Não conheço o empresário americano – nascido no Brasil – David Neeleman, dono da Azul Linhas Aéreas, mas tenho simpatia por ele por três coisas.
A primeira foi montar uma companhia Aérea ousando inovar com o uso de aviões brasileiros, da Embraer. Aliás, sua empresa nos EUA, a Jet Blue, comprou os aviões brasileiros muito antes da criação da Azul (fundada em 2008, quando as primeiras encomendas da Jet Blue foram 2003).
Segundo, sobre o que ele disse sobre o modelo brasileiro de economia, numa entrevista que deu a Kennedy Alencar (vídeo abaixo) que conheceu antes de ser empresário aqui: “a economia brasileira foi feita para as classes A e B”.
Terceiro, porque o ex-governador Sérgio Cabral o chamou de “gringo, lobista e safado”. Bem, acho que o Sérgio Cabral não se enquadra na categoria “gringo”, não é.
Neeleman não esconde a sua religião e passado de pregador.
Mas o empresário é “malandro brasileiro”, no melhor sentido, e trata e fala bem, ao menos nas palavras, do Brasil e os brasileiros. Coisa que muito empresário nacional não faz. De quebra, como você verá que é possível ser mórmom sem ser um fundamentalista chato.
Neeleman acaba de fazer a Azul compra a TAP, em sociedade com um grande grupo de transporte terrestre daquele país. Negócio que tem todas as sinergias para dar certo, pelas ligações intra-Europa e pela malha regional que a Azul tem e pretende expandir aqui.
Quem sabe pode ser o embrião do projeto de um avião wide-body – nome dos aviões de porte gigante, com mais de 200 lugares ou enorme capacidade de carga – mercado que hoje está quase todo nas mãos da Boeing e da Airbus.
O mercado brasileiro de aviação, que continua crescendo a taxas maiores que as mundiais, está destinado a ser um dos maiores da Terra. E o Brasil tem de ter, na parte internacional, um peso parecido com o que as estrangeiras têm voando para cá, como sempre foi a regra da aviação internacional de reciprocidade.
E o Brasil destruiu suas duas possibilidades de voar alto na aviação internacional, quando arruinou a Panair e a Varig.
Aí está uma boa demonstração de como xenofobia e nacionalismo não se confundem.
Vir para o Brasil criar uma empresa, gerar empregos, estimular a cadeia produtiva local e lucrar legitimamente, numa economia global, é algo positivo para todos.
E levar o nosso país a aproveitar uma oportunidade de fazer esta “ponte aérea” com a União Europeia – se é bom negócio para Portugal, que a privatizou, é outro assunto – com uma base real de sinergia e as facilidades da língua para a integração, melhor ainda.
Muito diferente de furar, chupar petróleo e levar embora.
View Comments (15)
Na veia! Esta é a crise brasileira dos coxinhas.
Os brasileiros empresários deveriam ter visão de médio e longo prazo como o Sr. Neeleman. A economia do Brasil deslancha à medida que as classes C ,D, E têm participação efetiva no mercado consumidor. Isto significa melhor padrão de vida e bem estar, além de vários outros indicadores. É uma boa notícia para o país.
Boa tarde,
só falar duas frases:
ou é a crise ou culpa de Dilma!!
e ai coxinha, como fica isso?
Sim isso é "EMPRESÁRIO" não essa canalha picareta e incompetente se abuleta nessas federações de "indústrias" choromingando benesses do governos como se estivessem fazendo favor de produzir algo no Brasil - afinal um bando de índios, né?
Precisou vir um americano pra ensinar a esses pulhas o que é empresário. Não enche o saco com carga tributária, com custo de mão de obra com nenhuma desculpa que no fundo serve apenas pra esconder a incompetência da canalha nacional. O Neeleman aproveita todas as oportunidades que aparecem pra ganhar grana oferecendo serviço decente e não essas merdas falidas de tam e gol. Não dá nem pra chamar essa canalha nacional de "empresários de merda" porque não são empresários. Não passam de uns merdas simplesmente. Parece um mistério porque a Azul compra aviões nacionais? É simplesmente porque o objetivo da empresa é lucrar com o serviço que ela oferece e não com bandidagem de exportação de divisas via superfaturamento dos contratos de leasing (que é o que esses pilantras nacionais falidos querem quando compram os boeings e airbuses da vida). Esses merdas nacionais fazem muito lembrar aqueles picaretas que são capazes de ficar duas horas sem fazer nada pensando na desculpa pra não fazer um serviço que leva 10 minutos pra ser feito. Tem que começar a cobrar desses incompetentes pelo menos uma produtividade compatível com o que eles pilham do país. E que não venham botar a culpa nos trabalhadores e altos salários. Essa canalha quer o que? Quer a volta dos escravos ? Monte de incapazes. Boa seu Neeleman acaba com esses incompetentes de uma vez por todas. Chegou o momento de fechar os incapazes nacionais. Quem não tem competência não se estabeleça. Vamos importar mais Neelemans e mandar essa vagabalha nacional pra miami. O que eles roubaram do Brasil é mais do que suficiente para viverem como nababos lá fora. Vão embora e parem de encher o nosso saco.
É isso, uma elite que não aceita viver num Brasil para mais brasileiros, querem perpetuar o Brasil dos coxinhas, o Brasil de poucos.
Esse sim pode ser chamado de empresário. Lúcido e moderno bem diferente dessa canalha do Brasil que só pensa em lucro fácil para sua curiola. Coxinhas vagabundos e madames paneleiras peguem seus panos de bunda e voem para Miami. Deixei-nos em paz e boa sorte.
Taí um exemplo de empreendedor capitalista, bem diferente da maioria dos nossos empresários modelo fiesp. Fiquei fã. A partir de agora sempre que possível vou voar de Azul.
Bem no estilo 'copo meio cheio', como a Luiza, e não copo meio vazio.
é de pessoas assim que o Brasil e os brasileiros precisam.
Ainda bem que nasceu no Brasil, apesar de estar radicado nos EUA.
O Brasil, melhor, os generais golpistas de 64 e uma cambada de safados da Fundação Ruben Berta arruinaram e levaram a Panair à falência.
A Varig foi arruinada pelos seus dirigentes, ávidos de poder.
Enquanto puderam monopolizaram a aviação, conseguiram dos generais o monopólio para viagens internacionais e nos fizeram de gato e sapato anos a fio.
Acabaram também com a Cruzeiro do Sul que era uma boa companhia, para impedir que a VASP passasse a voar para o exterior.
Acabaram com a companhia, lesando os acionistas minoritários.
A Varig teve o fim que mereceu e não me deixa saudade nenhuma!
Pois é , como disse uma vez a dona do Magazine Luiza , se o empresário não acredita no BRASIL vá embora e vai ver quanto você paga de impostos para trabalhar em outros países.