BC baixa os juros, mas diz que “a festa acabou”

“Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião”.

O comunicado do Banco Central, ao baixar a taxa de juros em 1% hoje, não poderia ser mais explícito.

Sabe-se que a “independência” do Banco Central é a vontade do czar econômico, Henrique Meirelles, que exala otimismo como Ministro e deixou ao Banco Central o papel de dizer “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”.

O fato é que a área econômica do Governo assumidamente “piscou” e o “mercado” vai mostrar que entendeu o recado amanhã.

“As projeções condicionais do Copom envolvem maior grau de incerteza”, diz o comunicado.

Uma declaração que bate de frente com o confiante otimismo de Meirelles.

Não é crível que a crise política não vá bater na economia e que o mercado siga no autoengano de que as suas tão desejadas reformas seguem com Temer ou sem Temer.

 

Fernando Brito:

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  • Quando de títulos o governo negociou e quem comprou a que taxa.
    Alguém sabe onde posso encontrar esta informação?
    Sem transparência na questão de títulos da dívida fica difícil.

  • Interessante: IGP-M apresentando deflação continuada sendo o índice de matérias -primas apresentando queda em março de -5% e acumulando no geral este ano -1,7% com projeção futura do IPCA bem abaixo do dito centro da meta e os juros reais não caem, e não estamos em depressão...pode isto Arnaldo? Acho que nem ele poderia responder...e com a incerteza Temer só falta voltar a inflação com o dólar disparando, só falta! Será isto que o BACEN quis dizer?

  • O autoengano do mercado é não só o de que as "reformas" vão sair como o de que são úteis e necessárias. Eita gentinha alienada, sô!

  • United States 1.000 %
    Australia 1.500 %
    Chile 2.500 %
    South Korea 1.250 %
    Brazil 10.250 %
    Great Britain 0.250 %
    Canada 0.500 %
    China 4.350 %
    Czech Republic 0.050 %
    Denmark 0.050 %
    Europe 0.000 %
    Hungary 0.900 %
    India 6.250 %
    Indonesia 6.500 %
    Israel 0.100 %
    Japan 0.000 %
    Mexico 6.750 %
    New Zealand 1.750 %
    Norway 0.500 %
    Poland 1.500 %
    Russia 9.250 %
    Saudi Arabia 2.000 %
    South Africa 7.000 %
    Sweden -0.500 %
    Switzerland -0.750 %
    Turkey 8.000 %

    • Apesar da depressão e da inflação já abaixo da meta, continuamos campeões dos juros.

      Como diria - ou melhor, berraria - Galvão Bueno: é do Brasiiiiiiiiiil!

  • O ''cenário básico'', junto com o ''balanço dos riscos'', no qual pretendem quebrar o galho com uma ''reduçao moderada'' se comporta como segue:
    O banco vai dai tira uns milhoes da posição de títulos, joga outros para 'juros futuros', põe mais meio ponto do tal de spread na carteira de empréstimos e ainda sai ganhando uma granola.
    Independência do BC é conversa ideológica válida só quando a esquerda estiver no poder. Quando sao eles e seu rabo econômico esteja como agora pegando fogo, o BC faz tudo o que o mestre mandar.
    Mas só ate o ponto em que o diferencial de juros incendeie a cauda dos rentistas: ai
    já é um ''cenário'' muito básico---para aumento na taxa.

  • Festa pra quem? Encheram os cofres de quem, com a elevação indecorosa da taxa de juros? Dos eternos bandidos da economia do País: os bancos? Ou de bandidos especuladores? Festa pro povo é que não foi.

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