O estudo da Consultoria Tendências, publicado hoje pelo G1, sobre a disponibilidade de renda dos brasileiros após o pagamento das despesas “obrigatórias” – transporte. luz, gás, aluguel, etc – ter caído aos níveis do início do governo Lula, em 2003-2014 só vai revelar a sua crueldade quando esta queda é quantificada por classe social.
De cada R$ 100 de renda de 87% dos brasileiros, que compõem as classes C, D e E, bem menos de um terço “sobra” para o consumo: comida, roupa, calçado e qualquer outra despesa.
No caso das classes D e E, 57.6% dos brasileiros, têm R$ 21,60 disponíveis em cada R$ 100 que têm como renda, o que quer dizer que uma família que tem um salário mínimo dispõe, para consumir, apenas R$ 8 por dia.
Infelizmente, apesar a recuperação “foguete” que o governo alardeia, isso vai piorar neste final de ano, com os aumentos na energia elétrica e nos combustíveis, que batem sem dó nos preços em geral.
Os preços nos supermercados, ao contrário das visitas de Carluxo Bolsonaro ao Palácio do Planalto, não estão em sigilo de 100 anos, estão visíveis a todos, todos os dias.
O aumento dos juros da Taxa Selic, do Banco Central, que deve subir mais 1% esta semana, embora pensado para conter a inflação, com o recuo no consumo, acaba por levantar os preços, sobretudos aqueles que embutem o rendimento financeiro encoberto no “até seis vezes sem juros” e para os que compram no cartão para “esticar o mês”.
Os problemas políticos de Jair Bolsonaro, hoje, estão mais no código de barras que no voto impresso.