Semana passada, tratei aqui do significado do “barraco” cibernético entre Reinaldo Azevedo e a ex-apresentadora da Veja, Joyce Hasselman, dizendo que “o que interessa no episódio é que desenha, para quem não entendeu ainda, que a direita caminha para a extrema direita e os tucanos ficam lamentando o monstro que eles próprios criaram”.
Hoje, na Folha, o sociólogo Celso Rocha de Barrros, na Folha, faz uma boa análise do que o episódio deprimente (para quem não viu e que se poupar do sofrimento integral, há, ao final, o “compacto” editado pela Mídia Ninja, embora retire metade das grosserias, resume o arranca-rabo)
Embora a representação seja caricata, o assunto é sério. E vai se refletir no “camisa amarela” da Paulista
Barraco expõe disputa dentro da
direita, que não se decide sobre Temer
Celso Rocha de Barros, na Folha
Como diria o comissário Gordon, não foi o debate de que precisávamos, mas talvez tenha sido o debate que merecíamos. Uma pequena guerra civil começou dentro da chamada “nova direita” brasileira: Reinaldo Azevedo, colunista da Folha, foi atacado por Joice Hasselmann, ex-“Veja”, e por Rodrigo Constantino, ex-“Veja”, por suas críticas à Lava Jato, e respondeu animadamente.
Intelectualmente, foi um daqueles jogos em que o compacto com os melhores momentos tem só o hino nacional e o apito final. Mas o barraco dos conservadores foi o canário na mina: é sinal de uma crise chegando, e de uma disputa real dentro da direita brasileira, que deve se tornar mais acirrada nos próximos meses.
A direita brasileira precisa se decidir sobre Temer; abandoná-lo é colocar em risco as reformas de mercado, apoiá-lo é colocar-se no centro do alvo da Lava Jato. Não será fácil.
Azevedo defende o governo Temer e, recentemente começou a fazer críticas à Lava Jato. Talvez o apoio e o timing das críticas não sejam completamente não relacionados. Ao contrário de Olavo de Carvalho ou Constantino, Azevedo tem trânsito na direita institucional brasileira; suas posições são mais ou menos próximas das do DEM, por exemplo, ou da direita do PSDB. Esses setores investiram pesadamente no governo Temer. E todo mundo ali vai aparecer nas delações.
Para essa turma, o ideal é que a cruzada anticorrupção pare no PT, e o discurso “Temer colocou o Brasil nos trilhos de novo” tem que colar até a eleição de 2018. Se der certo, os governistas entram com boas chances na disputa presidencial.
Os adversários de Azevedo são recém-chegados buscando maior inserção institucional. Não se importariam se a política brasileira implodisse. No cenário de implosão, Azevedo os ameaça com Lula; mas eles sonham, aberta ou secretamente, com Bolsonaro. E, sobretudo, cada um deles sonha ser Steve Bannon, o assessor de extrema-direita de Trump.
Os movimentos anti-Dilma tentam se equilibrar no meio dessa tensão. Recentemente, convocaram uma passeata a favor da Lava Jato. Mas a convocação é uma piada: em vez de tentar atrair o maior público possível para defender a operação, o Movimento Brasil Livre incluiu na pauta dos protestos a reforma da Previdência e a revogação do Estatuto do Desarmamento. Fez isso para impedir que apareça qualquer um que se disponha a gritar “Fora, Temer”. Isto é, o MBL apoia a Lava Jato desde que o seu lado continue no poder. Como diria o PT, assim até eu.
Por sua vez, Ronaldo Caiado não disfarça a pretensão de ser candidato a presidente no ano que vem. Olhando com os olhos de 2018, Caiado já se apavorou com o que viu, e pediu a renúncia de Temer. Mas é difícil que arraste consigo sua base social ou o resto da direita, ao menos enquanto Temer estiver amarrado às reformas. E quem se converter ao “Fora, Temer” tão perto de 2018 vai parecer oportunista (e o será).
A história não contada do impeachment de Dilma Rousseff é justamente sua origem na crise de liderança da direita brasileira depois da quarta derrota presidencial seguida do PSDB. Desde então, a direita brasileira foi liderada por quem gritasse mais alto. Agora a combinação de delações contra a direita e eleições presidenciais vai testar a competência política dos vencedores de 2016.
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Agora os coxinhas começaram a entender que o problema do Brasil não é o LULA.
É a MULA, é a MULA.
kkkkkkkk melhor do ano
Mula...mula do Temer. Que não sabe se fica ou vaza fora. Estão mais perdido do que azeitona em boca de banguela.
Estou adorando ver a direita leviatã se gladiarem com a direita xucra pelo poder enquanto seus puxa sacos batem a cabeça e choram pelo monstro que criaram e agora não conseguem colocar de volta a tumba. kkkkkkkk
Quero mais é que esses azevedos e joyces da vida vão para o quinto dos infernos. Chega de dar visibilidade à gente de mau caráter. Esses caras não merecem nem que seus nomes sejam citados. Devemos substituir o nome deles por "um certo jornalista golpista". Tem também o outro, que chamo de "cineasta fracassado" e todos sabem de quem se trata. E esse babaca em questão pode ser chamado de "o babaca de fardão".
FRANCISCO SILVA: o Diaz apareceu boiando na piscina. A polícia trabalha com a hipótese de ataque cardíaco. Só que no Uruguai a polícia funciona. Se for assassinato eles vão descobrir.
Mas não foi proibido a rinha no Brasil?
... AGORA... FALANDO DE JORNALISMO SÉRIO!
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NASSIF REVELA AS LIGAÇÕES PERIGOSAS ENTRE MICHEL TEMER E JOSÉ YUNES
Em reportagem investigativa, o jornalista Luis Nassif revela a natureza da relação entre Michel Temer e José Yunes, seu ex-assessor especial que recentemente usou uma expressão do tráfico de drogas e disse ter sido "mula" de Eliseu Padilha; eis algumas conclusões de Nassif: (1) O melhor amigo do presidente, José Yunes, participava dos processos de arrecadação de propinas das empresas investigadas pela Lava Jato; (2) As empresas de Yunes tinham financiamento farto com o Banco Pine, da família Pinheiro, envolvido com os escândalos da Lava Jato, fechado nos Estados Unidos por acusação de lavagem de dinheiro e, há duas semanas, fechado também no Panamá; (3) Temer fez grandes investimentos em projetos da Yuny, a incorporadora da família Yunes, convidando o patriarca José Yunes para assessor especial
27/02/2017
FONTE [LÍMPIDA!]: http://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-elo-desconhecido-entre-temer-e-yunes
Diaz, no Uruguai, Teori no Brasil. Os dois com muita informação sobre os roubos dos politicos. A situação esta ficando complicada.
Do ponto de vista minimalista, o do coxinha e do classe media útil, o problema deles sem retoque, é o seguinte.
O que começou – em abril 2016- como ...
Um constrangimento: virou vexame.
De rósea promessa: passou a ameaça.
O que era sombra : virou black out.
Chute pra fora: hoje é gol contra.
De simples distúrbio: hoje é psicose.
O que era um flato: eis que é cagada.
De inicial malicia : a plena suruba.
Era resfriado : virou metástase!
Rei Azevedo: só tu podes nos salvar.
DENÚNCIA GRAVÍSSIMA
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Cópias do conteúdo das delações da Odebrecht podem ter chegado às mãos do governo Temer
Manual do perfeito midiota: demissão do serra e delações da Odebrecht
27/02/2017 - 09:49
Jornal GGN - Em mais uma análise do 'Manual do perfeito midiota', Luciano Martins Costa avalia que a renúncia do ex-ministro das Relações Exteriores, José Serra, é uma pista de que os integrantes do governo Temer já receberam cópias do conteúdo das delações da Odebrecht.
Ele junta a esse fato o recente depoimento do advogado José Yunes, admitindo que levou (alegando não saber o conteúdo) um pacote de dinheiro para o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, colocando mais um homem forte do governo Temer no centro das corrupções investigadas pela Lava Jato.
O fato, entretanto, “é muito grave”, continua Martins Costa, acabando com a credibilidade da força-tarefa que conduz a Lava Jato, ao lembrar que o conteúdo da delação de Claudio Mello Filho, da Odebrecht, “nunca foi revelado”. Logo, isso “significa que a equipe liderada pelo juiz Sergio Moro vazou para os acusados o teor das acusações, para que eles possam planejar suas defesas”.
(...)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://jornalggn.com.br/noticia/manual-do-perfeito-midiota-demissao-do-serra-e-delacoes-da-odebrecht
Sinceramente, apesar de infames, Bolsonaro e Joyce são o que são: toscos - e assim se exibem para quem quiser ver.
Mais perigosa, a meu ver, é essa direita representada por Azevedo e tucanos, que posam de ponderados, cultos e sofisticados - mas que por baixo dos panos são extremamente podres, golpistas e que jogam sujo, sujíssimo.
Estão muito longes de ser uma direita à moda inglesa, por exemplo.
Que nojo! Se merecem. E eu assiste esta porcaria inteira...