O jornalista Frederico Vasconcelos, da Folha, levou à análise de uma espécie de “júri” o procedimento do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, que mandou arquivar, sem qualquer providência, o caso de agressão e demissão do estagiário do STJ por conta de uma suposta proximidade dele no momento em que o ministro Ari Parglender fazia uma operação num caixa automático.
Ele enviou o documento em que Gurgel manda arquivar o caso a cinco juízes, quatro procuradores e um advogado, para que o avaliassem, sob, claro, a garantia do anonimato.
O resultado é um libelo contra o procedimento de Gurgel.
Vejam só as respostas a um dos quesitos formulados por Vasconcelos:
O parecer deixa claro que não houve nenhuma investigação, não houve pedido de informações ao ministro: era necessário investigar o caso?
“Deveria, afinal para que serve a capacidade investigatória do MP? Só depois de averiguar o fato seria possível dizer que realmente não houve injúria”.
“O mínimo que devia ter feito era investigar. Os argumentos que o PGR usa são cínicos, se comparados com a atuação acusatória geral do MP (que denuncia uma série interminável de fatos sobre os quais resta dúvida)”.
“Tudo ficou no ‘achismo’ do PGR. Ele não sabe investigar pois nunca fez isso na vida”.
“Sim. Tratando-se de pessoa com foro especial por prerrogativa de função, é de todo conveniente abrir-se oficialmente uma apuração, até para não haver nenhuma suspeita de mácula no proceder do MPF”.
“O PGR entendeu desnecessário, preferindo deixar nesses termos, a palavra de um contra a do outro. O fato é que todo o caso contou com imensa atenção desde o começo. Tivesse havido esse mínimo de investigação, teria sido noticiado e frustraria o que me parece o intento do Gurgel, esfriar o caso”.
É assim que Roberto Gurgel vai deixando, esta semana, o cargo de mais elevado fiscal da Lei.
Sua valentia reduziu-se a ser o feroz porta-voz da mídia no caso do mensalão, onde espalhou sua “coragem” de enfrentar caídos com as costas aquecidas pelos controladores da opinião pública, ou que se publica.
No resto, uma nulidade, quando não um desastre, como neste caso e no de Demóstenes Torres/Carlinhos Cachoeira.
Tanto que o apoio de Gurgel, na própria categoria dos procuradores, passou a ser um estorvo.
Os candidatos ao cargo, se o tiveram em algum momento, trataram de se livrar dele, abrindo divergência pública.
Gurgel que procure pela “mídia amiga” quando desabar a tempestade que vem por aí.
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um canalha, toco de amarrar jegue.
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