Enquanto se preocupam em fazer perguntas sem nenhuma relevância prática a Delcídio Amaral- como sobre a consulta feita a ele, como Senador e ex-diretor da Petrobras, pela então Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, a respeito das qualificações de Nestor Cerveró, seu ex-subordinado na empresa – os investigadores da Lava-Jato deixam, como revelaram as gravações-bomba feitas pelos “ex-ladrões”, agora premiados delatores.
É o que mostra, hoje, o acurado exame feito por Janio de Freitas, na Folha de hoje, a respeito das palavras de Delcídio sobre as delações que vazaram – apesar de serem apenas do conhecimento dos membros do Ministério Público e do Juiz Sérgio Moro – e chegaram até ele, e certamente também a outros “vazadouros” de delações.
Leia o trecho de sua coluna, onde este blog faz grifos:
“(…) Delcídio suscitou também temas e expectativas que tocam a preocupação ou a curiosidade de grande parte da população. Sabe-se, por exemplo, que Fernando Soares, o Baiano, ao fim de um ano depositado em uma prisão da Lava Jato, cedeu à delação premiada. O mais esperado, desde de sua prisão, era o que diria sobre Eduardo Cunha e negócios com ele, havendo já informações sobre a divisão, entre os dois, de milhões de dólares provenientes de negócios impostos à Petrobras.
Informado dos depoimentos de Baiano, eis um dos comentários que o senador faz a respeito: ele “segurou para o Eduardo”. Há menções feitas por Baiano que não foram levadas adiante pela escassa curiosidade dos interrogadores. Caso, por exemplo, de um outro intermediário de negociatas citado por Baiano só como Jorge, sem que fossem cobradas mais informações sobre o personagem e seus feitos. Mas saber tudo o que há de verdade ou de fantasia em torno do presidente da Câmara é, neste momento, uma necessidade institucional e um direito de todo cidadão.
Se Fernando Baiano “segurou para Eduardo Cunha”, a delação e os respectivos prêmios -a liberdade e a preservação de bens- não coincidem com o que interessa às instituições democráticas e à opinião pública. E não se entende que seja assim.
Entre outras delações castigadas de Delcídio, um caso esquisito. Investigadores suíços confirmaram, lá por seu lado, que Nestor Cerveró tinha dinheiro na Suíça. Procedente de suborno feito pela francesa Alstom, na compra de turbinas quando ele trabalhava com Delcídio, então diretor Gás e Energia da Petrobras em 1999-2001, governo Fernando Henrique. A delação do multipremiado Paulo Roberto Costa incluiu o relato desse suborno. Mas a Lava Jato não se dedicou a investigá-lo e o procurador-geral da República o arquivou, há oito meses. Os promotores suíços foram em frente.
Na reunião da fuga, Delcídio soube com surpresa, por Bernardo, que Cerveró entregara o dinheiro do suborno ao governo suíço, em troca de não ser processado lá. É claro que a Lava Jato e o procurador-geral da República estiveram informados da transação. E contribuíram pela passividade. Mas o dinheiro era brasileiro. Era da Petrobras. Foi dela que saiu sob a forma de sobrepreço ou de gasto forçado. Não podia ser doado, fazer parte de acordo algum. Tinha que ser repatriado e devolvido ao cofre legítimo.
A Procuradoria Geral da República deve o esclarecimento à opinião pública, se fez repatriar o dinheiro do suborno ou por que não o fez.
Os questionamentos de Janio, numa investigação correta e num tribunal sob isenção, se não esclarecidos, invalidariam qualquer delação, pois é princípio básico que elas devem ser totais e não parciais, só do que interessa a investigados e investigadores.
Mas, na Lava Jato,”a verdade, toda a verdade, nada mais que a verdade” não parece vir ao caso.
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O STF a cada dia se desmoraliza mais, atores como Gilmar Mendes, Carmem Lúcia, Toffoli e alguns canastrões estão ali uns acumpliciados com a Mídia, outros com medo enorme que seus nomes sejam questionados pela imprensa. Não tem independência nem coragem muito menos amor pela verdadeira justiça. Isto é o Brasil fruto de 400 anos de escravatura associado as ditaduras que tornaram nossa justiça e instituições um circo de hipocrisia.
Bravíssimo !
Ja esta mais do que evidente que juizes e MP tem culpa no cartorio!
Caro Fernando, mais uma questão que não vem ao caso para o Moro ( aquele babaca que pensa que é Deus mas não passa de um caipira ) e os patetas da direita que infestam os comentários da revista SUJA, FSP e etc, além de darem suas caras por aqui também.
Cadê o pateta do Klaus ? 2018 vem ai babaca.....vai preparanda a boca treinada pra chupar mais uma derrota. Canalha.
O partido mais corrupto do pais e seu bando de ladroes se borrando de medo e de joelhos por causa do caipira...
Ninguém aqui se borra de medo do seu colega capial. Nem mesmo os bandidecos que ele manda prender em Curitiba. Eles sabem que é só assoviar umas coisinhas sobre a Dilma aqui, outras sobre o Lula ali, que eles podem planejar ir pra Miami gastar o dinheiro que roubaram.
Qual é a novidade? O Barusco já disse que existiam esquemas de roubo avulso na Petrobras (como em toda grande empresa, ainda mais estatal), mas a "corrupção institucionalizada" começou em 2002, quando a direção da gang reuniu a bandidagem sob uma direção central. Aí sim faz sentido que a Dilma tenha consultado o Delcídio para saber quem já tinha "experiência" para entrar no sistema petista. E explica porque o Delcídio não se adaptou ao PSDB e, após uma breve passagem, se juntou aos que eram como ele.
É isso aí Ernesto, a verdade verdadeira tem que ser dita, doa a quem doer: "a corrupção institucionalizada começou em 2002". Nada mais justo que falar a VERDADE VERDADEIRA! Porrada neles Ernesto!
Não precisa agradecer, pois, como indicam as aspas, as palavras não são minhas, e sim do Barusco. E ele se referia à Petrobras, mas o Mensalão e o que aconteceu nos fundos de pensão, no BNDES e em outros locais mostra a abrangência da organização comandada pelo pai do Ronaldinho da Wikipedia..
Comentários chulos e grosseiros baseado em palavrões desmedidos demonstra total falta de urbanidade e respeito com os leitores, além de indicar que não possui nenhum argumento que contribua para uma discussão civilizada. Foi isso que aconteceu no blog 247 onde predomina opiniões de baixo nível.
É necessário e urgente modificar a Constituição.
O povo já desacreditou das instituições: Legislativo, Judiciário e Executivo.
Criar um TRIBUNAL POPULAR e um pelotão de fuzilamento.
O Tribunal Popular não precisa de eruditos, nem de exegeta e hermenêuticos.Só homens íntegros e de caráter, de preferencias idosos corretos e éticos..
No Tribunal só vale a VERDADE e não versão.Afirmam os filósofos latinos: "VERITAS est in interiore hominis" (A VERDADE está no interior do homem)
Após decisão baseado na VERDADE, aciona-se o pelotão de fuzilamento. Após ressarcir os cofres públicos, levar o corrupto ao estádio e na presença de milhares , proceder o fuzilamento.
É´única solução.
cogumelos...
Lava jato ou chantagem a jato?
Lava-rato*
Está na cara que essa Lava Jato, ou Lesa-pátria, nome mais apropriado, é uma operação da CIA. Não vem ao caso envolver os caciques tucanos, pois eles são a representação política da Casa Grande e do golpismo envolvendo forças externas. Só vem ao caso envolver o PT, Lula, Dilma, e alguns aliados destes, ou sua base de apoio, caso de Delcídio, Eduardo Cunha, entre outros, cuja condenação precisa estar relacionada com o governo do PT. Não é à toa que qualquer menção ao período FHC, justamente o que houve mais roubalheira e entreguismo das riquezas brasileiras para grupos de rapina, é imediatamente arquivado pela justiça e pela PGR, além de blindado pela mídia. Se isso não for uma formação de quadrilha para destruir a democracia do Brasil e aplicar um golpe com roupagem institucional-legal, é o quê então? Num país sério, o complô do Paraná - Moro, seus delegados federais e procuradores salvadores da pátria, juntamente com Janot, já estariam na cadeia por omissão, negligência, prevaricação e formação de quadrilha. Ah, e os barões da mídia, todos eles, igualmente estariam presos. Isso numa república séria, claro. Aqui, são os donos do Brasil, os heróis da classe média alienada e mentalmente colonizada.
cogumelos...
Curiosidades. Coincidências?
Na Argentina, Macri. Seu papacito, representante na América do Sul do Lício Gelli, da loja maçônica P2 envolvida até os gargomilhos com a Gládio (CIA).
Aquí, esse palhaço que não para de falar na Mãos Limpas, outra operação da CIA, derivada da Gládio.
Curiosas coincidências.
O Moro está fora de controle. Quem diz é o melhor da imprensa internacional. Como ele é o cabeça da operação, toda a operação está fora de controle. Pessoas descontroladas usando seus cargos públicos de Estado para tentarem tornar realidade seus sonhos políticos duvidosos, à margem da Justiça de verdade e da Democracia.