Aposta-se vidas no escuro?

O gráfico aí de cima mostra a evolução – em média móvel de sete dias – do número de casos registrados de infecção pelo novo coronavírus, em todo o mundo.

Não é preciso explicá-lo e parece inacreditável que a discussão sobre estar-se alcançando algum grau de imunidade comece a ser travada na imprensa – é lógico que, no meio científico, procede pesquisar esta possibilidade – sem considerar o que este noticiário provoca na coletividade.

E o que ele provoca, está evidente para qualquer um que saia à rua, um imenso crescimento do descuido com a que continua a ser a única arma contra a pandemia: o distanciamento social.

É possível, sim, que o aumento no número de casos seja, em vários países, resultado do aumento do número de testes, mas certamente este não é o fator determinante.

Aqui, não é melhor a situação em matéria de expansão do número de atingidos pelo vírus. Estamos acima de 35 mil novos infectados por dia, o que representa um acréscimo de 50% em relação aos novos contágios registrados há um mês, quando estavam em 25 mil/dia.

Mesmo com o alívio nos sistemas de saúde em São Paulo e no Rio – o que melhora, claro, o atendimento a pacientes graves – é inevitável que tenhamos um aumento do número de mortes, pelo acréscimo brutal de contaminados.

Está acontecendo o que a microbióloga Raquel Pasternak disse ontem: um clima de “liberou geral”, uma espécie de “cloroquina estatística” ilude os tolos e que os levam ao matadouro.

Veja o gráfico de casos no Brasil.

 

 

Fernando Brito:

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