Os ministros do Supremo se chamam pares, mas isso não quer dizer que sejam iguais.
Aliás, só numa coisa têm sido iguais: não entender que, quando as páginas de política começam a ser dominadas pelos juízes, não apenas há algo errado com a política como há algo errado com a Justiça.
Agora de manhã o ministro Luís Roberto Barroso, que não participa do julgamento de hoje à tarde por ter trabalhado com advogado que está no caso, deu, não obstante, a sua sentença.
Em tese, claro.
Assim, cumpre formalmente a regra legal de que juiz não fala de um caso fora dos autos. Menos ainda, por óbvio, de um caso em que se acha impedido de ser isento.
Não é o primeiro a falar, sejamos justos. Gilmar Mendes, que também não participa do julgamento, já falou, como, aliás, sempre fala.
Não é o primeiro caso em que Barroso “compete” com Mendes.
E não é a primeira vez que o homem que Joaquim Barbosa disse falar aos pares como quem fala “com os seus capangas lá do Mato Grosso” supera o liberal professor Barroso.
Gilmar foi, é e será tucanérrimo. Não muda
Barroso já prefere a “metamorfose ambulante”: de juiz “garantista” passou a ser defensor do “prende logo este aí”
É um dos nem tão raros casos em que a toga derrete antigas convicções. As de Gilmar, reconheça-se, permanecem as mesmas.
Gilmar topa as paradas e aceita os desgastes.
Já o seu colega diz que, cumpridas as formalidades como no impeachment de Dilma, as intenções golpistas não vêm ao caso.
Barroso, dando entrevista sobre o julgamento que não lhe cabe, parece estar fazendo o famoso “me incluam fora desta”.
Com o país imerso na crise institucional que está, escolher fazer eu “marketing pessoal” mostra bem o grau de discrição tem Luiz Roberto Barroso.
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É o samba do crioulo doido na enésima potência. Tá tudo dominado.
É a guera de facções no stf, com ministros desfilando na passarela da plutocracia, a mídia, oferecendo seus préstimos - fim da clt, prisão do lula em segunda instância, comando da segurança pública etc -, e se apresentando como candidatos a presidente indireto, a ser eleito pela corja da assembleia de bandidos do congresso após a perda de serventia do anão temer em 2017.
São os novos "prostitutos do 1%", agora no judiciário.
Na verdade o Brasil nunca foi uma democracia. Toda vez que tentou ousar vôos de distribuição de renda e de autonomia, derrubou-se governos. Os de sempre. Na anterior a essa, usaram servidores militares federais e seus braços nos Estados. Nesta, o judiciário e sua periferia o MP e PF.
Por que esse tipo de homem é tão volúvel?
O que mais impressiona neste caso é a chocante PEQUENEZ de homens que fazem parte do maior tribunal do país. Homens cujo saber não vem acompanhado de uma grandeza fundamental. Dá nisso.
Ops! Parece que Barroso foi soltar um barro...
Em horas assim, vem a certeza absoluta e incontestável de que não temos guardiões da constituição coisa nenhuma, sequer temos constituição...temos pavões com egos inflados no poder!
As pessoas precisam compreender que o Judiciário está em outra quadra. Juízes já não estão presos ao processo. Há muito decidiram (protocolo informal) que são o principal poder. E como tal também vão agir fazendo às vezes do legislativo e executivo. Ou alguém tem alguma dúvida?
Ninguém, doravante, deve se espantar com o ativismo escancarando do Judiciário.
Tá bom, mas e descumprir os preceitos constitucionais é o que, grande bosta de ministro do STF.
O crime do GOLPE DE ESTADO foi acolhido solenemente pelos membros do STF. Portanto, agora, falar que descumprimento de lei (ordem judicial) é crime ou GOLPE de ESTADO parece conveniente.Aliás, o GOLPE está sendo um CRIME CONTINUADO.
Este caos só pode ter sido semeado propositalmente nos mínimos detalhes. É muita loucura para acontecer de modo espontâneo. Se assim foi, devemos tentar entender até aonde irá este plano de destruição do país. Deste nosso entendimento dependerá a organização da reação e da reconstrução nacional.