: prestar atenção nas bulas e evitar a automedicação.

    Vamos começar a ler as bulas?
    (*) por Jura Passos, no DCM

  • Foram 04 anos "gritando" para essa mulher, o que estava mais claro que o óbvio ululante... Agora cordou??

  • O Comando de campanha de Dilma tem que saber, e se não sabe é por que não quer, que a Globo quer detonar a campanha de reeleição de Dilma.

    Como no passado detonava a campanha de Benedita da Silva (RJ), Brizola e do próprio Lula. Gente não existe somente a Globo no mundo. Basta de monopolio.

    O POVO NÃO É bobo, abaixo a rede globo.

    • Também o que se pode esperar, tendo ao lado, um PBernardo e um Mercadante, dois dorminhocos. Com estes ao lado, é garantia de levar "borrachadas" desta mídia familiar.

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