Ali, no ‘photochart’, Joe Biden virou as eleições nos estados de Michigan e Wisconsin, passando a ganhar com 0,7% dos votos em cada um dos dois estados e, no segundo, já sem possibilidades numéricas de reversão.
Os 26 votos que ganharia nos dois Estados o deixam com 264 votos assegurados no colégio eleitoral o que, com os seis votos do estado de Nevada, cuja apuração só será encerrada amanhã, o faria atingir o “número mágico” de 270 delegados, que garante a vitória.
Trump, é claro, seguiu o roteiro de partir para contestar os resultados negativos no “tapetão” judicial e já anunciou pedidos de recontagem nos dois estados, além de apresentar um recurso para que se pare de contar os votos postados pelo correio na Pennysilvania, onde está vencendo, mas as projeções indicam que, com um milhão de votos postais sendo apurados, pode até acontecer também uma reversão dos 380 mil votos que o candidato democrata tem de desvantagem ali.
Mas isto é só a forma. O conteúdo político é que, se vier a ser confirmada uma vitória de Biden, o país entrará numa escalada de confrontos até a posse do novo governo.
Agora há pouco, partidários de Trump se concentraram (veja abaixo) à frente do local de contagem dos votos em Detroit, Michigan, onde ainda estão sendo contadas cédulas enviadas por via postal.
“Stop the vote“, parem a apuração, gritam eles. A resposta, claro, virá no mesmo tom, numa escalada de radicalização que não vai ceder aé, pelo menos, janeiro, data da posse presidencial.
Ao mesmo tempo, Biden falará em instantes, ainda sem proclamar-se vencedor, mas exigindo o respeito aos votos dados conforme as regras legais até última cédula.
O desempenho de Donald Trump, como dissemos mais cedo, é um tonel de gasolina sobre as regras formais de democracia dos Estados Unidos.
E nós vamos de roldão, com o filho do presidente e ex-futuro embaixador do Brasil nos EUA fazendo coro a acusações de fraude eleitoral sem provas e nos colocando como alvo preferencial para retaliações político-comerciais no difícilímo 2021.