Armas para os ‘homens de bem’ do crime

O Globo publica hoje um levantamento de casos em que armas e munições compradas legalmente graças aos decretos de Jair Bolsonaro que expandiram a possibilidade de comprar pistolas, fuzis e munição por “caçadores, atiradores esportivos e colecionadores “, os CAC, estão indo deliberadamente para milícias e traficantes em todo o país.

Embora os números sejam até modestos – referem-se apenas aos que foram pegos, não “aliviados” pela polícia e levados ao Judiciário – dão ideia do que, fora dos autos de processos criminais, vai acontecendo como efeito colateral da ideia de que “povo armado não será escravizado” proclamada pelo atual residente. E com toda esta marginália portando uma “carteirinha” do Exército que lhes faculta comprar dezenas de armas pesadas e munição de grosso calibre aos milhares e milhares.

O repórter Rafael Soares conta, entre outras histórias, que um cidadão de nome Vitor Rebollal Lopes foi preso transportando 11 mil balas de fuzil, que iam abastecer facções criminosas. Na sua casa, acharam-se 26 fuzis e 21 pistolas e, já que dispõe de 43 autorizações para compra de armas legalmente. E dando-lhe, também, o “direito” comprar mil cartuchos para cada um dos registros.

Vitor, além disso, usava a franquia dada por Bolsonaro aos CAC para portar as armas “em qualquer trajeto para clubes de tiro” para fazer a entrega das armas “encomendadas” por outros criminosos.

O próprio Eduardo Bolsonaro fez lobby junto ao diretor da Polícia Rodoviária Federal para autorizar, sem restrições, o trânsito de armas como as de Vitor na rodovias federais, provisoriamente suspensa pela Justiça.

É um bom exemplo de como os “homens de bem” estão ajudando a armar os “homens do mal”.

 

 

 

Fernando Brito:
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