Ao economista-chefe do Itaú: não trate o Brasil como sua p…

Retiro do excelente blog do economista Fernando Nogueira da Costa, professor de Teoria Econômica da Unicamp, o texto a seguir, de Roberto Monteiro Jr, que é um primor de civismo.

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú, não é um simples funcionário do banco. É da turma tucana da Casa das Garças, uma espécie de ninho econômico dos tucanos.

Dedicou-se, em Davos, em criticar perante os capitais do mundo o  país onde sua instituição entope suas burras com lucros entre os maiores do mundo, ano após ano.

Goldfajn foi diretor do Banco Central com seu amigo e “garcista” Armírio Fraga e, pelo que diz, vemos com que patriotismo serviu à autoridade monetária do nosso país.

O texto de Monteiro, em qualquer país onde a opinião econômica prezasse a Nação, deixaria seu destinatário nu, com as vergonhas expostas em praça pública.

Aqui, porém, a maioria dos “analistas econômicos” há de achá-lo uma grosseria, um exagero.

Não é, porque a economia do país não é um convescote de iluminados.

É a comida na mesa, o teto sobre a cabeça, os filhos na escola, o sonho modesto que se realiza.

Ou que se desvanece.

De parabéns, os dois.

Monteiro por escrever; Nogueira por difundi-lo.

Gente como Goldfajn, que se entope de dinheiro que vem dos juros com que achaca povo e governo e que ainda reclama, de boca cheia e lábios engordurados, glutões da riqueza e do trabalho dos brasileiros tem, ao menos, de ouvir o que merece.

E o que merece terá, um dia, quando este país se livrar do sequestro financeiro a que está submetido, com que lhe sugam centenas de bilhões por ano e, para cujo resgate jamais é suficiente o que falta em saúde, em educação, em moradia e em oportunidades para seu povo.

 

Sobre as afirmações do economista chefe do Itaú em Davos

Roberto Monteiro Jr.

Querido Ilan Goldfajn, economista chefe do Itaú,

 
Leio no Financial Times que o senhor ao ser perguntado em Davos sobre o Brasil disse: “os investidores estão olhando para os países com uma economia sustentável e estável — e o Brasil não é”.
 
O senhor já jogou Taco na infância?
Três pra trás, passa o taco.
 
Então…
 
Mas o senhor derrubou a casinha…
 
Falando sobre infância… eu ainda não tenho filhos.
 
Quero ter e quando tiver, pode ser que um deles seja feio.
 
Sim, filhos feios também tem pais.
 
Eu nunca direi isso diretamente para ele.
 
Se perguntado, direi sempre que ele é inteligente e simpático.
 
Não precisamos mentir, né?
 
Então…
 
Pior ainda que afirmar que o filho é feio, é dizer isso na reunião da escolinha.
 
Na frente dos coleguinhas, pais e professores.
 
Opiniões como esta são como o bumbum.
 
Todo mundo têm, mas mostra-se apenas em caráter privado.
 
No seu caso, em caráter privada.
 
Ah, quer falar sério? Vamos tentar um pouco…
 
O seu banco teve um lucro de R$ 13,6 bi em 2012.
 
No primeiro semestre de 2013, só o lucro do seu banco foi maior que a economia de 33 países.
 
Vou repetir, se seu lucro semestral fosse um país, só ele, seria maior que 33 economias inteiras.
 
Ainda não saiu o anual, mas acho que foi na mesma linha, não? Perto de uns 70 países, será?
 
Ah, em 2002 o lucro do seu banco era de R$ 2,38 bi, + 1 bi amiguinho do comprado.
 
Isso dá um crescimento médio anual de 15% a.a. de 2002 pra cá!
 
Qual mercado assiste a este tipo de crescimento?!?! 15% a.a. no lucro?
 
Só droga e startup californiana.
 
Além disso o seu banco cobra 196% ao ano de cheque especial. 
 
196% a.a! Tenta explicar isso pra alguém de um lugar civilizado…
 
Aqui sim, só droga dá esse retorno!
 
Será que essa seria a definição moderna de pecado para a usura? 
 
É eu sei, são regras de mercado…
 
Isso mesmo! Aqui existem regras respeitadas e dinheiro rolando. 
 
Muito dinheiro.
 
Então…
 
Pode ser que o Brasil ainda seja feio.
 
Mas é simpático e inteligente. 
 
E ainda vai amadurecer, apesar de gente como vossa senhoria.
 
Por isso o senhor poderia tratá-lo como seu Filho.
 
Não como sua P***
 
 
PS:
Ilan Goldfajn: Economista-chefe do Itaú Unibanco e sócio do Itaú Unibanco. Foi diretor de política econômica do Banco Central (2000-2003) e economista do FMI (1996-1999). Foi sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos (2007-2008) e sócio da Gávea Investimentos (2003-2006). Ilan foi diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças (2006-2009), professor do Departamento de Economia da PUC-Rio (1999-2008). Tá explicado, né?
Fernando Brito:

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